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O lado pessimista da evolução em ‘A Máquina do Tempo’, de H.G. Wells

Arthur Marchetto por Arthur Marchetto
2 de maio de 2019
em Ponto e Vírgula
A A
A Máquina do Tempo, de H.G. Wells

Adaptação de 'A Máquina do Tempo', dirigida por George Pal em 1960. Imagem: Reprodução.

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Como vimos na resenha sobre A Ilha de Dr. Moureau, H.G. Wells foi um importante autor para o estabelecimento dos parâmetros da ficção científica moderna. Diversos temas do gênero ganharam forma em seus livros, como o das invasões alienígenas, da viagem no tempo e do cientista com pesquisas moralmente duvidosas.

Vivendo na Inglaterra do século XIX, o ambiente imperialista da Europa e a revolução industrial serviram como base para diversas reflexões no trabalho do autor. De um lado, a mentalidade industrial e o otimismo do progresso e do racionalismo; do outro, um pessimismo acerca do futuro da humanidade.  Por exemplo, no livro citado acima, Wells construiu uma trama racista para dar suas visões sobre as ações colonialistas do império britânico no território de outros países.

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Em A Máquina do Tempo (Alfaguara, 2010; tradução de Braulio Tavares), o escritor parte dos estudos biológicos da época e das expectativas sobre a evolução humana para retratar o conflito entre os seres da superfície e as bestas do subsolo que viviam na Londres de um futuro remoto. A narrativa é contada por um amigo do Viajante do Tempo, que nos apresenta um relato das duas reuniões que participou na casa do cientista. Na primeira, o Viajante apresenta a parte teórica que o possibilitou criar um dispositivo para viajar no tempo; na segunda, para os incrédulos, ele retorna de uma viagem e conta por tudo que passou.

Nesse primeiro encontro, há a apresentação de uma visão geométrica do tempo, que traduz as concepções científicas daquele momento (que seriam, anos mais tarde, aperfeiçoadas e gerariam a Teoria da Relatividade) e o coloca em pé de igualdade com as dimensões de largura, espessura e comprimento. A partir dessa perspectiva, conhecemos “a grande inovação de Wells”, como diz Adriano Scandolara no prefácio do livro, que é a possibilidade de construção de um dispositivo que permite essa viagem sem utilizar de recursos como alucinações, sonhos ou outros meios mágicos.

Em A Máquina do Tempo, temos um livro que traz noções, questionamentos e imagens que permeiam até hoje a Ficção Científica, como a presença de um artefato, a noção do paradoxo e a concepção linear do tempo, e apresenta uma visão crítica sobre o otimismo desvairado de uma Inglaterra industrializada.

“Uma vez compreendido o funcionamento do tempo, uma mente suficientemente brilhante poderia dominá-lo com a mesma facilidade com que se dominam outros fenômenos, usando a mecânica, a termodinâmica e a eletricidade”, escreve Scandolara. É essa postura que permitirá à temática da viagem no tempo o tratamento de questões como paradoxos temporais, universos paralelos, bifurcações na história e etc.

Já no segundo encontro, quando o Viajante do Tempo retorna para contar do seu experimento em prática, passamos para outro âmbito da ciência. Ao saltar no tempo, o protagonista encontrou a raça humana completamente alterada pelos processos de evolução, dividida entre Elois e Morlocks.

A construção era uma ironia em relação à crença de evolução como sinônimo de progresso, decorrente do otimismo vitoriano. Wells era formado em ciências biológicas e ficava incomodado com a aproximação entre evolução e aumento de complexidade. Tal visão era complementada pelo pensamento político do escritor, pessimista e niilista, que satirizava “a inatividade e a estupidez das classes mais altas, profetizando o seu destino infeliz como alimento para aqueles que a serviram”, como escreveu Adriano Scandolara. Nesse mundo, as condições de vida confortáveis e melhores geram os Eloi, belos, pacíficos e estúpidos, mas não melhorou as condições de vida dos Morlocks, inteligentes, violentos e canibais.

Para  Wells, aquela divisão decorria das próprias configurações de classes sociais da época, como ele escreve em A Máquina do Tempo: “A princípio, partindo dos problemas da nossa própria era, me pareceu claro como o dia que a ampliação gradual da diferença, hoje meramente temporária e social, entre o Capitalista e o Proletário era a chave de toda a questão”.

Tal crítica é sentida não só em um nível macro, mas também em menores representações. O próprio Viajante do Tempo é um personagem ambíguo: ainda que seja um intelectual racional, sente prazer em aniquilar Morlocks. Além disso, seus hábitos em relação aos criados, como o fato de não suportar ter refeições com eles por perto, o coloca na mesma casta que os Elois.

Durante a viagem, seu comportamento é agressivo e próximo ao de um colonizador, trazendo a ciência cruel de um mundo ainda pervertido pela lógica colonial, como em Dr. Moreau. Da mesma forma, os personagens convidados são estereotipados e alvos de crítica, como o Jornalista que não está preocupado na veracidade da história, mas quer vendê-la para lucrar.

Essas questões constroem em A Máquina do Tempo um livro que traz noções, questionamentos e imagens que permeiam até hoje a Ficção Científica, como a presença de um artefato, a noção do paradoxo e a concepção linear do tempo, e apresenta uma visão crítica sobre o otimismo desvairado de uma Inglaterra industrializada.

A MÁQUINA DO TEMPO | H.G. WELLS

Editora: Alfaguara;
Tradução: Braulio Tavares;
Tamanho: 152 págs.;
Lançamento: Fevereiro, 2010.

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