Entre os diversos lançamentos semanais da Netflix, estou sempre atrás de séries leves e de humor, mas que deixem reflexões. A trama da vez é Special, recém-lançada pela plataforma de streaming.
Special conta a história de Ryan O’Connell, o próprio criador da série. Sob produção de Jim Parsons, mais conhecido pelo sucesso The Big Bang Theory, Ryan conta como é ser um jovem homossexual e com paralisia cerebral.
Com algumas limitações físicas, pessoas que possuem essa condição acabam se tornando impossibilitadas de realizar até as tarefas mais simples do dia a dia, como amarrar os cadarços dos sapatos. No caso de Ryan, a sua paralisia é leve, mas mesmo assim ele vive sob os cuidados da mãe, que o criou sozinha.
Após ser atropelado, Ryan decide que é hora de tomar novos rumos em sua vida e deixar de ser totalmente dependente da mãe para fazer o que quer. Então, ele acaba sendo chamado para estagiar em uma revista escrevendo artigos que gerem engajamento e dinheiro para a proprietária do negócio, uma pessoa extremamente insensível e arrogante.
Relações físicas e emocionais reais
Além de Ryan, gay e com limitações físicas, Special traz à tela a inclusão. O jovem cria uma incrível amizade com Kim (Punam Patel), uma mulher de ascendência indiana conhecida por debater assuntos relacionados ao corpo e peso na internet.
A relação entre os dois ultrapassa o coleguismo corporativo e se torna algo real, sem julgamentos e sem olhar para as diferenças. Juntos, eles passam por momentos de preconceitos e deboches, mas sempre com o apoio um do outro para superar.
Special é uma série agradável e rápida de assistir, contando com apenas oito episódios de cerca de 15 minutos cada.
Voltando a falar da chefe de Ryan, Olivia (Marla Mindelle), vemos um claro exemplo de como ambientes corporativos podem ser tóxicos. Talvez por, claramente, ter os seus problemas com ela mesma, a sua prioridade de vida é o trabalho e ela não se esforça em ser uma pessoa agradável. Olivia pede que seus funcionários usem suas histórias, por mais pesadas que elas sejam, para criar artigos e gerar cliques.
Com sua nova vida de independência, Ryan também decide que é a hora de buscar um namorado e perder a virgindade. Já adianto que, sim, a série tem cenas de relações sexuais e elas são completamente reais, digo, semelhantes à vida real. Como o objetivo de Special é mostrar a vida de uma pessoa com paralisia cerebral, nada mais justo do que mostrar quais são os desafios de ter uma relação sexual com essas condições, ainda mais sendo pela primeira vez.
Special é uma série agradável e rápida de assistir, contando com apenas oito episódios de cerca de 15 minutos cada. Vale super a pena usar uma hora e meia da sua semana para conferir essa novidade da Netflix, e entender que pessoas com limitações físicas e/ou mentais também podem ter uma vida comum e relacionamentos, passando pelos mesmos desafios de pessoas dentro do padrão.
Assista ao trailer de Special: