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‘Boas meninas não fazem perguntas’: por que lemos distopia?

Em ‘Boas meninas não fazem perguntas’, Lucas Mota faz leitura crítica da realidade.

porJonatan Silva
14 de novembro de 2018
em Literatura
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‘Boas meninas não fazem perguntas’: por que lemos distopia?

Imagem: Reprodução.

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Promessas de abolição de livros. Censura do pensamento. Criação de raças “puras”. Divisão dos indivíduos em classes. Um mundo povoado por androides ou comandado pelo Terceiro Reich. Essas são algumas das premissas de clássicos distópicos. Não há dúvidas de que a humanidade é cíclica: depois de décadas de certa calmaria – principalmente no ocidente –, o mundo está experimentando novamente aquilo que o historiador Eric Hobsbawm chamou de era dos extremos. Os conflitos entre sujeitos de diferentes pensamentos ou correntes ideológicas estão mais fortes; a intolerância – seja ela qual for – está ganhando voz; e as minorias são obrigadas “a se adequar”.

Boas meninas não fazem perguntas, do escritor curitibano Lucas Mota, mistura esses elementos em uma vertiginosa descida aos mais longínquos círculos do inferno. Na obra, financiada em uma arrecadação coletiva na internet, as mulheres são exibidas em vitrines e vendidas como mercadoria para os homens. Usam uma espécie de coleira que dá choques em caso de fuga e são controladas por um tablet. Um homem rico pode ter quantas esposas quiser e pode fazer com elas o que bem entender.

Boas meninas não fazem perguntas não é um livro idealista ou de uma bravura romântica. Basta escrutinar Marina para perceber a essência da garota.

Como n’O Conto da Aia, de Margaret Atwood, as mulheres são pouco mais que um pedaço de carne entregue em uma loja assim que possível. Marina, como Offred, não aceita inteiramente a sua condição. Mota faz da menina – magrela e quase insipiente – uma heroína ao explorar a personalidade da protagonista. Como se examinasse os detalhes com uma lupa, o escritor tece um jogral de fatos – o Protocolo Mud, que justifica o apocalipse – para levar leitor e personagens ao fundo do poço. Boas meninas não fazem perguntas não é um livro idealista ou de uma bravura romântica. Basta escrutinar Marina para perceber a essência da garota.

Ao se aventurar em um gênero que parece tão distante do escritor brasileiro, Lucas Mota envereda com ousadia em um caminho ainda a ser desbravado. Ao mesmo tempo, cria uma narrativa capaz de prender o leitor pelo suspense – graças à estrutura episódica e o MacGuffin que deixa ao longo da trama. O enredo tem fôlego e é capaz de captar e capturar o leitor sem que seja preciso usar o óbvio.

Por sinal, Boas meninas não fazem perguntas não é “advinhável”, ao contrário, Mota sabe levar o leitor pela mão durante o passeio pelo jardim dos caminhos que bifurcam. Há um pé na realidade, um contato imenso com o que qualquer pessoa pode encontrar em qualquer jornal ou site de notícias. Muito mais que um romance, Mota constrói uma leitura crítica da sociedade e dos caminhos estranhos que parece seguir. Boas meninas não fazem perguntas é uma polaroide de nossos tempos.

BOAS MENINAS NÃO FAZEM PERGUNTAS | Lucas Mota

Editora: Independentes;
Tamanho: 154 págs.;
Lançamento: 2018.

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Tags: Boas meninas não fazem perguntasCrítica LiteráriaDistopiaficção cinetíficaLiteraturaLiteratura IndependenteLucas MotaResenhaResenha de LivrosRomance

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