• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
26 de maio de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados

Juan Emar: absurdos contra o tédio do cotidiano

Em 'Um ano', escritor chileno Juan Emar desenleia uma narrativa singular e que retratar as complexidades da natureza humana.

Jonatan Silva por Jonatan Silva
2 de outubro de 2020
em Ponto e Vírgula
A A
O escritor chileno Juan Emar, autor de 'Um ano'

Juan Emar: escritor chileno, praticamente, invisível no Brasil. Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

O Brasil possui uma tradição invisível de negação às suas raízes latino-americanas. Não bastasse toda a falta de identificação com o resto do continente, esse alijamento – que é um fenômeno social, econômico e, claro, cultural – nos afasta daquilo que a região tem de mais rico e coloca em evidência as mazelas e diferenças.

Não é sem motivo, portanto, que a literatura produzida a partir do México até Argentina receba tão pouca atenção por aqui. Para além dos cânones, autores afastados dessa áurea de clássicos, e também alguns contemporâneos, ainda enfrentam certa resistência em serem lidos nas terras de Machado.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Juan Emar (1883 – 1964), a quem Neruda chamou de “Kafka chileno”, é um desses casos. Longe de fazer parte do grande panteão da literatura latino-americana, Emar, pseudônimo de Álvaro Yáñez Bianchi, permaneceu obscuro em solo brasileiro até a publicação do, praticamente, inclassificável, Um ano, há poucos anos e como parte da coleção Outra língua, coordenada por Joca Reiners Terron.

Elabora como uma espécie de diário canhestro, Um ano retrata apenas o primeiro dia de cada mês e apresenta ao leitor um grande catálogo de incursos surrealistas. Em situações absurdas, o narrador se liberta das amarras de um cotidiano qualquer – como se procurasse o que há de singular nas questões mais prosaicas – e constrói uma espécie de caleidoscópio contra o tédio e a burocracia.

Em certa medida, Um ano é um relato do burguês inconformado. Como o próprio Emar – que passou boa parte da sua vida vendo em Paris, teve apenas um emprego formal na vida e retornou esporadicamente a Santiago –, o narrador é um sujeito em perpétuo colapso consigo mesmo e com as regras de uma sociedade hipócrita. Quando tempo é dinheiro, ficar em uma esquina vendo o mundo passar é subversivo. Quando as relações estão atrelados a valores de submissão feminina, um homem que se faz submisso é igualmente repreensível.

Um ano é uma obra invisibilizada pela ignorância e pela preguiça da descoberta, mas é também um livro que parece entender – como poucos – a essência pluriforma da natureza humana.

A partir da aparente banalidade, Juan Emar – cujo nome pode ser também um trocadilho com a expressão francesa j’en ai marre (estou de saco cheio, estou farto) – cria um paralelo ambíguo, uma realidade espelhada. Como Beckett (1906 – 1989), o chileno explora as impossibilidades, a inércia e o vazio. Ao mesmo tempo, a sua narrativa tem a frieza de Kafka (1883 – 1924), o mecanicismo de Gombrowicz (1904 – 1969) e o idealismo de Macedonio Fernández (1874 – 1952) – como quem, por sinal, guarda a semelhança de construir uma obra que lhe consumiria a vida.

A literatura de Emar parece antecipar o abismo em que o Chile seria jogado quando Allende foi morto por Pinochet e instaurada a ditadura. Mesmo que Um ano seja um livro diáfano, sua construção é complexa, justamente, por buscar esse espelhamento com aquilo que se entende como realidade. Em seus doze capítulos, a maioria bastante breve, Emar explora as contradições para criar antíteses originais, que ora narram com um humor negro peculiar e ora com uma melancolia à la Buster Keaton.

Um ano é uma obra invisibilizada pela ignorância e pela preguiça da descoberta, mas é também um livro que parece entender – como poucos – a essência pluriforma da natureza humana.

UM ANO | Juan Emar

Editora: Rocco;
Tradução: Pablo Cardellino Soto;
Tamanho: 128 págs.;
Lançamento: Abril, 2015.

Compre o livro e ajude a Escotilha

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Augusto Pinochetbook reviewChilecrítica literáriaEditora RoccoFranz KafkaJuan Emarliteraturaliteratura chilenaliteratura em espanholPablo Nerudaresenha literáriaSalvador AllendeSamuel BeckettSurrealismoUm anoWitold Gombrowicz
Post Anterior

Deixa o menino brincar

Próximo Post

O teatro libertador de Pietro Gori

Posts Relacionados

A escritora Aline Bei

Aline Bei: “Preencho a página da forma mais poética que conseguir”

23 de maio de 2022
'Animal', de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

‘Animal’, de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

16 de maio de 2022

‘A Vida Mentirosa dos Adultos’: um pequeno grande romance sobre as dores do crescimento

20 de abril de 2022

Em ‘Arrastados’, Daniela Arbex reconstitui o tsunami de lama em Brumadinho

15 de março de 2022

Literatura: o que nos comoveu em 2021?

22 de dezembro de 2021

‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

17 de dezembro de 2021
  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 25 anos de ‘Xica da Silva’, uma novela inacreditável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • Matt Damon brilha como pai atormentado de ‘Stillwater’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In