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A melancolia monocromática de ‘Ghost World’

Graphic novel de Daniel Clowes, 'Ghost World' ganha edição comemorativa de 20 anos – a desculpa perfeita para revisitar um clássico.

porLuciano Simão
20 de novembro de 2017
em Literatura
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A melancolia monocromática de 'Ghost World'

Imagem: Reprodução.

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2017 é um ano excelente para celebrar a obra do brilhante cartunista Daniel Clowes, um escritor vibrantemente criativo e ilustrador de grande sensibilidade estética. Afinal, este foi o ano do lançamento da edição brasileira de Paciência, uma imprevisível saga de vingança e redenção que mescla viagens no tempo ao noir e à psicodelia dos visuais deslumbrantes que estampam cada página da obra.

Agora, os fãs tupiniquins do cartunista norte-americano poderão revisitar a obra que consolidou o nome de Clowes entre os mestres do gênero: trata-se da edição comemorativa dos 20 anos da graphic novel Ghost World, que inspirou o icônico filme de 2001 (indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado e estrelado por ninguém menos que uma jovem ScarJo).

Fazer jus ao roteiro inteligente e sensível e ao tocante desenvolvimento das personagens em Ghost World com uma simples sinopse do enredo não é fácil, pois a HQ apresenta um foco temático enganosamente simples: os dilemas de duas adolescentes americanas, Enid Coleslaw e Rebecca Doppelmeyer, frente à inevitável necessidade de crescer.

Irônicas, inteligentes, confusas, cínicas, humanas e absolutamente vivas, as jovens encarnam conflitos tão pessoais quanto universais, navegando com dificuldade uma miríade de relações interpessoais e enfrentando a melancolia do distanciamento que ocorre mesmo entre aqueles que se amam. Ao mesmo tempo, a obra lida com temáticas delicadas como sexualidade, insegurança social, transtorno mental e conflitos classistas, sem jamais perder o foco na humanidade de suas protagonistas.

Arte e roteiro em simbiose

Se em Paciência o autor impulsiona a trama por meio da intensa narração em primeira pessoa, é com os diálogos que Clowes opera em Ghost World, desenvolvendo na coloquialidade a presença marcante dessas duas garotas, perdidas no limiar da infância e da idade adulta. Ácidas e carregadas de charme, as falas de Enid e Rebecca estabelecem a verossimilhança de suas personalidades, assim como a consequente identificação do leitor com essas personagens tão excêntricas – e tão familiares.

Irônicas, inteligentes, confusas, cínicas, humanas e absolutamente vivas, as jovens encarnam conflitos tão pessoais quanto universais, navegando com dificuldade uma miríade de relações interpessoais e enfrentando a melancolia do distanciamento que ocorre mesmo entre aqueles que se amam.

Hábil em seu ofício, Clowes é um raro cartunista capaz de equilibrar constantemente conteúdo e forma em suas obras, permitindo que a estética de sua arte harmonize com as temáticas e tons de sua escrita. Em outras palavras, a ilustração e o roteiro não são elementos que meramente coexistem, mas que operam em simbiose, frutos de um mesmo propósito artístico e literário. Nos painéis praticamente monocromáticos de Ghost World, Enid e Rebecca percorrem um mundo fantasmagórico e quase alienígena, um limbo mundano em que seus delírios suburbanos podem florescer com naturalidade.

20 anos após a publicação original, a arte e o roteiro de Clowes comprovam seu poder de permanência, continuando tão relevantes e peculiares quando na data de seu lançamento. Publicada hoje pela Editora Nemo, a edição comemorativa traz material adicional sobre a obra, além de uma nova introdução assinada pelo próprio Daniel Clowes. Se você ainda não leu, vale a compra! Para quem já conhece Ghost World, mas quer rever Enid e Rebecca ou apenas apreciar novamente a arte de um grande cartunista, esta é a desculpa perfeita para revisitar um clássico.

GHOST WORLD – Edição Especial 20 Anos | Daniel Clowes

Editora: Nemo;
Tradução: Érico Assis;
Quanto: R$ 49,90 (144 págs);
Lançamento: Novembro, 2017.

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Tags: Crítica LiteráriaDaniel ClowesEditora NemoGhost Worldgraphic novelLiteraturapaciênciaResenha

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