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‘Saudade’: sobre a impermanência da vida na voz do outro

'Saudade' explora a complexidade e diversidade da saudade, abordando sua influência na cultura e na arte, com entrevistas reveladoras.

porValsui Júnior
18 de fevereiro de 2018
em Cinema
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Saudade - Paulo Caldas

É em Portugal, mais especificamente em Lisboa, que Paulo inicia o documentário falando sobre a nação, o fado e a saudade. Imagem: Divulgação.

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De acordo com o renomado escritor Milton Hatoum, a palavra saudade é originária da língua árabe, etimologicamente falando. Ela vem da palavra sauda, que nada mais significa além de “negro”. Tanto é que, por muito tempo, a bílis negra no corpo humano tinha como parte do seu nome o vocábulo. Esta curiosidade é uma das muitas que o documentário de Paulo Caldas, Saudade (2017), traz. São pelo menos 42 personagens entrevistados, tanto no Brasil quanto em Portugal, na Angola e na Alemanha.

Apesar de estarmos acostumados a utilizar o termo para uma infinitude de sentimentos, a “saudade” é muito mais complexa do que simplesmente caberia em uma definição. É assim que o diretor bate de porta em porta, principalmente dos artistas, a quem cabe o sentimento esculpir, procurando um significado para esse sentimento tão vasto.

Uma das falas mais sensacionais do documentário é a da coreógrafa Ana Guerra Marques, que diz que somos corpos carregados de memória, em movimento. Além dela, também foram entrevistados a escritora Adriana Falcão, o cineasta Ruy Guerra, a roteirista Marta Nehring, o cantor e compositor Johnny Hooker, dentre outros nomes.

Saudade busca nas artes uma definição para a impermanência.

A impressão que fica é a de que a saudade, para o brasileiro, é vista como algo natural, um sentimento a ser explorado e que contém muita beleza. Do outro lado do oceano, no entanto, as definições são mais diferentes. Em Portugal, onde o fado é um grande expoente, e que, na verdade, é um gênero de ode à saudade, o termo causa as mais diferentes opiniões. Por um lado, há quem diga que no sentimento há algo de extremamente melancólico e que permeia a cultura portuguesa desde tempos idos. Por outro, há quem vê algo positivo nessa exaltação.

Independente da opinião de cada um dos entrevistado, é um fato que a cultura e principalmente as artes nas terras lusitanas são sempre influenciadas por isso. Por outro lado, Paulo também chega a entrevistar quem sai da sua terra para viver em outro lugar e investiga o que significa saudades para cada um deles. Na Alemanha, o diretor encontra verbetes que talvez tenham um significado parecido, mas que não chegam a, de fato, definir o mesmo significado que tem saudade.

No total, foram gravadas mais de 300 horas de material, meticulosamente editadas e montadas por Vânia Debs. As entrevistas são intercaladas com sequências artísticas e experimentais, seja de performances ou de paisagens. Há também uma bela trilha sonora, com 15 músicas, sendo que pelo menos 3 delas são homônimas ao longa-metragem. Saudade aborda a busca da permanência pela arte, tanto do próprio diretor, que busca em outras vozes um sinônimo do seu sentimento, quanto de quem se coloca para falar em frente a uma câmera.

Diretor do maravilhoso Baile perfumado (1997), de Deserto feliz (2011) e de País do desejo (2011), imagina-se que em Saudade Paulo Caldas iria tomar um rumo mais poético – o que não deixa de ser verdade. Porém, assim como em toda sua filmografia, há também algo de político na saudade. Muito mais do que a simples representação de um sentimento, o termo cunha uma série de divergências na própria língua portuguesa que representam cada uma das nações que foram entrevistadas no documentário.

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Tags: Ana Guerra MarquesCinemaCinema BrasileiroCrítica CinematográficaDocumentárioFadoMarta NehringPaulo CaldasResenhasaudade

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