A contundente postura de Luiz Felipe Pondé leva ao amor ou ao ódio. Não há como se posicionar indiferente a suas ideias enfáticas e, por tantas vezes, polêmicas. A julgar pelo público presente em sua Conferência na 15a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, os raciocínios de Pondé despertam, no mínimo, grande interesse no público.
Com o Theatro Pedro II repleto de ouvintes na última quarta-feira, 17, Pondé deu início a sua reflexão sobre o comportamento contemporâneo. Filósofo, colunista e professor, afirmou não ter uma proposta para o mundo, mas que diz como as coisas realmente são.
E são justamente seus apontamentos incisivos que impactam a plateia. Pondé relacionou, por exemplo, o amor ao dinheiro. Segundo ele, nada agrada mais alguém do que estar capitalizado.
“Não existe nada no mundo que agrade mais uma pessoa do que ter dinheiro no bolso. Nem que seja para comprar livro contra o capitalismo ou para viajar para Cuba”. Foi aí, então, que lançou ao público a frase: “O dinheiro compra até amor verdadeiro. Se dentro de três anos a economia brasileira melhorar, a gente vai se amar mais fácil”, disse.
Não existe nada no mundo que agrade mais uma pessoa do que ter dinheiro no bolso. Nem que seja para comprar livro contra o capitalismo ou para viajar para Cuba.
Pondé também se aliou ao italiano Umberto Eco quando o assunto foi a internet. Para o filósofo, que desistiu da medicina para seguir a carreira, as redes sociais trouxeram à tona um monte de imbecilidades. “Eu vejo as redes como ferramenta de comunicação importante, mas elas são responsáveis por algumas síndromes no comportamento humano”, afirmou, citando como exemplo aquelas pessoas que não gostam de ver o sucesso do amigo pelo Facebook. “Não tem nada pior do que conviver com uma pessoa que é melhor que você”, concluiu.
Ao responder uma pergunta que ouviu de um jornalista sobre o “encaretamento” da sociedade brasileira, Pondé afirmou que o brasileiro está se posicionando mais, xingando mais e descobrindo que muita gente pensa como ele. Esse raciocínio e a postura são frutos, também, da popularização das redes sociais, que contribuem para uma postura mais ativa e menos desmascarada. “As redes institucionalizam as tensões e isso é bom porque o sujeito briga só na rede”, analisou.
Entre os livros que escreveu, está o Guia Politicamente Incorreto da Filosofia: Ensaio de Ironia, publicado pela Editora Leya. Na obra, dividida por temas, Pondé aborda assuntos como mulheres, religião, preconceito, felicidade e covardia.
Muitos leitores aguardaram pelo filósofo na Biblioteca Altino Arantes, após a Conferência. Pondé autografou as obras, tirou fotos e elogiou o formato da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, onde o autor e seus leitores ficam próximos, frente a frente, debatendo ideias.
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