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‘Hoje’ remonta a memória afetiva das agruras da ditadura militar no Brasil

Valsui Júnior por Valsui Júnior
7 de outubro de 2018
em Central de Cinema
A A
Hoje, de Tata Amaral

A belíssima atuação de Denise Fraga tempera a trama de maneira positiva. Imagem: Divulgação/ Making Off.

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Não é à toa que Tata Amaral é uma das maiores realizadoras do cinema brasileiro contemporâneo. Angariando mais de 70 prêmios em festivais nacionais e internacionais, a diretora paulista, que desde os anos 1980 produz filmes sobre os mais variados temas — dentre eles, a temática da ditadura militar —, dialoga com sensibilidade e maestria na sua produção cinematográfica. Hoje (2011) não seria diferente. Baseado no romance Prova contrária, de 2003, do exímio escritor Fernando Bonassi, que, inclusive, foi adaptado para o cinema por Amaral em Um céu de estrelas (1991) e na roteirização de Através da janela (1998), a estória trata de um longo diálogo entre um homem e uma mulher num apartamento por horas a fio.

O ano é 1998. Vera (Denise Fraga) é uma mulher por volta dos seus quarenta anos de idade que compra um grande apartamento antigo na região central de São Paulo, capital. Tudo parece correr normalmente: as dificuldades comuns a uma grande mudança, a excitação por morar em um lugar novo, a descoberta de pequenos ajustes no novo apartamento que terão de ser ajustados, e assim por diante. Tão pouco as cenas no apartamento se tornam comuns, um intruso surge do nada: é Luiz (Cesar Troncoso), um homem misterioso com sotaque espanhol, que dialoga com Vera como se a conhecesse de vidas passadas. É perceptível, no entanto, que a conversa é quase que unilateral. Luiz não interage com os demais personagens, que volta e meia rondam o grande apartamento trazendo caixas de mudanças e, nem mesmo, com a síndica do prédio, que aparece indiscretamente para dar as boas-vindas à nova moradora. Pelo contrário, o personagem é abrupto e claramente violento em suas ações, como se ela devesse algo do passado a ele.

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‘Hoje’ mistura a temática do amor, da perda e da truculência da ditadura militar no Brasil.

Outro fato notável é o desejo de Luiz de não ser descoberto. Ele claramente existe apenas no universo de Vera, a quem chama de Ana Maria em determinado momento. Logo percebe-se que, na verdade, Luiz está fugindo de algo. Na verdade, está fugindo de todos, e Vera (ou Ana Maria) é sua única e compromissada confidente. Ao longo dos diálogos, descobre-se que, na verdade, o sujeito misterioso era marido de Vera. Militante, nascido no Uruguai, desapareceu e foi considerado morto pela ditadura militar. A viúva, então, recebera uma indenização e comprou o grande apartamento antigo para começar uma nova vida — mesmo que isso custasse as memórias do marido desaparecido pela truculência do regime militar. Aos poucos, descobre-se que todas as sutilezas de Vera giram em torno dessa grande mágoa: a memória de tempos turbulentos que a marcaram e cujas as chagas não foram (e nunca poderiam ser) facilmente apagadas.

Hoje Tata Amaral
O misterioso homem com quem Vera dialoga é, na verdade, seu ex-marido, que foi torturado e assassinado durante a ditadura militar. Imagem: Divulgação/ Making Off.

Engana-se, porém, quem acha que o filme é monótono devido à sua teatralidade. Tata consegue, através de closes íntimos e movimentos de câmera acertados inserir o espectador na história de maneira fantástica e adaptar uma obra que gira em torno de basicamente apenas dois ou três personagens em apenas uma locação com destreza cinematográfica invejável. A utilização de artifícios como projeções como a linguagem da memória visual e de textos (os documentos legais que comprovavam a indenização pela morte de Luiz, por exemplo) trazem uma nova perspectiva à narrativa e são muito bem utilizadas, sem se deixar exceder ou perder o brilhantismo da atuação de Denise Fraga que, diga-se de passagem, é esplêndida.

O filme foi exibido no 44º Festival de Brasília, e logo foi aclamado pelo público, recebendo os prêmios de melhor filme tanto pelo júri quanto pela crítica, além de garantir à Denise Fraga o prêmio de melhor atriz e à Tata Amaral, de melhor roteiro, melhor fotografia e melhor direção de arte. Comercialmente, estreou em um momento de extrema importância para a questão da ditadura militar no Brasil, em 2013, quando havia sido instaurada a Comissão da Verdade pela ex-presidente Dilma Rousseff, com o objetivo de julgar os crimes cometidos durante o regime militar.

Em entrevista ao crítico Robledo Milani, no portal Papo de Cinema, Tata reitera que Hoje “é uma obra que fala da necessidade da gente iluminar nosso passado, de olhar para o que nos aconteceu e, especialmente, para os anos da ditadura militar. A questão da tortura, por mais que queiramos esquecer, segue presente, e é preciso olhar para estas evidências e descobrir o que aconteceu, quem matou, quem morreu, o que houve, afinal. Saber o que houve para nunca mais repetir”. Um filme que, embora trate de uma questão universal (o amor), hoje, mais do que nunca, merece ser revisitado e refletido.

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Tags: AdaptaçãoAmorCinema BrasileiroComissão da VerdadeDenise Fragaditadura militardramaFernando Bonassihojelutomulheres no cinemaperdaRomanceTata Amaral
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