• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
26 de maio de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados

Paulo José e a vontade incontrolável de estar em cena

Nome ímpar da dramaturgia brasileira, Paulo José nos deixou nesta semana. Coluna presta homenagem à sua carreira.

Bruno Zambelli por Bruno Zambelli
13 de agosto de 2021
em Em Cena
A A
Paulo José nos deixou nesta semana

Paulo José nos deixou nesta semana. Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Um padre sobe uma serra rochosa montado no lombo de seu cavalo. O cenário é a cidade mineira de São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro. Lá no alto, o Padre continua seu caminho e, ao chegar à cidade isolada, é observado por uma moça debruçada na janela. Em 1966, o ator Paulo José aparecia pela primeira vez nas telas do cinema na sequência inicial do filme O Padre e a Moça, em uma atuação que lhe rendeu o Prêmio Saci de melhor ator daquele ano.

O hoje clássico do Cinema Novo, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, é baseado em um poema brilhante de Drummond sobre a história de um padre forasteiro e da paixão impossível entre ele e a moça da janela. A atuação precisa e impressionante de Paulo José lhe rendeu prêmios e elogios, além de mostrar pra todo o Brasil, e para mundo, o rosto daquele que anos depois seria considerado por muitos como o maior ator de sua geração.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Paulo José foi gigante, e isso não se deu apenas pelo seu inegável talento ou extensa filmografia, mas, sim, pela paixão explícita, gritante, que sempre carregou e fez questão de demonstrar sobre o ofício que aprendeu a chamar de amor. Quarta-feira, aos 84 anos, o ator nos deixou, levando consigo um pedaço significativo do teatro, do cinema e da televisão brasileira.

Nascido no munícipio de Lavras do Sul, Paulo José Gómez, ou Paulo José, como ficou conhecido, foi o único ator que transitou, ressignificou e dignificou tudo quanto é corrente estética, modismo popular, tendência artística ou qualquer outra coisa que surgiu após a sua existência.

Foi criador e nome ativo do saudoso Teatro de Equipe, ao lado de nomes como Paulo Cesar Pereio, Lilian Lemmertz, Itala Nandi e Fernando Peixoto; protagonista da experiência teatral mais interessante da qual esse país teve notícia, o maravilhoso Teatro de Arena; além de ser uma espécie de personificação do cinema nacional e figura constante na televisão.

Sempre magnífico, Paulo fez da compulsão sua aliada, coisa rara, e da generosidade a forma mais intensa e definitiva de se criar, atuar e viver em nome de uma causa. Na década de 1970, por exemplo, lutou pela regulamentação da profissão de ator, de artista, e transformou em trovão sua voz em tom de reinvindicação, exigindo direitos, exercitando a revolta e fazendo da sua figura uma espécie de porta-voz do futuro.

Em mais de sessenta anos de carreira, Paulo José fez mais de vinte novelas, centenas de peças e quase cinquenta filmes.

Sempre moderno, transitou por novas experiências, dirigindo e roterizando, fazendo da sua própria vida a tragédia e a beleza do palco, da lente e do acaso. Foi Macunaíma quando branco, Shazan enquanto engraçado, Celso Rezende enquanto fogo, Gregório enquanto Sampa, Silvio Proença enquanto nu. Narrou o portentoso Ilha das Flores, deu vida ao lendário Quincas Berro D’Água do gênio Amado. Esteve Puro Sangue, palhaço nato, e Policarpo Quaresma quando gênio brasileiro.

Em mais de sessenta anos de carreira, Paulo José fez mais de vinte novelas, centenas de peças e quase cinquenta filmes. Se existe no Brasil alguma figura capaz de condensar e representar o significado da atuação, essa pessoa é ele. E sempre será, afinal, é preciso tratar nossos heróis no tempo presente e Paulo é um dos maiores deles.

Indiferente ao passado, Fernando Pessoa escreveu certa vez que o impossível já nasce vitorioso. Tal qual o impossível, Paulo José se despede de um país em lágrimas montado no lombo da vitória, afinal, é impossível esquecer ou tentar viver sem sua graça, compreensão e leveza. Que os céus se abram em festas, e os anjos, barrocos como ele, toquem trombetas para recebê-lo.

Obrigado por tanto, José. A festa continua em nome e memória de tua grandeza.

Tags: atorCinemaCinema NovoFernando PeixotoÍtala NandiLilian LemmertznovelaO Padre e a MoçaPaulo César PereioPaulo JoséteatroTeatro de ArenaTeatro de Equipetelevisão
Post Anterior

‘Por acaso memória’: entre a loucura e a lucidez

Próximo Post

Deuses humanizados em ‘Os Filhos de Anansi’

Posts Relacionados

Crítica: A ousadia musical de ‘A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa’ – Festival de Curitiba

Crítica: A ousadia musical de ‘A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa’ – Festival de Curitiba

12 de abril de 2022
Cena de 'Pessoas Brutas'

Crítica: ‘Pessoas Brutas’ discute a possibilidade de ética e felicidade no Brasil – Festival de Curitiba

8 de abril de 2022

Crítica: ‘O Mistério de Irma Vap’ ganha tom político no Teatro Guaíra – Festival de Curitiba

4 de abril de 2022

Crítica: ‘G.A.L.A.’ é uma viagem ao fim do mundo – Festival de Curitiba

30 de março de 2022

Festival de Curitiba vai começar; confira indicações da mostra principal

25 de março de 2022

FIC – Festival Internacional de Circo começa hoje; confira espetáculos

23 de março de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 25 anos de ‘Xica da Silva’, uma novela inacreditável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • Matt Damon brilha como pai atormentado de ‘Stillwater’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In