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‘Torto Arado’ e o fim do silêncio das gentes caladas

Em ‘Torto Arado’, Itamar Vieira Junior cria romance polifônico para tentar expor erro histórico.

Jonatan Silva por Jonatan Silva
31 de julho de 2020
em Ponto e Vírgula
A A
‘Torto Arado’ e o fim do silêncio das gentes caladas

Imagem: Reprodução.

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Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, é a síntese do atravessamento entre a literatura e a antropologia. Se Bernardo Carvalho em sua obra-prima, Nove noites, explorava esse cruzamento pela ótica do realismo – através de um ponto de vista do colonizador – por meio de um elemento histórico verdadeiro –, e Le Clézio, em O Africano, partia da sua experiência pessoal para compor um retrato do exótico, o escritor baiano escolhe o caminho contrário: assume a voz daquele que é objeto de estudo.

No sertão profundo, diante da história de duas irmãs, Bibiana e Belonísia, Torto Arado tenta resgatar – e resumir – uma estrutura social de opressão e segregação. Parte dessa ideia advém, justamente, do silêncio, quando uma das protagonistas tem a língua decepada por uma faca, um objeto mítico – como no ideário borgeano, capaz de mutilar e defender –, obrigando que ambas sejam uma única voz. Ao mesmo tempo, esse caráter de unicidade que as irmãs adquirem – e que resulta em uma mesma voz narrativa – conflita com questões identitárias e de suas individualidades.

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Vieira, portanto, consegue criar um livro com linguagem vertiginosa, exuberante e poética, mas com uma sintaxe distante do regionalismo clássico. Em alguma medida, essa estratégia narrativa aponta dois caminhos: a) a aproximação entre leitor e narrador(es); b) afastamento da prosódia que caracterizaria essa população. As escolhas caminham para um realismo melancólico e cuja beleza está exatamente nos poucos elementos que, dentro daquele retrato, se opõem à miséria inata da região.

Existe, sob esse prisma, uma espécie de dissensão ao longo das três partes que compõem o livro – “Fio de corte”, narrada por Bibiana; “Torto arado”, na perspectiva de Belonísia; e “Rio de sangue”, que apresenta uma polifonia quase espiritual –, criando um mosaico de vivências.

Torto arado coloca em uma mesma balança o sincretismo das religiões e o realismo mágico, explorando a simbiose que é possível tirar dessa apropriação atávica.

Água Negra

Completamente alijadas – física, emocional e socialmente –, as famílias de Água Negra estão à margem de absolutamente tudo, vivendo unicamente do escape religioso personificada em Zeca Chapéu Grande, pai de Bibiana e Beloníaia, e curandeiro da região.

Torto arado coloca em uma mesma balança o sincretismo das religiões e o realismo mágico, explorando a simbiose que é possível tirar dessa apropriação atávica. Devendo muito ao primeiro, e sem ser um herdeiro consciente do segundo, desde o capítulo inicial, compreende-se que há uma mitologia muito própria da obra, uma tentativa de representar todo um povo colocado de lado.

Espectro amplo

Viera exuma, capítulo a capítulo, a luta pela terra e a devolução da dignidade. Ao criar um romance polifônico – ainda que possamos reconhecer escolhas semânticas questionáveis –, o autor desconstrói a incomunicabilidade que havia ensaiado nas primeiras páginas e apresenta um espectro amplo da formação de um país.

Nesse sentido, ao tentar expor um erro histórico, Itamar Vieira Junior faz de Torto Arado uma construção literária que tenciona o diálogo, que coloca em evidência a apropriação cultural e rompe com o silêncio das gentes caladas.

TORTO ARADO | Itamar Vieira Junior

Editora: Todavia;
Tamanho: 264 págs.;
Lançamento: Agosto, 2019.

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Tags: antropologiaBernardo CarvalhoCríticaItamar Vieira JuniorJ. M. Le ClézioliteraturaTodaviaTorto arado
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