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C6 Fest – Desvendando o lineup: Nile Rodgers & Chic

Nome dos mais emblemáticos da era disco music, Nile Rodgers & Chic retorna ao Brasil para tocar no C6 Fest. Escotilha te apresenta artista e banda. Esse artigo faz parte de uma série de textos em que desvendamos o lineup de um dos mais interessantes festivais do país.

porAlejandro Mercado
22 de maio de 2025
em Música
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Nile Rodgers carrega muito talento e hits em sua carreira de quase 50 anos. Imagem: Imagem: Divulgação.

Nile Rodgers carrega muito talento e hits em sua carreira de quase 50 anos. Imagem: Imagem: Divulgação.

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Poucos artistas podem reivindicar ter reescrito os fundamentos da música pop com a mesma precisão de Nile Rodgers. Guitarrista de mão leve e cérebro analítico, ele é, desde os anos 1970, um arquiteto silencioso da pista de dança global. Se sua banda, o Chic, que o acompanhará nesta edição do C6 Fest, ajudou a definir o som do final da era disco com seus arranjos luxuosos, letras codificadas e grooves milimétricos, sua influência se estende de David Bowie a Daft Punk, de Madonna ao hip hop nascido no Bronx.

Há algo quase científico no modo como Rodgers aborda a canção pop: cada nota tem uma função específica, cada batida carrega um manifesto. Mas por trás dessa lógica musical, pulsa também uma alma profundamente politizada — algo que se expressa, inclusive, no escapismo.

Formado em 1976 por Rodgers e Bernard Edwards, ambos músicos de estúdio afro-americanos profundamente influenciados por jazz, rock e soul, o Chic nasceu de um conceito: “uma banda que soasse como Roxy Music, mas fosse negra”. O fascínio de Rodgers pela sofisticação europeia — ternos brancos, estética de estúdio, distanciamento cool — estava na raiz da identidade visual e sonora do grupo.

Ascensão, rejeição e sucesso

Quando lançaram “Dance, Dance, Dance (Yowsah, Yowsah, Yowsah)” em 1977, a disco music já começava a ser caricaturada como vazia e vulgar. Mas o Chic trazia outra proposta: música de pista com rigor composicional, inteligência harmônica e comentários sociais sutis.

“Le Freak” — talvez o maior sucesso da banda, com mais de 7 milhões de cópias vendidas — nasceu não em uma jam session, mas de um ato de rejeição. Em uma noite de 1978, Rodgers e Edwards foram barrados na porta do lendário Studio 54, apesar de estarem acompanhados de Grace Jones. Voltaram para o apartamento de Rodgers, abriram uma garrafa de champanhe e começaram a cantar o refrão “Aaaaahh, fuck off!”, como vingança contra os porteiros.

Eventualmente, a letra foi suavizada para “Freak out!”, e o resto é história. A faixa tornou-se um hino inesperado da exclusão transformada em exaltação — talvez a única canção número um das paradas dos EUA composta sob insultos à elite noturna de Manhattan.

“Good Times” e o nascimento do hip hop

Foi com “Good Times”, lançada em 1979, que o Chic deixou sua marca definitiva. À primeira audição, a faixa parece ser apenas uma ode hedonista. Mas basta olhar a letra para notar a tensão sob a superfície: “Happy days are here again / The time is right for makin’ friends”. Aparentemente otimista, a música é, na verdade, uma resposta amarga à crise econômica do final dos anos 1970, escrita num momento em que o desemprego e o racismo corroíam as grandes cidades americanas.

A carreira de Rodgers após o auge do Chic é uma aula de reinvenção silenciosa.

E sua linha de baixo — uma das mais imponentes da história — se tornaria base para “Rapper’s Delight”, do Sugarhill Gang, reconhecido como o primeiro grande sucesso do hip hop. O DNA do Chic, assim, infiltra-se não só na música pop, mas na gênese do rap.

O paradoxo da banda sempre foi esse: apesar de ter moldado o som de uma era, o Chic raramente teve o mesmo reconhecimento institucional que seus pares brancos ou seus sucessores sampleadores. O grupo foi indicado 11 vezes ao Rock and Roll Hall of Fame sem sucesso; Nile Rodgers, ironicamente, foi incluído sozinho, em 2017, como “músico de excelência” — uma distinção que ele mesmo considerou estranha, como se sua obra fosse maior que seu próprio grupo.

Reconhecimento

A carreira de Rodgers após o auge do Chic é uma aula de reinvenção silenciosa. Enquanto a disco era empurrada para o porão cultural da música estadunidense — com queima simbólica de discos e tudo —, ele seguiu para os estúdios, produzindo “Like a Virgin” para Madonna, “Let’s Dance” para Bowie, “Notorious” para o Duran Duran, entre outros.

A marca de sua guitarra — limpa, rítmica, cortante — é onipresente nas trilhas sonoras dos anos 1980. E seu retorno ao mainstream veio com estilo: ao lado do Daft Punk, em 2013, tocou em “Get Lucky”, um single que reviveu a estética do Chic para uma nova geração obcecada por nostalgia em alta definição.

Em 2018, após um hiato de mais de duas décadas sem gravar, Nile Rodgers & Chic lançaram It’s About Time, um álbum que soa ao mesmo tempo atual e reverente ao passado. Com participações de Vic Mensa, NAO e Craig David, o disco não tenta seguir tendências, mas reafirma a capacidade de Rodgers de extrair o máximo de cada groove, cada timbre, cada compasso de silêncio.

Hoje, aos 72 anos, Nile Rodgers continua em turnê com o Chic, tocando sucessos que nunca soaram ultrapassados. “Everybody Dance”, “I Want Your Love”, “My Forbidden Lover” — essas canções ainda reverberam em festas, clubes, rádios e samples. Mas talvez a maior lição de Rodgers e do Chic seja esta: a música de celebração pode conter códigos de resistência. Que dançar, afinal, pode ser uma forma de subversão — e que, mesmo em tempos difíceis, os “good times” nunca vêm desacompanhados de complexidade.

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O C6 Fest de 2025 acontece entre os dias 22 e 25 de março, no Parque Ibirapuera. Com Air, The Pretenders e Wilco liderando o festival, nomes como Amaro Freitas, Nile Rodgers e Gossip também subirão aos palcos. A Escotilha estará na cobertura e, nos próximos dias, apresentará os artistas, dando um panorama do que o público brasileiro deve esperar dos shows.

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Tags: C6 FestMúsicaNile Rodgers & Chic

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