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‘Mobile Suit Gundam’ vai além das convenções de sua época para tornar-se um clássico

Em uma época em que animes de robôs gigantes eram apenas desculpas para vender brinquedos, 'Gundam' ousou ser um drama sobre guerra.

porDavid Ehrlich
28 de maio de 2018
em Televisão
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'Mobile Suit Gundam' vai além das convenções de sua época para tornar-se um clássico

Imagem: Reprodução.

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Uma das mais influentes franquias japonesas de ficção científica, Gundam conta com inúmeras séries de TV, filmes, quadrinhos, vídeo games e todo tipo de mídia com a qual é possível imaginar, sendo referida às vezes como o “Guerra nas Estrelas japonês”. Serviu de inspiração para outras franquias de sucesso, como Macross e Neon Genesis Evangelion, e é considerada responsável por revolucionar o gênero “mecha” (histórias de robôs gigantes pilotados por humanos).

E, ainda assim, é impressionante como muitas pessoas, mesmo fãs assíduos de animes, cometem o erro de deixar passar a série original que começou tudo isso. E consigo apenas me perguntar: por quê?

Criada, escrita e dirigida em 1979 por Yoshiyuki Tomino, Mobile Suit Gundam foi ao ar em uma época em que a maioria dos programas de mechas ainda era tratada como pouco mais que comerciais de brinquedos, com enredos fracos voltados apenas para vender robôs para crianças; estes robôs, aliás, sendo retratados quase como super-heróis gigantes.

Mais do que na história, porém, Gundam é focado no drama dos personagens, que são profundos e bem-desenvolvidos.

Portanto, imaginem a surpresa dos jovens japoneses quando, no lugar dos típicos super-heróis, em Mobile Suit Gundam, os robôs são tratados como meras armas de guerra, não diferentes de tanques ou aviões – a base do que mais tarde viriam a ser conhecidos como animes de “Robôs Reais”. O próprio Gundam, o mecha gigante que dá nome à série, aparece notavelmente pouco em cada episódio.

Não que a série não seja recheada de ação, é claro, e essa, aliás, é bastante criativa e épica. Embora tenha tido uma produção consideravelmente barata, ela reutiliza cenas bem menos que outras séries da mesma época (o que, para os padrões atuais, infelizmente ainda significa que a animação é um tantinho repetitiva), e os cenários das batalhas estão constantemente mudando, seja para o espaço, o ar, a terra firme e inclusive embaixo d’água.

Mas não foi apenas na representação dos robôs que Gundam diferenciou-se dos animes anteriores e marcou história: seu enredo era complexo, cheio de histórias paralelas e pesado na ficção científica. Fugindo da história batida de humanos defendendo a Terra de alienígenas que querem governa-la, a série é ambientada no ano 0079 do “Século Universal”, após a humanidade se expandir para fora dos limites da Terra (vivendo em estações orbitais que seguem princípios científicos um tanto realistas, quando você pesquisa a respeito), e foca-se em uma guerra entre humanos, que estoura quando o Principado de Zeon, a estação orbital mais distante da Terra, declara independência do restante da Federação Terrestre.

Devido, porém, ao imenso poderio militar de Zeon – resultante principalmente de seus robôs mechas chamados Zakus -, o conflito se alastra por todas as estações e todos os continentes da Terra, matando metade da humanidade em menos de um ano. A série começa quando seu protagonista, o jovem Amuro Ray, vê seu pacato lar na estação Side 7 ser atacado por uma força Zeon, e ao tentar defender seus conhecidos, acaba descobrindo o Gundam, o mecha que a Federação estava construindo em segredo como uma resposta aos Zakus. Apertando apenas alguns botões, Amuro de repente vê-se mergulhando de cabeça no conflito.

Mais do que na história, porém, Gundam é focado no drama dos personagens, que são profundos e bem desenvolvidos. Eu sei, pode soar um tanto inacreditável e ridículo vindo de um anime sobre lutas entre robôs gigantes, ainda mais para quem não está acostumado com o gênero, mas é verdade. Especialmente Amuro, que passa por um arco bastante complexo: saindo de sua vida cotidiana e entrando na guerra quase por acidente, a percepção de que suas ações resultam na morte de pessoas inicialmente lhe é insuportável; vendo, porém, que não fazer nada é ainda pior, ele se obriga a continuar lutando e lutando e lutando, até que a guerra se torna uma parte tão intrínseca de seu espírito que se vê incapaz de voltar a uma vida civil, sem, porém, considerar-se um igual perante seus companheiros militares.

Mas não é apenas Amuro: os outros personagens da série também mostram a extensão da natureza humana que a guerra revela, seja os conflitos pessoais, tensões entre gerações ou até os amores que vão surgindo, de ambos os lados. A guerra entre a Federação e Zeon, assim, não é uma simples luta entre bem e mal, com personagens de ambos os lados tendo suas características redentoras.

Infelizmente, tudo isso foi uma surpresa tão grande na época que ninguém se interessou por continuar assistindo a série. Afinal, se ainda hoje Gundam surpreende o público desavisado, imaginem quando um anime mecha complexo e profundo não soava tão atraente. A tal ponto, que a série foi cancelada com apenas 39 dos 52 episódios originalmente planejados devido aos baixos índices de audiência, e Tomino teve que implorar muito por mais quatro episódios para Mobile Suit Gundam ter um final digno. E um final digno teve, o melhor possível, tanto em animação, tensão e conclusão para todo o desenvolvimento dos personagens e do universo que a série criou.

Tags: AnáliseAnimeCríticaFicção CientíficafuturoJapãomechasMobil Suit GundamResenharesumoSeriadossérie animadasérie japonesaSériesTVTV Review

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