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‘Dr. Fantástico’: fantástico mesmo é como se mantém atual

Mesmo 54 anos após seu lançamento, o longa de Stanley Kubrick 'Dr. Fantástico' poderia muito bem contar histórias de 2018.

porBernardo Vasques
16 de junho de 2018
em Cinema
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'Dr. Fantástico': fantástico mesmo é como se mantém atual

Imagem: Reprodução.

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“Um bom filme nunca envelhece”. Você com certeza já ouviu este clichê em algum lugar. Mas clichês são clichês por um motivo, e, por mais reducionista que esse seja, é verdadeiro. Um filme tem a capacidade de recontar a realidade, de avaliar, sob infinitas óticas, o contexto no qual é produzido e de pontuar idiossincrasias da sociedade que insistem em se repetir ao longo do tempo. E neste caso, o filme é Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick.

O longa satiriza as tensões da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética a partir do General Jack D. Ripper (Sterling Hayden), comandante de uma base aérea americana, que, ao temer um ataque russo, ordena a execução do “Plano R”, um bombardeio nuclear em território soviético. Ripper dá ordem por conta própria, ferindo a hierarquia, e ainda bloqueia todas as comunicações via rádio para que nada impeça a realização do ataque.

Ao saber disso, o presidente dos EUA Merkin Muffley (Peter Sellers) se reúne com os demais generais do exército na sala de guerra do Pentágono, em busca de uma solução para que o ataque seja interrompido, precisando inclusive da presença do embaixador soviético e de contato com o presidente russo por telefone.

O obra atribui a situação caótica instaurada à comunicação mal feita entre lideranças, e faz questão de banalizá-la a todo momento, tudo para indicar as extremas consequências da falta de diálogo efetivo. Feito por pessoas confusas e errantes, o gerenciamento da crise só se torna mais difícil a partir do momento que todos parecem encarar tudo com aparente descaso, como quando o General Turgidson (George C. Scott), principal comandante da força aérea, descobre sobre o ataque quando está no banheiro, e sua amante está no telefone com um dos subordinados do militar, repassando as informações. Ou também quando, após diversas tentativas de contato, o diálogo por telefone entre os presidentes de Estados Unidos e União Soviética é baseado apenas em competir para ver qual dos dois está mais arrependido com a situação, além da carência por conversa do russo.

Um dos elementos que tornam uma piada engraçada é a sensação de superioridade. Isto é, rimos de pessoas tomando atitudes estúpidas e mal planejadas pois isso faz com que nos sintamos mais inteligentes. Esta premissa é o que dá a tônica do ritmo cômico de Dr. Fantástico. Assistindo ao filme, o espectador se pergunta, a todo momento: “como pode essas pessoas serem tão perdidas sendo que lidam com algo tão importante? Até eu faria melhor”. Por isso, Kubrick é muito feliz ao optar pelo gênero da comédia, pois, a partir da estupidez de seus personagens, critica os políticos e a diplomacia americana.

Stanley Kubrick construiu um longa-metragem capaz de identificar uma lógica na política americana, que, de tão consolidada, chega a ser cômica.

Mas pera aí…eu já não vi isso em algum lugar?

Tensões nucleares encabeçadas por um líder autoritário, errante, por vezes incontrolável. Além de tudo, é um nacionalista lunático que cria teorias da conspiração para justificar seus atos – ou alguém acha que a ideia da fluoretação da água do general Ripper é verdade? -, e que toma atitudes no mais puro impulso.

Relações extra-conjugais, política beligerante e um governo que constantemente rotula controvérsias a seu respeito como falsidade. Isso que ainda nem falamos do personagem que dá nome ao filme, apesar dos pouquíssimos minutos de tela. Ele é Dr. Fantástico (Peter Sellers), um estrategista militar, desenvolvedor de armas e ex-nazista, uma caricata figura que chega a sentir paixão e excitação sexual ao falar de guerra nuclear, um estranho amor que carrega até em seu nome (Dr. Strangelove, em inglês). Tudo isso ainda se passando nos Estados Unidos.

A esse ponto, os nomes aos bois da vida real nem precisam ser dados, mas certamente algumas pessoas já vieram à cabeça.

Não, Stanley Kubrick não previu o futuro. Ele apenas construiu um longa-metragem capaz de identificar uma lógica na política americana, que, de tão consolidada, chega a ser cômica. Um filme que, de tão inteligente, se transmitido para a realidade, cria um template ,no qual, por mais que as pessoas e os contextos sejam diferentes, a previsibilidade é sempre a mesma.

Sátira política? Profecia? Petter Sellers em estado de graça interpretando TRÊS personagens? Chame do que quiser, mas Dr. Fantástico é, certamente, mais uma preciosidade no enorme baú do tesouro que é a filmografia de Stanley Kubrick.

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Tags: CinemaCríticaCrítica CinematográficaDr. FantasticoDr. StrangeloveFilm ReviewGeorge C. ScottMovie ReviewPeter SellersResenhaStanley KubrickSterling Hayden

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