Como dissemos na última seman, não é de hoje que a televisão aberta norte-americana assiste à debandada da audiência. Embora o fenômeno Netflix seja uma das principais causas, a perceptível queda de qualidade das produções contrasta, cada vez mais, com os excelentes roteiros dos canais fechados, como HBO, AMC, Showtime, entre outros. Porém, vez ou outra os canais conseguem fisgar um sucesso, como Empire, Modern Family, Grey’s Anatomy e The Big Bang Theory. A cada ano, as principais emissoras fazem um evento para anunciar a nova grade de programação e tentar chamar a atenção. A maior dificuldade, entretanto, está em manter o público ligado no segundo episódio. Com exceção de Empire, quase nenhuma série consegue aumentar seus telespectadores. Assim, atualmente uma audiência regular é sinônimo de sucesso. Quando os canais e os anunciantes se importam apenas com os números que determinada série vai atingir em uma certa faixa etária, o roteiro fica em segundo plano.
Em suma, quem se dá melhor na corrida para alavancar os números é a FOX, embora seja uma emissora perigosa.
E diferente dos canais fechados que prezam por poucas produções anuais e um número reduzido de episódios, os canais abertos estreiam diversas séries com, normalmente, 22 episódios cada. Em meio a tanta escolha, a coluna Olhar em Série analisa, por meio dos trailers e informações divulgadas, o que possivelmente valerá apenas conferir.
Em suma, quem se dá melhor na corrida para alavancar os números é a FOX, embora seja uma emissora perigosa, que dá bastante destaque para suas produções quando elas estão no auge, para depois abandoná-las sem dó. Ainda assim, é o canal com mais chances de hits, como a releitura de O Exorcista, a volta de Prision Break e 24 Horas, além de séries promissoras como Star, Pitch e a comédia The Mick.
Abaixo, você confere as sinopses (e alguns pitacos) sobre as novas séries que acreditamos que irão emplacar na TV norte-americana.
Designated Survivor (ABC)
A grande aposta da ABC é também o grande retorno de Kiefer Sutherland depois de viver por anos o herói americano Jack Bauer. Embora a premissa da série lembre um pouco os enredos de 24 Horas, Designated Survivor chama atenção pelo bom elenco e pela sinopse instigante. Criado por David Guggenheim (Safe House), a história gira em torno de Tom Kirkman (Sutherland), um dos membros do Gabinete do Presidente que, repentinamente, passa a exercer a função de Presidente dos Estados Unidos quando um atentado mata todos que estão acima dele na linha de sucessão.
Ainda que o trailer seja bastante interessante, chama atenção o canal ser a ABC, não muito conhecida por produções de ação e por produzir séries mais conservadoras. Além do mais, durante a produção a série já sofreu com troca de produtores por questões criativas, o que nunca é um bom sinal. É bom não esperarmos uma nova 24 Horas (a FOX já fará isso com 24: Legacy), mas é uma das séries mais aguardadas da nova temporada. Se conseguirem fugir do clichê, pode ser uma grata surpresa.
When We Rise (ABC)
Essa será uma minissérie com apenas 8 episódios, mas que chama atenção desde que foi anunciada em dezembro de 2015. Embora a ABC não tenha muita tradição em minisséries premiadas (esperava-se que a história fosse contada pela HBO), a produção tem bastante cara de quem vai abocanhar diversos troféus no próximo Emmy. Além do enredo, destaca-se o elenco, que terá nomes como Mary-Louise Parker (Weeds) e Rachel Griffiths (Six Feet Under, Brothers & Sisters).
Ainda sem trailer divulgado, When We Rise é criada por Dustin Lance Black (Amor Imenso/Big Love) e se inspira em uma história real e se passa no final da década de 1960. No dia 28 de junho de 1969, a polícia invadiu o Stonewall Inn, um clube frequentado por gays. Acredita-se que a decisão de fechar o bar aconteceu por descontentamento dos policiais por não receberem uma parcela das chantagens que eram praticadas pelos proprietários do bar (ligados à máfia) em relação aos clientes ricos que frequentavam o local. Quando os clientes se recusaram a mostrar suas identidades a polícia decidiu levar todos à delegacia. Mas, a esta altura, uma multidão já tinha se formado na porta. Tentando evitar a prisão dos frequentadores, a multidão provocou um tumulto, o qual se transformou em um símbolo da luta pelos direitos dos gays. Na minissérie, a trama tem início com a manifestação em frente ao clube.
Training Day (CBS)
Baseado no filme Dia de Treinamento, de 2001, a série chama atenção mais por se basear no longa do que propriamente pelo trailer ou pela história, que não traz nada muito original, mas pode se tornar uma boa surpresa como série de ação. Situada quinze anos após os fatos ocorridos no filme, a história acompanha os trabalhos de Kyle Craig (Justin Cornwell), um jovem policial que passa a fazer parte do esquadrão de elite da polícia de Los Angeles. Lá, ele se torna o novo parceiro de Frank Rourke (o ótimo Bill Paxton, de Big Love), um detetive veterano e de moral duvidosa, que não está nada satisfeito por ter que treinar Kyle.
This Is Us (NBC)
Só o trailer já te dá vontade de torcer para que a série seja boa e dure por muitos anos. Desde o fim de ER a NBC tenta encontrar um drama de qualidade para elevar sua grade e, talvez, This is Us faça isso acontecer. Além do mais, produções que focam em diversos personagens distantes que se cruzam em algum momento da história andam em alta. A série acompanha a vida de diversos personagens, todos nascidos no mesmo dia. Entre eles, Rebecca (Mandy Moore), a esposa de Jack (Milo Ventimiglia, Heroes, Chosen, The Whispers), de quem está grávida de trigêmeos; Kevin (Justin Hartley, de Smallville, Emily Owens M.D., Revenge, Mistresses US), um bem sucedido ator de televisão que começa a se cansar de sua vida de solteiro. Kevin é o irmão gêmeo de Kate (Chrissy Metz), uma mulher que luta contra o peso. A trama também acompanha a vida de Randall (Sterling K. Brown, de Army Wives, Person of Interest, American Crime Story), um empresário e homem de família que vive em Nova York ao lado de sua esposa Beth (Susan Kelechi Watson, de Happyish, Divorce) e suas duas filhas. Randall é filho de William (Ron Cephas Jones, de Mr. Robot), que o abandonou em um quartel do corpo de bombeiros logo que ele nasceu.
Great News (NBC)
Criada por Tina Fey e toda turma da excelente 30 Rock, Great News pode ter vida longa caso o canal confie no ótimo time de roteiristas. A história gira em torno da relação entre Carol (Andrea Martin) e sua filha Katie (Briga Heelan, de Ground Floor, Undateable, Love), que se complica quando a mãe arranja um estágio no telejornal onde a filha trabalha. Bem intencionada, otimista e tagarela, Carol é uma mulher que um dia abriu mão de sua carreira para criar seus filhos.
Star (FOX)
A série pode até se perder no caminho, mas se for uma boa novela como é Empire (aliás, é dos mesmos criadores), pode ser o sucesso do ano para a FOX. Star (Jude Demorest, de Dallas) é uma jovem de 18 anos que passou a infância em lares adotivos após a morte de sua mãe. Decidida a se tornar uma estrela, ela se une a Alexandra (Ryan Destiny, de Low Winter Sun), que cresceu em uma família privilegiada em Nova York. Tentando compor sua música e construir sua própria carreira, ela se afasta da família. Enquanto isso, Simone (Brittany O’Grady, de The Messengers) sonha com o dia em que sua meia-irmã Star a resgatará do lar adotivo no qual vive nos últimos cinco anos sob os cuidados de um pai abusivo (Nicholas Gonzalez, de Melrose Place, Off the Map). O talento do grupo é logo reconhecido por Jahil (Benjamin Bratt, de Lei & Ordem, Private Practice), um agente em busca de redenção, que acredita que Star seja sua chance de volta ao topo. Jahil é o ex-agente e antiga paixão de Carlotta (Queen Latifah), uma ex-cantora que agora é a proprietária de um salão de beleza. Tentando ajudar as meninas, ela se torna uma espécie de mãe postiça do grupo, embora tenha reservas sobre os rumos de sua carreira.
The Mick (FOX)
Em meio a tantas comédias familiares bobinhas, a FOX promete a mais engraçada e subversiva Dos produtores da sensacional It’s Always Sunny in Philadelphia, The Mick conta a história de Mackenzie, mais conhecida como Mickey (Kaitlin Olson) uma mulher desbocada que se muda para uma comunidade de alta classe para criar os filhos mimados da sua irmã, que precisou fugir do país para evitar um processo federal.
Alta Frequência/Frequency (The CW)
Releitura do filme Alta Frequência, uma detetive em 2016 descobre que é capaz de falar por meio de um rádio amador com seu pai (também detetive), que morreu em 1996. Eles trabalham juntos em um caso não resolvido de assassinato, mas consequências não intencionais do “efeito borboleta” causam estragos nos dias atuais.
Outras apostas
Notorious (ABC)
Still Star-Crossed (ABC)
Speachless (ABC)
Pure Genious (CBS)
Trial & Error (NBC)
Powerless (NBC)
Emerald City (NBC)
Chicago Justice (NBC)
Taken (NBC)
Shots Fired (FOX)
Son of Zorn (FOX)
O Exorcista (FOX)
24: Legacy (FOX)
Riverdale (The CW)