O diretor e roteirista francês Luc Besson nunca foi uma unanimidade no cinema. Entretanto, trabalhos como Imensidão Azul (1988), O Profissional (1994) e O Quinto Elemento (1997) lhe deram uma eterna garantia de que seus filmes seriam vistos com olhos mais atentos (e por vezes mais críticos). Ao escrever em 2002 o primeiro roteiro de Carga Explosiva, Besson pode não ter criado a melhor franquia de ação e nem o melhor personagem do gênero, mas ao menos garantiu três filmes em sequência que foram sucessos comerciais.
Para infelicidade dos amantes da franquia de ação, o ator Jason Statham não participa do filme dirigido por Camille Delamarre (de 13º Distrito). Para seu lugar foi convocado o ator Ed Skrein (de Maus Modos, 2012), que se por um lado acrescenta um pouco mais de vigor (até pelo fato de ser mais novo que seu predecessor) e não compromete em sua atuação, por outro lhe falta um pouco de carisma, o que torna o personagem Frank Martin um tanto apagado quando comparado com os outros capítulos da franquia.
Carga Explosiva: O Legado continua narrando a vida de Martin, que segue trabalhando como transportador de mercadorias perigosas tendo como direcionamento três regras: não precisa de nomes, o acordado deve ser cumprido à risca e não quer saber o que está transportando. Ao ser contratado por Anna (Loan Chabanol, de Terceira Pessoa), ele se dá conta de que terá que quebrar uma de suas regras, já que a contratante mantém em poder seu pai (Ray Stevenson, de Thor).
O longa tem seus méritos. Delamarre cria as cenas de ação de O Legado com muita eficiência e estilo.
O longa tem seus méritos. Delamarre cria as cenas de ação de O Legado com muita eficiência e estilo. As sequências de lutas, explosões e tiroteios são verdadeiramente empolgantes, mas não o suficiente para esconderem as falhas do roteiro insosso criado por Luc Besson, Bill Collage e Adam Cooper, estes dois últimos, também responsáveis pelo roteiro do mediano Êxodo: Deuses e Reis.
Os vilões que o trio construiu são fracos, genéricos. Os diálogos também não ajudam, pois são piegas e repletos de clichês. De forma geral, o espectador será capaz de resolver todo o filme mentalmente antes mesmo que Carga Explosiva: O Legado chegue na metade. E isso, sim, compromete o longa, tornando-o em uma diversão limitada e rapidamente esquecível, o que é uma pena.
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