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Home Teatro Intersecção

Na contramão, o suicídio

Francisco Mallmann por Francisco Mallmann
6 de outubro de 2015
em Intersecção
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Tenta-se, desesperadamente, prolongar a vida ao máximo. É como se estrutura a ciência, o progresso, a medicina, a lógica. A morte já é tabu o suficiente, e o suicídio parece torná-la ainda mais complexa e temida. Trata-se de uma forma muito específica de morte, vista de maneiras tão múltiplas quanto possível, desde um caráter romântico, até com nomenclaturas de epidemia. No entanto, deve-se atentar ao fato de que um suicídio, em nosso caso, é um suicídio em uma sociedade capitalista. O que isso quer dizer, exatamente?

Contextualizar um suicídio em uma sociedade capitalista, quer dizer que aqueles que atentam contra a própria vida o fazem em uma sociedade fundamentada na exploração, caracterizada pela opressão, pela desigualdade, pela competitividade e pelo individualismo. O exagerado afastamento da morte coloca o suicídio na contramão da ciência, caracterizando-o como um ato pecaminoso e necessariamente negativo. O suicídio contesta e questiona o poder de uma rede que supostamente é capaz de nos oferecer uma vida longa e estável.

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Dessa maneira, estrutura-se um conjunto de significações para o suicídio. Segundo Thomas Szasz, em um livro chamado Libertad Fatal – Ética y Política del Suicídio, o termo é usado para designar duas coisas, especialmente. De um lado está a descrição de uma forma de morrer, ao se tirar a própria vida, voluntária e deliberadamente, de outro, está um condenação da ação, isto é, a definição do suicídio como pecaminoso, criminoso, irracional, injustificado. É um modo moralizante de encará-lo. Inserido nessa ótica, é louco quem tira a sua própria vida, dando ao ato contornos “bárbaros” e “trágicos”.

Ensaio para um adeus inesperado
Pedro Bonacin e Fátima Ortiz compõem o elenco da peça Ensaio Para Um Adeus Inesperado. Foto: Divulgação.

O suicida é desqualificado como um sujeito que não está e “não pode estar” no controle de sua própria conduta. É estigmatizando que se achata a questão e se deixa de lado tudo o que a morte poderia trazer à tona. Esquece-se, dessa maneira, que toda e qualquer morte revela coisas da sociedade em que ela acontece.

Para além das questões psicológicas, está a questão da saúde pública: 25 brasileiros morrem por dia vítimas do suicídio. A cada 30 pessoas, cinco cogitaram o suicídio em algum momento de suas vidas. No mundo, é registrado um suicídio a cada 40 segundos[1].

Afastar e condenar o suicídio faz com que dados como esses pareçam ficção. Por isso a importância de materiais e referenciais que desmistificam o suicídio. É importante frisar, também, que romantizar não é, necessariamente, tornar claro. Construir auras ao redor de determinado assunto não significa mobilizar, articular e explanar seus conteúdos.

A peça Ensaio Para um Adeus Inesperado, parece se atentar à relação complexa que o suicídio apresenta com a vida ao expor a trajetória de luto de uma mãe que perde o filho. É criado um espaço em que as narrativas de uma rotina familiar são reveladas a partir do suicídio do filho mais velho, em um movimento que mistura as temporalidades possíveis.

É criado um espaço em que as narrativas de uma rotina familiar são reveladas a partir do suicídio do filho mais velho, em um movimento que mistura as temporalidades possíveis.

A montagem, dirigida por José Simões e Jean Carlos Sanchez, se atenta à morte como “algo”, de acordo com o que diz o psicólogo Lev Vygotsky:

“A morte é interpretada somente como uma contraposição contraditória da vida, como a ausência da vida, em suma, como o não-ser. Mas a morte é um fato que tem também seu significado positivo, é um aspecto particular do ser e não só do não-ser; é um certo algo e não o completo nada.”

A dramaturgia de Sérgio Roveri constrói a figura da mãe como o individuo que converge o sofrimento e a superação do “adeus inesperado”. Não se trata de um texto que faz do moralismo o tom do tratamento. Pelo contrário, adentra uma região íntima, indicando questões que, paradoxalmente, imersas no suicídio, se afastam dele. A memória e as lembranças são evocadas não como territórios de arrependimento, mas como lugares que podem indicar possibilidades.

 

[1] Os dados desse texto são dos Programas de Prevenção do Suicídio e Saúde Mental do Centro de Valorização da Vida.

SERVIÇO | Ensaio para um Adeus Inesperado

Quando: De 04 a 19 de junho, sábados, às 20h, e domingos, às 18h.
Onde: Espaço Cultural Pé no Palco – Rua Conselheiro Dantas, 20, Rebouças.
Quanto: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia), R$ 15 (grupos pré-agendados) e R$ 10 (alunos dos cursos livres de teatro no Pé no Palco).
Informações e reservas: (41) 3029-6860 | [email protected]

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Tags: crítica teatralEnsaio Para um Adeus InesperadoFátima OrtizJean Carlos SanchezJosé SimõesPedro BonacinSérgio Roveriteatroterça
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