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Futhi Ntshingila: “Trump foi eleito por dizer em voz alta o que maioria acreditava secretamente”

Em entrevista exclusiva, autora sul-africana Futhi Ntshingila fala sobre temas delicados da contemporaneidade.

Jonatan Silva por Jonatan Silva
18 de agosto de 2017
em Contracapa
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Futhi Ntshingila: “Trump foi eleito por dizer em voz alta o que maioria acreditava secretamente”

Imagem: Reprodução.

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A escritora sul-africana Futhi Ntshingila é uma das vozes mais importantes na luta pelos diretos das mulheres (leia aqui crítica de ‘Sem gentileza’). Com uma literatura engajada e uma prosa baseada na crueza da realidade, a autora desenleia uma narrativa contundente e repleta de significados e experiências. Em entrevista exclusiva à Escotilha, Ntshingila comenta sobre a eleição de Trump e as questões envolvendo o apartheid e necessidade de dar visibilidade a quem não tem voz.

Escotilha – ‘Sem gentileza’ é uma história cruel, mas real, da vida das pessoas na África. Como você se interessou em contar essas histórias?

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Futhi Ntshingila – Eu era uma jornalista bem generalista, até que vi a realidade das pessoas que vivem às margens da sociedade. Elas têm histórias e suas próprias complexidades, mas a sociedade, geralmente, não se sente confortável com esse tipo de história. Eu me senti impulsionada a escrever muito mais que as usuais 300 palavras por notícia. Eu queria ter liberdade criativa de contar essas histórias de maneira que eu pudesse ver a minha própria juventude nelas. Eu mesma cresci em um bairro de classe trabalhadora.

A sua maneira de contar histórias é bastante influenciada pela oralidade. Qual o papel das pessoas comuns na literatura?

Aqui na África, a oralidade é uma tradição muito antiga e que sempre me fascinou. E ainda é muito forte. Por exemplo, meu sobrenome tem outras sete variações que chamamos izithakazelo. Eles ajudam a contar a minha história para alguém de fora. Cada uma dessas variações leva a um antepassado e suas características. As pessoas comuns preservam a memória por meio da literatura.

‘As pessoas comuns preservam a memória por meio da literatura.’

Certa vez você comentou que seus livros lidam experiências que você mesma vivenciou. Quão pessoal é a sua escrita?

De maneira geral, são observações pessoais e em casos especiais são embelezadas por experiências de verdade. Eu não consigo retirar completamente a minha essência quando escrevo. Talvez, um dia eu comece a explorar uma ficção mais especulativa e aí serei capaz de me distanciar completamente dos meus personagens.

Você produz uma literatura combativa. Você luta pelos direitos das mulheres, por exemplo, e isso é muito importante. Como os escritores e seus livros podem mudar um mundo cheio de preconceito e misoginia?

Acho que são essas circunstâncias que me levam um modo combativo, pois uma abordagem mais suave a essas crueldades enfrentadas pelas mulheres pode ser mortal. Eu desejo que o mundo seja justo o bastante para que não precisemos mais lutar por nada. Injustiças contra as mulheres, ou as pessoas em geral, me ofendem, por isso, a carga combativa. Acho que os livros podem contribuir para acabar com o preconceito provocando a reflexão e elevando a consciência.

Coetzee, em ‘Desonra’, aborda também a questão do apartheid, mas pelo ponto de vista dos brancos. Como os sul-africanos lidam com o ponto de vista dos negros a respeito do conflito?

Tanto os brancos quanto os negros têm progredido a respeito da discussão racial, escutando-se mutuamente. Estivemos separados por muitos anos, portanto, estávamos curiosos para conhecer o ponto de vista dos outros. Os brancos aprenderam que não são superiores aos negros e os negros estão se fazendo assertivos e sendo ouvidos. Eu amo meu país pela grande discussão e pela liberdade que conquistamos.

Trump foi eleito ano passado como presidente dos EUA. Qual a consequência par ao mundo todo dessa escolha?

Os EUA elegeram o Trump porque ele dizia em voz alta o que a maioria acreditava secretamente, mas tinha vergonha de dizer, pois ninguém quer ser rotulado de racista. Acho que essa escolha empobrece o espírito deles [o povo norte-americano]. Votar a favor do medo e do ódio não pode ser visto como algo bom. Infelizmente, a comunidade global será afetada, pois os EUA têm domínio sobre a economia de todos os lugares. Economicamente, todos seremos afetados, mas os mais afetados serão os próprios norte-americanos, pois o voto deles reflete o medo que têm de viver lado a lado com pessoas diferentes.

Os EUA elegeram o Trump porque ele dizia em voz alta o que a maioria acreditava secretamente, mas tinha vergonha de dizer, pois ninguém quer ser rotulado de racista.

A escritora portuguesa Ana Cássia Rebelo escreveu sobre algumas importantes questões do universo feminino – como o medo de ser mãe, de estar atada a um casamento infeliz, por exemplo. Você acha que é necessário reconstruir os conceitos de como é ser mulher?

É a forma de os homens pensarem que tem que mudar. Homens que pensam que podem dominar as mulheres e homens que acham que podem ser violentos precisam perceber que tratar as mulheres com respeito vai beneficiar a todos. Se você e ama e respeita as mulheres, elas também vão te amar e respeitar. O amor é mais fácil que o ódio e o medo.

Com a democracia vem também as escolhas. As mulheres podem escolher como viver suas vidas. Algumas mulheres amam ser mãe e elas devem ser mães. Precisamos que as mulheres sejam maternais para nutrir os jovens. Eu não consigo imaginar a minha vida sem minha mãe e minhas avós. Algumas mulheres podem escolher ser solteiras, não casar; se isso as faz felizes, eu quero que elas tenham poder para isso.

Ano passado você esteve no Brasil. Como você define a sua visita? Que experiências você levou consigo?

Eu fiquei impressionada com o amor pelos livros e o hábito de leitura. Acho que trouxe comigo é o desejo de apresentar à minha cidade o costume de vender livros em locais abertos, como em Porto Alegre. Aqui nós temos que contar com distribuidores que têm regras estritas quais livros podem ser colocados à venda.

Tags: Ana Cássia RebeloEditora DublinenseentrevistaFuthi NtshingilaJ. M. Coetzeeliteraturaliteratura sul-africanaSem gentileza
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