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‘Essa Gente’: o(s) romance(s) de Chico Buarque

Último lançamento de Chico Buarque, escritor e compositor carioca, 'Essa Gente' conta história de um escritor na penúria e sem inspiração.

Arthur Marchetto por Arthur Marchetto
7 de maio de 2020
em Ponto e Vírgula
A A
Chico Buarque lendo 'Essa Gente'

Imagem: Divulgação.

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O cenário quase grotesco do momento em que vivemos é alvo de reclamação de diversos artistas. Claro que não só pelos problemas óbvios, mas também pela dificuldade de criação que o momento impõe, como diz o slogan da nova versão do Zorra: “tá difícil competir com a realidade”. É uma crise criativa desse porte que Manuel Duarte, protagonista do último livro de Chico Buarque, precisa superar para a primeira versão de seu mais novo romance.

Essa Gente, publicado em 2019, foi o primeiro contato que tive com a prosa do compositor, cantor e escritor carioca. Chico estreou na ficção com a novela Fazenda Modelo, em 1974, mas passou a se encontrar na prosa cada vez mais, publicando os romances Estorvo (1991), Benjamin (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e O Irmão Alemão (2014). Nessa trajetória, foi vencedor do Camões, o principal prêmio literário em língua portuguesa, em 2019 (sendo, de certa forma, agraciado por uma não-assinatura do presidente).

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A política é presente na narrativa: a violência é frequentemente retratada, além da vida nas favelas do Rio, as milícias, os latifundiários, políticos, a classe média racista e oportunista – e a própria visão privilegiada da classe média do protagonista.

Escrito de forma epistolar, as cartas contam a história do escritor best-seller Manuel Duarte, que há anos não escreve um romance e precisa finalizar seu manuscrito – já pago em diversos adiantamentos da editora. Sem dinheiro, nem inspiração, Duarte precisa achar maneiras para terminar o compromisso. Para isso, recorre às caminhadas que faz descendo da sua casa para a praia. Além disso, ao longo do romance, vai se envolvendo com três mulheres (e seu filho, há tanto tempo abandonado): a primeira delas é Maria Clara, uma intelectual de esquerda, à beira de um colapso, e que embarca em um projeto de traduzir Shakespeare. Maria Clara também é sua ex-esposa, a ex-revisora de seus rascunhos e mãe de seu filho.

Duarte também reata ligações com Roseane, uma ex-companheira, especialista em design de interiores e também em sair com velhos ricos e safados – se envolvendo com políticos e latifundiários. Ela realiza os fetiches sexuais de diversos homens muito mais velhos que ela – inclusive de Duarte. No entanto, é pela terceira garota, Rebekka, que Duarte se envolve mais profundamente. Ela é uma holandesa que mudou-se para o Vidigal e casou-se com Agenor, um salva-vidas que salvou Duarte de um afogamento. Rebekka leciona inglês na favela, cuida da horta comunitária, adora livros e sofre violência doméstica.

A política é presente na narrativa: a violência é frequentemente retratada, além da vida nas favelas do Rio, as milícias, os latifundiários, políticos, a classe média racista e oportunista – e a própria visão privilegiada da classe média do protagonista. No meio desse caos, o escritor também tem que lidar com a sombra do sucesso de seu antigo livro, o “Eunuco do Paço Real” – um romance histórico que volta a fazer sucesso (e pode gerar um frisson nos monarquistas). A presença desse livro – e o desenvolvimento do outro – é o que marca um dos efeitos mais interessantes da obra.

A história de meninos negros que são captados, molestados e castrados por um pastor e um maestro, com o objetivo de impedir a transformação em suas belas vozes para que possam se dedicar à ópera, é ecoada, vista no presente de Manuel Duarte e no seu livro que tanto sucesso fez há quase vinte anos. Soma-se a isso o fato de que, aos poucos, também aparecem pistas de que o livro que nós lemos é, na verdade, o que Duarte tenta escrever. Sem que haja um limite claro entre o(s) livro(s) lido(s), mesmo após a conclusão que muito se assemelha a uma orelha da obra, ficamos com uma sensação que muito se assemelha às das narrativas oníricas ou da Ficção Weird, onde a fronteira entre dois mundos apartados é apagada, borrada. A única coisa que incomoda, no entanto, é “a malandragem” do escritor. Manuel não cansa de descrever bundas, shorts curtos e silhuetas. Duarte é a imagem da classe média boêmia que se pensa progressista, mas mantém uma série de preconceitos em seu discurso.

ESSA GENTE | Chico Buarque

Editora: Companhia das Letras;
Tamanho: 200 págs.;
Lançamento: Novembro, 2019.

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Tags: book reviewChico BuarqueCompanhia das Letrascrítica literáriaEssa Genteliteraturaliteratura brasileiraLiteratura brasileira contemporâneaLiteratura Contemporânearesenha
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