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Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Boa noite, Amazona’: uma jornada vazia

Livro de Manoel Herzog, 'Boa noite, Amazona' parte de premissa clássica, mas esbarra em uma narrativa pálida.

Jonatan Silva por Jonatan Silva
14 de fevereiro de 2020
em Ponto e Vírgula
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Livro de Manoel Herzogm 'Boa noite, Amazona' parte de premissa clássica, mas esbarra em uma narrativa pálida.

Detalhe da capa de 'Boa noite, Amazona'. Imagem: Reprodução.

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A história de um homem que deixa a vida urbana para se refugiar na selva não é novidade – Walden e Natureza selvagem que o digam –, mas a fórmula, em alguma medida, ainda funciona. A ideia do autoexílio, ainda mais em tempos de hiperconectividade, fascina tanto quanto no tempo de Thoreau (1817 – 1862). Boa noite, Amazona, romance de Manoel Herzog, revive o desejo de fuga e a vontade de alijar-se de uma sociedade cansada e hipócrita – se bem que esses dois adjetivos caiam como uma luva para o narrador, um economista que se diz de esquerda e construiu sua riqueza graças às fortunas dos outros.

Herzog tenta criar no protagonista o arquétipo da contradição: o homem que se afirma descontraído, mas carrega consigo os anos da colonização europeia e as benesses que seu status social lhe dá. É um socialista de boutique, muito mais ligado à teoria que à prática daquilo que diz acreditar. Quando recebe o recado da bruxa espanhola que a salvação estava selva, o narrador faz da viagem uma via crucis, uma tentativa rasteira de expiação de todo o seu egoísmo e paternalismo viciado.

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Boa noite, Amazona brinca com a ideia das cartas de tarô e aleatoriedade do destino, mas se perde em uma narrativa cujo centro parece deslocado e desemboca em uma jornada pálida e vazia.

Como em Castelo dos destinos cruzados, de Calvino (1923 – 1985), Boa noite, Amazona brinca com a ideia das cartas de tarô e aleatoriedade do destino, mas se perde em uma narrativa cujo centro parece deslocado e desemboca em uma jornada pálida e vazia. Se o italiano consegue uma espécie de vigor pela criação sui generis, o paulista se perde em um tour de force à guisa de emular a guinada conservadora que deu voz ao fascismo até, então, silenciado.

Coincidência, Cristovão Tezza também fez de um economista o porta-voz do obscurantismo latente e que não gosta de ver as empregadas domésticas na Disney. Se o personagem de A Tirania do amor é um homem preso às vicissitudes de sua condição, ao de Herzog só lhe cabe o desprendimento a fórceps. São os dois lados de uma mesma moeda.

Em um trecho, lê-se:

“Criticam-me por ainda nos dias de hoje ser discípulo, seguidor e adorador de Karl Marx. Existe uma corja que se arroga a destruir o legado marxista sem ter lido a obra.  Não quero aqui ficar me justificando, mas li os cinco volumes do O Capital e o Manifesto do Partido Comunista. Sei cantar o hino da Internacional, sou um rebelde disciplinado.”

Ao imaginar uma arte que espelha a vida, Boa noite, Amazona falha. Não pela tentativa e possibilidade, mas por se desprender da natureza dos próprios personagens que, longe de serem planos, escamoteiam licenças poéticas sob o verniz de uma fragilidade que os impede de se relevar. Somente quando narrador, atônito e esmagado pela impaciência, tenta matar um homem – ao melhor modo de Onde os fracos não têm vez – é que o autor faz qualquer vislumbra a sensação de dar uma voz verdadeira à sua criatura.

Mesmo que forneça algumas chaves para entender os rumos tomados nos últimos anos, Boa noite, Amazona cai em uma narrativa ora hermética, ora vaga, que acaba embrenhada em clichês e especulações.

BOA NOITE, AMAZONA | Manoel Herzog

Editora: Alfaguara;
Tamanho: 136 págs.;
Lançamento: Maio, 2019.

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Tags: Boa Noite Amazonabook reviewCompanhia das LetrasCristovão TezzaCríticacrítica literáriaEditora AlfaguaraItalo CalvinoKarl MarxliteraturaManoel HerzogOnde os Fracos Não têm vezresenhareviewThoreau
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