• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

A política de Mário Vargas Llosa

porJonatan Silva
9 de setembro de 2016
em Literatura
A A
Mario Vargas Llosa

Mario Vargas Llosa. Foto: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A biografia de Mário Vargas Llosa, Nobel em 2010, é algo espantoso. Após concorrer à presidência do Peru, no começo da década de 1990, os anos de militância pela esquerda foram por água abaixo. A sua decepção – ou seria guinada à outra direção? – foi muito parecida à qual Fernando Gabeira foi submetido. A derrota para Fujimori fez com que o escritor tivesse de deixar o país e se exilasse em Paris. A ferida ainda está aberta. Cinco Esquinas (Alfaguara, 213 páginas), que acaba de ser lançado no Brasil, não deixa ninguém mentir.

O ex-presidente peruano, que por pouco não emplacou sua herdeira no “trono”, é a figura central do romance, que o apresenta como chantagista. Como Umberto Eco em Número Zero, Llosa constrói, via jornais, uma grande rede de intrigas. Para o escritor, inimigo do peito de García Márquez, a era do fujimorismo foi o grande câncer peruano, um investimento que, em vez de saldar débitos, deixou uma grande dívida – metaforicamente falando.

Mais que literatura, Cinco Esquinas é um grande acerto de contas político e uma catarse do autor.

Ao mesmo tempo, o livro é um manifesto saudosista. Cinco Esquinas é um bairro de Lima, uma espécie de ágora da intelectualidade limenha, e que foi frequentado por Llosa na juventude. É ali que estão os seus personagens: figuras do jornalismo sensacionalista. É como, pelas mãos de Fujimori, todos os dias nas redações nascesse um Bebê Diabo – caso célebre da imprensa falaciosa brasileira.

Sem erro, Cinco Esquinas é um livro politicamente engajado e com um objetivo único: revisitar e revirar a história mal resolvida do autor e também de seu país. Não existe a utopia dos primeiros escritos de Llosa, mas ainda resiste a beleza de um trabalho bem lapidado – ainda que carregado de certa ideologia.

Peso político

O envolvimento de Llosa com a política não vai eclipsar sua literatura, mas dá certo peso ao que tem escrito. Amigo pessoal do presidente Pedro Pablo Kuczynski, o autor de A Casa Verde e Conversas na Catedral vê o governo como uma oportunidade de colocar o povo peruano à margem do que Fujimori legou. Sobre a delicada situação da democracia brasileira, Llosa é cauteloso e, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse esperar uma renovação após a saída da presidenta Dilma.

Por outro lado, o Nobel coloca em seu texto a necessidade de respeitar a memória das quase 100 mil vítimas deixadas pelo Estado entre 1990 e 2000. Da mesma maneira que Kleber Mendonça Filho fez de seu Aquarius uma voz contra a tomada de poder peemedebista, Llosa transformou seu livro em um manifesto contra aquilo que ele não acredita. Mais que literatura, Cinco Esquinas é um grande acerto de contas político e uma catarse do autor.

fb-post-cta

Tags: Alberto FujimoriAlfaguaraAquariusCinco EsquinasCompanhia das LetrasCríticaDilma RousseffKléber Mendonça FilhoLiteraturaLiteratura PeruanaMario Vargas Llosa

VEJA TAMBÉM

O escritor marfinense GauZ. Imagem: Alexandre Gouzou / Reprodução.
Literatura

No sensacional ‘De Pé, Tá Pago’, GauZ discute as relações entre capitalismo e imigração

5 de setembro de 2025
Pinturas de Emily Brontë e Jane Austen. Imagem: Reprodução.
Literatura

Entre o amor e o abismo: por que ainda lemos Jane Austen e Emily Brontë?

4 de agosto de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

O escritor marfinense GauZ. Imagem: Alexandre Gouzou / Reprodução.

No sensacional ‘De Pé, Tá Pago’, GauZ discute as relações entre capitalismo e imigração

5 de setembro de 2025
Chris Evans, Dakota Johnson e Pedro Pascal protagonizam novo filme de Celine Song. Imagem: A24 / Divulgação.

‘Amores Materialistas’ e a nova cara da comédia romântica

5 de setembro de 2025
Shirley Cruz protagoniza o novo longa-metragem de Anna Muylaert. Imagem: Biônica Filmes / Divulgação.

‘A Melhor Mãe do Mundo’ combina melodrama e realismo cru

4 de setembro de 2025
Julia Dalavia e Jaffar Bambirra protagonizam a adaptação do Globoplay para obra de Raphael Montes. Imagem: Globoplay / Divulgação.

‘Dias Perfeitos’ expõe a violência obsessiva e confirma Raphael Montes como cronista do horror brasileiro

3 de setembro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.