A excentricidade de Johnny Depp, que já foi seu grande charme, se tornou, à medida em que o tempo avança, uma armadilha da qual ele não consegue, ou não deseja, sair. Depois de fracassos sucessivos de bilheteria, como Sombras da Noite e O Cavaleiro Solitário, ambas produções com grandes orçamentos, ele cometeu mais um erro quase imperdoável, a ficção científica Transcendence – A Revolução, que custou US$ 100 milhões e rendeu apenas US$ 23 milhões no mercado norte-americano. O filme é uma das estreias nos cinemas deste fim de semana.
“Ator não consegue convencer como protagonista no longa-metragem de estreia do diretor Wally Pfister.”
Estreia
No filme, primeiro longa-metragem do diretor de fotografia Wally Pfister (premiado com o Oscar por A Origem), Depp interpreta mais um esquisitão: o cientista Will Caster, casado com Evelyn (Rebecca Hall). Seu sonho é criar uma máquina consciente, capaz de causar uma revolução no planeta. Só que ele enfrenta a resistência de uma frente terrorista, que luta contra a escalada tecnológica da humanidade e termina por envenená-lo.
Diante do fim inescapável, ele e Evelyn tentam usar o seu invento como uma forma de torná-lo imortal, transferindo para o supercomputador toda a mente do cientista, suas memórias, conhecimentos, e até mesmo seu inconsciente. Após a sua morte, a máquina, fora de controle, começa a se apossar de toda a informação disponível no mundo. Caster se torna uma espécie de Deus.
Sem ritmo
Embora sua premissa seja até interessante, Transcendence – A Revolução, é confuso, mal construído e, por fim, entediante. A trama jamais decola e Depp não consegue, em momento algum, tornar crível, ou complexo, o seu personagem. É mais uma caricatura para a sua galeria.
TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO JORNAL GAZETA DO POVO EM 19/06/2014.
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