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Home Cinema & TV Canal Zero

‘Cocktail’: striptease e muita cafonice em rede nacional

Maura Martins por Maura Martins
5 de fevereiro de 2018
em Canal Zero
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Encabeçado por Miéle, 'Cocktail' segue como um dos programas mais inacreditáveis da TV brasileira. Foto: Divulgação.

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É bastante provável que você, leitor, já tenha visto uma matéria do Buzzfeed que entregava provas de que tudo era permitido nos anos 80 e 90. No entanto, a lista não inclui uma das atrações mais inacreditáveis e constrangedoras da história da televisão: o programa Cocktail, exibido entre 1991 e 1992 pelo SBT. Apresentado por Luís Carlos Miéle (que mais tarde se declararia arrependido por essa etapa de sua carreira), Cocktail era um gameshow que transcendia qualquer compreensão: era uma mistura de competição entre um homem e uma mulher com cenas de striptease “sensuais”, protagonizados pelas garotas de palco (intituladas “garotas tim-tim”) e, pasme, pelos próprios participantes.

Versão abrasileirada de um programa italiano intitulado Colpo Grosso, o Cocktail configurava uma grande bobagem que se tornou uma das atrações mais bizarras da TV. Alguém poderia dizer, com razão, que nos anos 80 e 90 a patrulha da “moral e bons costumes” era bem mais frouxa, e um tom levemente (ou nem tanto) erótico se difundia em boa parte dos programas (comentei, por exemplo, o subtexto sexual em quase tudo que era exibido no Viva a Noite). Entretanto, Cocktail chamava a atenção pelo mau gosto e, em alguma medida, pelo amadorismo estético.

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Cocktail chamava a atenção pelo mau gosto e, em alguma medida, pelo amadorismo estético.

Vejamos, por exemplo, o cenário. O palco de Cocktail era uma espécie de cassino dentro de um grande navio em que um bon vivant, Miéle, apresentava suas mulheres sempre com um tom verbal que insinuava uma sensualidade barata. É como se ele fosse, de fato, o anfitrião de uma boate de striptease e entregasse aos seus convidados suas “garotas tim-tim”, todas vestidas com maiôs de lamê e representando alguma fruta (há quem acuse o programa, inclusive, de ser o responsável pelo lançamento da ideia das “mulheres fruta”, as funkeiras agressivamente sexuais que fizeram algum sucesso na última década).

Em seguida, dois participantes, que haviam se inscrito por carta, se “enfrentavam” em uma série de brincadeiras bobas propostas por Miéle. Suas assistentes de palco auxiliavam nestes jogos, que incluíam quase sempre que elas despissem os seios frente às câmeras (os participantes deveriam adivinhar, por exemplo, no seio de qual delas estava grudado um adesivo de estrelinha). Ou seja, as competições eram apenas uma desculpa para os shows de striptease, que quase sempre eram embalados pelos hits dos anos 80.

Mas a maior bizarrice de todas estava em um detalhe: a competição envolvia, inclusive, provas em que os próprios participantes – pessoas comuns, como você e eu – subissem numa mesa e também fizessem stripteases. Em uma delas, por exemplo, uma mulher era desafiada a “vender sua roupa por 500 mil cruzeiros”. Em seguida, a participante (uma secretária de um hospital) engajava em uma dança sensual para se livrar de cada uma das peças da roupa social que vestia, encerrando o show apenas de calcinha – além de ser brindada por comentários de extremo mau gosto de Miéle, como “o pessoal do hospital já deve ter melhorado depois desta”. Seria difícil de acreditar se não tivéssemos os vídeos do YouTube para comprovar:

Ou seja, Cocktail nada mais era que um festival de stripteases de mulheres e homens que exibiam seus corpos e desfilavam na TV com lingerie cavada e zorbas apertadas, típicas dos anos 80. E não víamos apenas “famosos wannabe”, pessoas saradas em busca da fama a qualquer custo: eram gente comum, homens carecas, garotas convencionais, secretárias de hospitais. Ainda que empregasse o tom sensual na apresentação, havia um certo desconforto na performance de Miéle, quase como se ele parecesse saber que havia se enfiado em uma roubada. Infelizmente, Miéle acabou lembrado por parte do grande público por essa breve etapa de sua carreira, e não por sua presença em tantos momentos-chave da cultura brasileira.

Após um ano, Cocktail acabou deixando a grade do SBT – em parte por ter sofrido uma derrocada em sua audiência (passou a disputar sem sucesso o público que assistia ao seriado As aventuras do jovem Indiana Jones, exibido no mesmo horário na Globo), em parte por pressões de grupos religiosos para que a emissora parasse de exibir o programa. O último episódio encerrou com uma frase provocativa: “A série Cocktail foi mais que uma sequência de programas de televisão de sucesso: a nudez de nossas meninas e o arrojo de nossas imagens lavaram a alma daqueles que conhecem o tempo em que vivem e fogem do falso moralismo”.

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Tags: análise de mídiaCocktailColpo Grossocrítica televisivaLuís Carlos MiéleSBTStripteasetelevisãotelevisão brasileira
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Commentários 0

  1. Ademar Populina Amancio says:
    5 anos atrás

    Pra quem já trabalhou com Elis Regina…

    Responder
  2. Bráulio Nóbrega (@braulionn) says:
    5 anos atrás

    Provavelmente, com um retorno repaginado do programa nos dias atuais, teríamos público participante e audiência certa.

    Responder
  3. Mxyzptlk says:
    4 anos atrás

    Cocktail foi um dos melhores programas do SBT e da Televisão Brasileira. Quero a volta do mesmo no SBT. Até hoje não conformo-me com o fim do Cocktail.

    Responder
    • oliverio says:
      3 anos atrás

      Imagine um cocktail de hoje dia com mulheres entroncadas e peitões de silicone

      Responder
  4. Rafael Ramires de Almeida says:
    4 anos atrás

    Maura, além de você ter me feito recordar das boas lembranças em um tempo “onde tudo era permitido”, o seu texto é muito gostoso de se ler. Lembro com carinho das tardes da TV aberta brasileira. Eram bizarras, com certeza. Mas foi uma época que permanece embalsamada no tempo. Miele teria orgulho do seu texto.

    Responder
  5. Cabra Homem says:
    2 anos atrás

    Quanto mimimi!
    Quando é um cara nu em um museu que crianças podem tocar, a “galera” chama de “arte”.
    O programa era divertido e, como se diz popularmente, assistia quem queria.

    Responder

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