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‘A Grande Luta’: a vida crucis de Acácio Pequeno

Aos moldes do jornalismo literário, Adriano Wilkson retrata, em ‘A Grande Luta’, via crucis de lutador de MMA em busca de reconhecimento.

porJonatan Silva
28 de novembro de 2018
em Literatura
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‘A Grande Luta’: a vida crucis de Acácio Pequeno

Imagem: Reprodução.

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Em 1974, Muhammad Ali foi ao Zaire – atual República Democrática do Congo – para enfrentar George Foreman, no embate que seria chamado de “a maior luta de boxe do século XX”. No encalço de Ali estava o escritor e jornalista Norman Mailer. O resultado desse jogo de gato e rato seria um dos livros mais icônicos do jornalismo literário, A Luta, uma viagem entre os medos e desejos de dois nomes importantes do esporte.

Seguindo os passos de Mailer, o repórter Adriano Wilkson foi por vários meses a sombra de Acácio Pequeno, lutador de MMA em busca de um lugar ao sol no UFC e que, apesar do apelido, é uma muralha de quase dois metros de altura. A Grande Luta, publicado pela todavia e que nasceu como uma reportagem narrativa sobre o ritual assombroso de um lutador que desidrata em um motel para perder peso, é o retrato pouco convencional do lado obscuro do octógono e dos mecanismos que regem o esporte.

Wilkson, confesso desinteressado pelas lutas, pouco a pouco está imerso em Acácio. Não exatamente no atleta, mas no ser humano que tenta estabelecer uma carreira sólida, porém esbarra nos entreves – tantas vezes invisíveis – e acaba por sustentar a família como vigilante. Em um jogo de espelhos, A Grande Luta se vale do detalhamento psicológico de seus personagens para criar o zeitgeist da modalidade.

À medida que o livro avança, o leitor percebe que a grande luta de Acácio não tem outro adversário senão os obstáculos que são colocados – um a um – à sua frente. Acácio Pequeno é o seu próprio Foreman.

Sem prender-se à mitologia que ronda o MMA, o autor percorre o histórico da luta: dos tempos do vale-tudo ao entretenimento para toda a família – e como a pancadaria desenfreada se tornou em um lucrativo esporte ordenado e cheio de regras. Não há cinismo – por parte do jornalista – ao transpor esses limites, entretanto, são inegáveis os sacrifícios dos atletas cujo objetivo é ser contratado pelo UFC. O paralelo mais preguiçoso seria o do jogador de futebol de categoria de base que sonha em ser comprado por time grande. A ideia é mesma.

Publicado em um momento no qual a cobertura jornalística está às mínguas e a apuração se resume a poucos telefonemas, o livro é um relicário da determinação de um brasileiro às margens.

Relicário

Acácio Pequeno não tem nem dois mil seguidores no Facebook. Está longe do estrelato e cada vez mais distante do seu sonho. E isso faz dele um personagem ainda mais fascinante. Wilkson – que agora está às voltas com o caso do assassinato do ex-jogador Daniel, morto após uma festa em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba – vai desenhando a frustração do lutador enquanto observa outros nomes do MMA que ascendem muito mais rápido.

Os nuances se desdobram em tensões narrativas que conduzem o leitor pelo backstage antes e depois da luta, pela sala de espera do hospital, enquanto a esposa de Acácio está em trabalho de parto, ou após o atleta descobrir que a sua próxima luta – a primeira em vários meses – foi cancelada.

A Grande Luta é um livro sui generis no jornalismo brasileiro. Publicado em um momento no qual a cobertura jornalística está às mínguas e a apuração se resume a poucos telefonemas, o livro é um relicário da determinação de um brasileiro às margens.

A GRANDE LUTA | Adriano Wilkson

Editora: todavia;
Tamanho: 192 págs.;
Lançamento: Março, 2018.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: A Grande LutaAcacio PequenoAdriano WilksonBook ReviewCrítica LiteráriaEditora TodaviaGeorge ForemanJornalismoJornalismo LiterárioLiteraturaMMAMuhammad AliNew JournalismNorman Mailernovo jornalismoResenhaUFC

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