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‘Abaixo de Zero’: o desbunde da juventude burguesa norte-americana dos anos 80

Em 'Abaixo de Zero', Bret Easton Ellis retrata os excessos vividos pela Geração X norte-americana.

Adriano Abbade por Adriano Abbade
20 de julho de 2018
em Ponto e Vírgula
A A
'Abaixo de Zero': o desbunde da juventude burguesa norte-americana dos anos 80

Imagem: Reprodução.

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O estilo de vida descomedido pelo abuso de drogas e por um vazio existencial preenchido com sexo, pornografia e violência está no cerne de Abaixo de Zero (Editora L&PM, 2012), primeiro romance do escritor californiano Bret Easton Ellis. Narrado por Clay, um jovem de dezoito anos que retorna de New Hampshire para passar as festas de fim de ano na casa dos pais em Los Angeles, o livro de estreia de Ellis cria um retrato vertiginoso da juventude burguesa norte-americana dos anos oitenta. Sem muitas preocupações, os personagens passam a maior parte do tempo esbanjando ociosamente a fortuna da família entre noitadas e bebedeiras.

A linguagem adotada pelo autor – com frases curtas, ágeis, entremeada de gírias e intercalando o tempo verbal da narração no presente e no passado – cria a sensação de que o narrador presencia as cenas por ele descritas, aproximando-se assim da técnica narrativa utilizada pelo cinema. Talvez por isso os romances de Bret Easton Ellis são adaptados com frequência para a linguagem cinematográfica. Alguns personagens secundários do romance fazem parte justamente desse mundo cinematográfico, como os pais de Blair e Clay, executivos e produtores da indústria hollywoodiana.

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Em alguns momentos, o estilo do narrador lembra Holden Caulfield, narrador-protagonista de ‘O Apanhador no Campo de Centeio’, clássico de J.D. Salinger.

A presença recorrente dos vídeos exibidos na MTV é uma referência constante em Abaixo de Zero. Faz parte do cenário e das alusões ao período abordado, cujo retrato abrange os interesses e o comportamento de uma juventude que ficou marcada como a geração nascida após o baby boom do pós Segunda Guerra Mundial. Outras referências diretas ao período incluem a menção a bandas de rock ou new wave que fizeram sucesso na época retratada, como Billy Idol, Duran Duran, INXS, Blondie, Elvis Costello e jogos de Atari como Pitfall e Donkey Kong. Numa das passagens, Clay descreve com ironia um programa religioso em que o discurso do apresentador se assemelha ao discurso utilizado por setores conservadores e antidemocráticos à época da exposição Queermuseu, no ano passado.

“Em casa, naquela noite, em uma hora qualquer da madrugada, estou sentando no meu quarto assistindo a programas religiosos na TV a cabo, pois estou farto de ver vídeos e os dois sujeitos, padres, pastores provavelmente, que estão na tela, ambos com cerca de quarenta, talvez quarenta e cinco anos, terno e gravata, óculos de sol tingidos de rosa, falam de discos do Led Zepellin, explicando que, se são tocados de trás de para frente, ‘possuem passagens alarmantes a respeito do demônio’. Um dos sujeitos se põe de pé e quebra o disco, parte-o ao meio, e diz: – Podem acreditar em mim: como cristãos tementes a Deus, não permitiremos isso! – O homem então, começa a falar sobre como tem se inquietado com os danos que esse tipo de coisa pode causar aos jovens. – E os jovens são o futuro desta nação! – grita, e quebra outro disco”. (p. 64)

No decorrer de Abaixo de Zero, a sucessão de cenas narradas pelo protagonista inclui festas em praias e mansões de Beverly Hills; consumo excessivo de cocaína, ácido e maconha; sessões de terapia; relatos de violência; prostituição e, sobretudo, corpos bronzeados, espécie de obsessão dos personagens da narrativa. A liberdade sexual também é retratada sem o veto censor do moralismo. O narrador Clay parece confortável em dormir tanto com homens como mulheres, diferente de seu amigo Julian, que sente-se mal por prostituir-se para quitar uma dívida com o traficante Finn.

De modo geral, os pais dos personagens parecem mais preocupados com seus ofícios do que com a vida dos filhos. Dedicam mais tempo às compras, drinques e viagens do que atenção à sua prole. Essa ausência é refletida na desorientação e no desamparo dos personagens, sempre em busca de uma nova aventura, de algum sentido para suas existências ociosas. Ao final do romance, a volta de Clay para New Hampshire pode significar a abertura de um novo caminho em sua trajetória, o signo da mudança em sua rotina, assim como sua despedida de Blair pode simbolizar também a despedida de todo um período de sua vida que, agora, ficara para trás.

ABAIXO DE ZERO | Bret Easton Ellis

Editora: L±
Tradução: Rick Goodwin;
Tamanho: 176 págs.;
Lançamento: L&PM, 2012.

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Tags: Abaixo de Zerobook reviewBret Easton Elliscrítica literáriaEditora RoccoL&PMliteraturaliteratura americanareviewRomance
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