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A inesgotável força de Federico García Lorca

Bruno Zambelli por Bruno Zambelli
30 de agosto de 2018
em Em Cena
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No momento em que esse texto é escrito, deve haver em algum canto da Andaluzia um garoto de lábios verdes declamando versos diante da estátua de um poeta. É noite densa em todo o mundo e o céu reina desalumiado em todo o globo, mesmo que seja dia. Longe dali, noutro canto do planeta, um grupo de teatro se aquece para começar os ensaios de uma releitura moderna da Yerma.

O palco é Nova Iorque em plena primavera. O diretor, o australiano Simon Stones, alcançou sucesso e prêmios por dois anos na temporada londrina do texto devastador do poeta andaluz Federico García Lorca e agora devora, junto ao dramaturgo, a tal Big Apple numa só mordida. Mais abaixo, cá pros nossos lados, eu ainda luto com o cérebro seco qual o Saara para tentar, de algum modo, escrever sobre o poeta e dramaturgo espanhol. Apesar da saraivada de balas, do desespero e da noite que paira no céu desde sua execução, o poeta da morte, como Lorca é chamado, permanece mais vivo do que nunca, e a força de sua obra e de sua figura ardem feito chama que se alimenta da própria eternidade de seus versos.

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Há 82, o franquismo tentava calar, na base da bala, como é típico dos censores, aquele que talvez seja, como muitos defendem, o maior poeta da Espanha. Federico Garcia Lorca (1898 – 1936) rebentou em Fuente Vaqueros, um pequeno município Espanhol na província de Granada, comunidade autônoma de Andaluzia. Foi ali que Lorca deu seus primeiros passos tanto na vida quanto na poesia.

O país dos ciganos felizes está marcado na pele do poeta de maneira tão profunda que hoje, ao olhar suas obras, é impossível saber onde Andaluzia começa ou onde Lorca termina. Assim, de verso em verso, cidade e poeta acabaram por se tornar uma coisa apenas: poesia em estado bruto. Poesia que se vive com experiência da vida e, no caso de Federico, com a experiência dolorosa da morte imposta, do poeta precocemente destruído pela ditadura de Franco.

No dia 18 de Agosto de 1936, uma rajada de balas derrubou o poeta Federico Garcia Lorca. A execução, que hoje sabe-se ordenada pelo governo franquista, teve como testemunha apenas os carrascos e os primeiros raio de sol do dia que luzia enquanto o sangue do poeta, e de outros três “rebeldes”, manchava a areia de Granada e a história da nação Espanhola. Ao lado de Federico estavam Dióscoro Galyndo, maestro republicano, Francisco Galadí e Joaquín Arcollas, ambos militantes anarquistas.

Como em todo crime praticado por regimes ditatoriais, independente da orientação ideológica, pouco se sabe a respeito da atrocidade. À época, o ditador Francisco Franco, uma das figuras mais desprezíveis da história recente, negou participação do governo. Hoje, 82 anos depois, sabe-se que a ordem de prisão e execução partiu diretamente de seu governo, como já era sabido mesmo sem as devidas provas. Apesar de não ser o mais engajados dos poetas, e de ter trocado um flerte com posturas mais conservadoras, Federico sempre se provou figura incômoda.

Seus versos representavam perigo, e ainda o representam. Homossexual, libertário, defensor de um mundo regido pelo amor e não pelo poder, as ideias de Garcia Lorca, como sua obra, são um grito de revolta diante de um mundo sufocante que caminha para o precipício. Seu teatro, por exemplo, é absolutamente moderno em tema e linguagem, apesar de tratar, como no caso de Yerma, de uma Espanha provinciana. Federico também flertou com o surrealismo, como no caso de Assim que passem cinco anos.

A obra e a história de Garcia Lorca servem para nos dar um norte diante desse horizonte obscuro que se anuncia à humanidade.

As experiências em relação à “doutrina bretoniana” são fruto de sua convivência amorosa com Dalí, como defendem alguns estudiosos. O fato é que quando de sua execução, Lorca já era um poeta de fama internacional, de modo que sua morte, ao invés de o calar, como pretendiam seus executores, projetou sua figura ao panteão dos mitos da literatura. Apesar do abafamento em solo espanhol, fruto da perseguição e dos assassinatos que o ditador promovia naquelas terras, diversos artistas se levantaram contra o assassinato de Garcia Lorca e seu nome ganhou o mundo com ainda mais força. Daí em diante, o que se vê mundo afora é um poeta em permanente ascensão ganhar o mundo com sua arte, e um ditador asqueroso como Franco sendo jogado na lata do lixo da história, como gostam de dizer na internê, tendo seus crimes revelados a todo o mundo, graças aos deuses!

Atualmente, Lorca é notícia mundo afora por conta de diversos assuntos relacionados ao seu nome. Uma nova Junta de Andaluzia iniciou, em julho, os trabalhos para encontrar o túmulo do escritor. Agindo, segundo o vice-presidente da Junta, em nome da “verdade, da justiça e da reparação”, um comitê técnico analisa novas informações sobre o paradeiro dos restos mortais do escritor e dos outros três rebeldes que o acompanharam em direção à morte naquele fatídico agosto.

Em Nova Iorque, o diretor australiano citado no início do texto faz sucesso absoluto e lota sessões com uma releitura de sua Yerma. O sucesso da montagem, que vem de dois anos de lotação e prêmios em Londres, trás o nome de Lorca novamente à tona na América do Norte. Já em Granada, terra natal do poeta e testemunha de seu assassinato, foi inaugurada uma casa para receber todo arquivo de Federico. Composto por mais de 4,085 documentos e objetos, o legado do artista vem sendo preservado desde sua morte, em 1936, através dos esforços de sua família e posteriormente do governo Espanhol.

Até seguir para Granada, o material encontrava-se na Residência Estudantil de Madrid. Como se tudo isso já não fosse o bastante, há uma iniciativa, encabeçada pelo ex-juiz Baltasar Garzon e pelo presidente da Fundação Saramago, Pilar del Rio, para que o poeta receba o Prêmio Nobel. Pilar e Garzon entregaram à instituição responsável a petição em defesa da indicação do nome de Federico Garcia Lorca nos últimos meses.

Apesar do Nobel ser concedido apenas a pessoas vivas, os proponentes do nome de Lorca argumentam que, apesar de morto, o poeta é dono de um arte absolutamente viva, que jamais morrerá. Por incrível que pareça, depois de 82 anos de sua execução Garcia Lorca está mais vivo do que nunca e sua chama parece desconhecer a escuridão, continua firme e reluzente diante dos fantasmas que interromperam a carreira do brilhante escritor.

O culto ao escritor e dramaturgo não é algo recente. Desde seu encantamento, como dizem os poetas, sua imagem rodou o mundo enquanto mártir. É válido, e necessário, conhecermos sua obra poética, teatral e, principalmente, a história de sua vida. A obra e a história de Garcia Lorca servem para nos dar um norte diante desse horizonte obscuro que se anuncia à humanidade.

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Tags: AndaluziaAssim que passem cinco anosEspanhaFederico Garcia LorcaFrancoFranquismopoesiapolíticaSalvador DalíSimom StonesSurrealismoteatroYerma
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