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Home Literatura Ponto e Vírgula

John Fante narra a saga italiana na América

Marilia Kubota por Marilia Kubota
14 de novembro de 2017
em Ponto e Vírgula
A A
John Fante - A Grande Fome - Editora José Olympio

O escritor ítalo-americano John Fante (1909-1983), autor de, entre outros, 'Pergunte ao Pó'. Foto: Reproução.

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A Grande Fome (José Olympio, 2015, tradução de Roberto Muggiati), de John Fante, é uma compilação de 18 contos organizada postumamente por Stephen Cooper, biógrafo do escritor norte-americano. Cooper encontrou contos inéditos num arquivo, com cartas, cadernos de anotação e outros papéis, escritos entre 1932 e 1959.

[highlight color=”yellow”]A antologia narra o sonho americano sob ponto de vista dos imigrantes – a maior parte das histórias são de italianos, mas há também asiáticos.[/highlight] O estilo coloquial de Fante é a sua marca registrada. Só ele daria um título como este a uma narrativa: “Quaquaraquaquá Dibber Lannon”. Neste e em vários outros, aparece o alter ego do escritor, Arturo Bandini, o anti-herói dos romances Espere a Primavera, Bandini, Rumo a Los Angeles e Pergunte ao Pó, Sonhos de Bunker Hill. Fante ri de alguns pilares da cultura italiana, como a religião e a família unida em torno da mesa – e quase sempre em torno de uma confusão, como em “Uma mulher do mal”, quando se convoca uma reunião para desfazer um relacionamento perigoso.

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Os imigrantes italianos sofrem misérias para adaptar-se ao padrão de vida americano. Mas Fante tem um olhar de compaixão também para outras minorias. “Viagem de ônibus” e “Mary Osaka, eu te amo” têm como protagonistas personagens filipinos, narrando complicações de relacionamentos interétnicos. “Mary Osaka” cita o episódio do bombardeio de Pearl Harbor, e os conflitos decorrentes para os norte-americanos descendentes de japoneses. Publicado em 1942, foi precedida de nota do editor advertindo que a história não apresentava “qualquer efeito de propaganda digno de censura”. A nota acrescenta que a o governo americano protegeu os cidadãos nipo-americanos leais, confinando-os em Centros de Remanejamento. No final do conto, o protagonista é induzido a alistar-se ao exército americano para demonstrar sua lealdade à pátria.

Fante ri de alguns pilares da cultura italiana, como a religião e a família unida em torno da mesa – e quase sempre em torno de uma confusão.

As mammas são as grandes vilãs nestes contos. Em “A mãe de Jakie”, uma mulher perversa desconta todas as suas frustrações no filho, agredindo-o fisicamente. “Bote na conta” narra a aflição de uma mãe de nove filhos para pagar as contas do mercado – a história foi incluída em Espere a primavera, Bandini. No hilário “O sonho de Mama”, a mãe tem um sonho mórbido com um dos filhos. Quando chega um telegrama, imagina que é um anúncio fúnebre. O marido é envolvido pelas suposições da mulher. Eles temem abrir o telegrama, que vira um brinquedo de papel entre dois gatos da casa. Só quando outro dos filhos chega, abre o telegrama e desfaz o enigma.

Outro conto que satiriza a mamma é “Os pecados da mãe”: a mãe empurra as filhas para casamentos com bons partidos. O pai, um sujeito fracassado, por sua vez, tenta salvar a filha caçula empurrando para um casamento de amor.

O conto-título, “A grande fome” narra a rebeldia de uma criança de sete anos diante do autoritarismo materno. É quase a reprodução da história do personagem Calvin, criado por Bill Waterson. O menino cria um mundo de fantasia para fugir da crueza da realidade exterior:

“Os velhos shorts lhe caíram bem. Eram quase uma segunda pele, com aquele aroma pessoa que só Dan Crane tinha. A camisa de ontem estava manchada com agradável lembrança das aventuras sob a casa de David, esconderijo secreto onde ele e o amigo enterraram as conchas que recolheram na praia. De fato, o odor preponderante emanando de Dan Crane era de mar, o velho e cansado mar em dia de maré baixa. Os jeans grudavam em suas pernas como lona molhada e o sebo e a sujeira lhe conferiam uma viscosidade íntima com a camurça das coxas de Daniel Boone. As meias tinham uma leve elasticidade, como os trapos sujos de um mecânico, com um furo confortável e feito sob medida para cada dedão. Ele sabia que a mãe reclamaria por causa dos velhos tênis. Aproximou um deles do nariz e fungou. Não sentia nada, a não ser cheiro de pé. Depois de muito lugar e resmungar, conseguiu calçá-los. Os laços formavam um emaranhado de nós que a mãe alguma em todo o planeta seria capaz de desatar.” [highlight color=”blue”](Página 263)[/highlight]

John Fante nasceu no Colorado, nos Estados Unidos, em 1909. Frequentou a Universidade do Colorado. Em 1929, começou a escrever e publicou seu primeiro conto em The American Mercury em 1932. Escreveu roteiros de cinema e aproveitou sua experiência em Hollywood para escrever livros. Seu primeiro romance, Espere a Primavera, Bandini, foi publicado em 1938. No ano seguinte, Pergunte ao Pó chegou às livrarias. O autor morreu em maio de 1983.

[box type=”info” align=”” class=”” width=””]A GRANDE FOME | John Fante

Editora: José Olympio;
Tradução: Roberto Muggiati;
Quanto: R$ 22,90 (288 págs.);
Lançamento: Maio, 2015.

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Tags: A grande fomeArturo Bandinicrítica literáriaEditora José OlympioEspere a primavera Bandinigrupo RecordJohn FanteliteraturaPergunte ao póresenhaRoberto Muggiatti
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