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‘Teacup’ se equilibra entre uma colher de tensão e uma pitada de frustração

Acrescentada ao catálogo do Globoplay, 'Teacup' adapta obra literária de forma torta, narrando trama de um grupo de pessoas que enfrenta uma ameaça misteriosa. Seriado foi cancelado após somente uma temporada.

porAlejandro Mercado
17 de junho de 2025
em Televisão
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Já cancelada, série apresenta muitos problemas de execução. Imagem: Peacock / Divulgação.

Já cancelada, série apresenta muitos problemas de execução. Imagem: Peacock / Divulgação.

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Horror não é, como costumam dizer, o medo do escuro. Horror é o que se insinua nos cantos iluminados da casa, o que range não sob os pés, mas dentro do peito. Teacup, a série criada por Ian McCulloch para o Peacock e produzida por ninguém menos que James Wan (de Invocação do Mal) que acaba de entrar no catálogo do Globoplay, parece saber disso — pelo menos durante seus episódios iniciais.

Baseada (e essa palavra deve ser usada com extrema liberdade aqui, já que cerca de 90% do enredo foi abandonado nesse processo de adaptação) no romance Stinger, de Robert R. McCammon, a série nos leva a um rancho isolado na Geórgia rural, onde três famílias tentam sobreviver não apenas a uma ameaça sobrenatural indizível, mas também a seus próprios fantasmas domésticos. Ou seja: as criaturas lá fora são assustadoras, mas nada se compara ao que há debaixo do teto de casa.

A protagonista Maggie, interpretada por uma Yvonne Strahovski (de The Handmaid’s Tale) firmemente empenhada em parecer à beira de um colapso nervoso (com sucesso), lidera um elenco que entrega mais do que o roteiro por vezes permite. Scott Speedman, como o marido silencioso e contido — ou apenas ausente, a depender do episódio —, equilibra-se entre o trauma e o cansaço crônico. Chaske Spencer e Kathy Baker completam o núcleo de personagens que, a despeito das intenções do roteiro, conseguem parecer reais, o que no horror contemporâneo já é quase um milagre.

A série, com seus episódios enxutos de 30 minutos, acerta ao rejeitar o inchaço narrativo que assola tantos thrillers modernos. Cada capítulo se movimenta com precisão cirúrgica, encurtando caminhos sem apressar emoções. Há um desconforto crescente que se infiltra lentamente — uma espécie de tensão que parece tão enraizada quanto as árvores retorcidas que circundam o rancho.

A ficção científica se insinua nos últimos episódios como um convidado atrasado a um velório: fora de lugar e sem tempo para se justificar.

Mas então, como um chá que esfria rápido demais, Teacup começa a perder o sabor. A atmosfera densa dá lugar a explicações desencontradas, e o mistério que sustentava o silêncio se desfaz em ruídos desconexos. A ficção científica se insinua nos últimos episódios como um convidado atrasado a um velório: fora de lugar e sem tempo para se justificar.

O final — ou seria apenas uma suspensão abrupta? — tenta ser poético, mas soa apressado. Sacrifícios são feitos, mas não se sente o peso. Fica a impressão de que a série foi cancelada antes de encontrar sua verdadeira voz, deixando perguntas sem resposta e promessas sem entrega. Um desfecho que ecoa não como um grito, mas como um suspiro entalado.

E ainda assim, há algo em Teacup que permanece. Talvez seja sua ambição contida, seu desejo sincero de evocar um medo mais atmosférico do que espetaculoso. Ou talvez seja simplesmente o fato de que, por seis episódios ao menos, ela realmente consegue nos manter atentos — não pelo que vemos, mas pelo que suspeitamos.

No fim das contas, Teacup é uma boa xícara de chá deixada sobre a mesa: ainda morna, com aroma agradável, mas esquecida antes do último gole.

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Tags: GloboplayPeacockSérieTeacup

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