Hoje, o empreendedorismo vive uma era de ebulição. Em qualquer mídia, assuntos como economia colaborativa e criativa, startups e negócios autônomos vêm chamando a atenção das pessoas e, de fato, as iniciativas vêm apresentando um ritmo crescente. Calma leitor, você não se confundiu e entrou num artigo da revista Exame, isso é apenas pra que você entenda em que cenário o reality show Shark Tank Brasil se mostra mais interessante.
Em sua terceira temporada no Brasil, Shark Tank Brasil é um formato consagrado no mundo inteiro. Trata-se de um “reality corporativo”, gênero que consagrou programas como O Aprendiz, comandado pelo empresário Roberto Justus e pelo, hoje, candidato ao governo de São Paulo, João Dória Jr., na Record (e que, reza a lenda, ganhará uma nova temporada na Band). Mas nesse, as provas e a formação de equipe dá lugar a uma reunião de negócios televisionada, conforma narramos em outro artigo no portal (leia aqui).
Aqui, os empresários ou aspirantes a empresários apresentam suas ideias para cinco jurados, chamados de “tubarões”, que irão, às vezes literalmente, decidir se compram aquela ideia ou não. O time de tubarões é formado por empresários de altíssima relevância no mercado nacional. São eles: João Appolinário, dono de uma empresa varejista multicanal, Caíto Maia, dono de uma das maiores empresas de acessórios da América Latina, Robson Shiba, dono de uma rede de restaurante asiáticos, Camila Farani, uma especialista em empreendedorismo e Cristina Arcangeli, uma referência no mercado de cosmetologia brasileiro (inclusive, figurinha carimbada em edições anteriores de O Aprendiz).
Depois de uma primeira temporada capenga com os jurados sem entender muito bem seu papel ali e uma segunda temporada um pouco mais simpática, agora esse parece ter sido o momento em que tudo engrenou. Agora mais do que nunca, os jurados têm química e um papel muito bem delineado na narrativa do programa. As histórias dos empreendedores também não ficam atrás, se antes achar uma história que comovesse de fato era raro, agora os produtores parecem ter ficado mais exigentes. Não vá esperando uma “jornada do herói” digna de programa dominical de TV aberta, mas há algumas histórias ali que fazem o telespectador ficar um pouco mais atento.
Agora mais do que nunca, os jurados têm química e um papel muito bem delineado na narrativa do programa.
Mas como nem tudo são flores, o programa ainda tem um erro que destoa demais de toda sua composição: a apresentação. O formato original não possui apresentação, mas aqui no Brasil ela se faz necessária por uma questão comercial (o apresentador fica responsável por inserir ações de merchandising durante o programa) e por uma questão cultural mesmo, programas de televisão sem apresentador ainda são uma anomalia no Brasil. Entretanto, a costura feita por Erick Krominski ainda é considerada “forçada”. Já no primeiro episódio, fica transparente pro telespectador mais incauto a total falta de naturalidade em uma inserção de um dos patrocinadores do programa (um banco). A produção já se atentou a necessidade de um apresentador, o que é louvável, mas agora precisa melhorar o roteiro de Erick ou colocar outro jornalista em seu lugar.
No mais, Shark Tank Brasil consegue deixar um assunto como empreendedorismo menos maçante e mais divertido, sendo uma grata surpresa as pessoas que pensam que o mesmo só ganha espaço na TV em programas maçantes como o Pequenas Empresas, Grandes Negócios.