Em uma era em que o rock alternativo parecia relegado a nichos nostálgicos, surge a The Last Dinner Party, um quinteto londrino que, com sua estética maximalista e sonoridade teatral, devolve o glamour e a ousadia ao cenário musical britânico. Grupo se apresenta no próximo domingo no Ibirapuera, dentro da programação do C6 Fest.
Formada por Abigail Morris (vocais), Lizzie Mayland (guitarra e vocais), Emily Roberts (guitarra solo, mandolim, flauta), Georgia Davies (baixo) e Aurora Nishevci (teclados e vocais), a banda rapidamente se destacou como uma das mais promissoras da nova geração.
Musicalmente, The Last Dinner Party transita entre o pop barroco, indie rock e art pop, com influências que vão de Queen e Kate Bush a David Bowie e Florence + The Machine. A estética visual é igualmente marcante, combinando elementos vitorianos, renascentistas e referências cinematográficas. Essa abordagem chamou a atenção de estilistas como Rodarte e Tanner Fletcher, que as vestiram para eventos como o Coachella.
Origens e ascensão meteórica
A história do grupo começa em 2020, quando Morris, Davies e Mayland se conheceram antes de ingressar na universidade em Londres. Frequentando shows juntas, decidiram formar uma banda. A formação se completou com a entrada de Emily Roberts, recomendada por um amigo em comum, e Aurora Nishevci, ambas com formação clássica pela Guildhall School of Music and Drama. Devido à pandemia, o primeiro show ocorreu apenas em novembro de 2021, no The George Tavern, em Londres.
Com um álbum de estreia aclamado e uma presença de palco arrebatadora, o quinteto agora traz essa lufada de ar fresco no indie rock para os palcos brasileiros.
O ano de 2023 marcou a virada na carreira da banda. Em abril, lançaram o single de estreia “Nothing Matters”, uma mistura de pop barroco e art rock que rapidamente se tornou viral. A faixa alcançou a 22ª posição no UK Official Singles Chart. O videoclipe, dirigido por Saorla Houston, traz referências a filmes como As Virgens Suicidas e Cidade dos Sonhos, reforçando a estética cinematográfica do grupo.
Em fevereiro de 2024, lançaram o álbum de estreia Prelude to Ecstasy, produzido por James Ford (conhecido por trabalhos com Arctic Monkeys e Florence + The Machine). O disco estreou no topo das paradas britânicas, com 32.800 unidades vendidas na primeira semana, tornando-se o álbum de estreia de banda mais vendido em nove anos no Reino Unido.
Reconhecimento
As apresentações ao vivo costumam ser um espetáculo à parte. Com figurinos elaborados e performances energéticas, a banda já se apresentou em festivais renomados como Glastonbury e Primavera Sound, além de abrir shows para artistas como Hozier e Florence + The Machine.
Isso parece soar como uma demonstração de que o talento e a originalidade da banda não passaram despercebidos. Em janeiro de 2024, venceram a prestigiosa votação “BBC Sound of 2024”, que destaca os artistas mais promissores do ano. No mês seguinte, receberam o prêmio “Rising Star” no BRIT Awards 2024. Em março de 2025, foram agraciadas com o prêmio de “Melhor Artista Revelação” no BRIT Awards 2025.
Com um álbum de estreia aclamado e uma presença de palco arrebatadora, o quinteto agora traz essa lufada de ar fresco no indie rock para os palcos brasileiros. A conferir.
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O C6 Fest de 2025 acontece entre os dias 22 e 25 de março, no Parque Ibirapuera. Com Air, The Pretenders e Wilco liderando o festival, nomes como Amaro Freitas, Nile Rodgers e Gossip também subirão aos palcos. A Escotilha estará na cobertura e, nos próximos dias, apresentará os artistas, dando um panorama do que o público brasileiro deve esperar dos shows.
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