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A desconstrução da final girl

Coluna discute como algumas narrativas de horror desconstroem o arquétipo da final girl nos filmes de horror.

porRodolfo Stancki
20 de fevereiro de 2019
em Espanto
A A
A desconstrução da final girl

Imagem: Reprodução.

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Dentro das narrativas de horror, a final girl é, via de regra, a única personagem feminina que não morre. É a heroína-vítima, que assiste à morte de todos os amigos, e fica frente a frente com a ameaça no fim do filme. O termo foi cunhado originalmente pela pesquisadora Carol J. Clover no livro Men, Women and Chainsaw (1992), um clássico para entender a presença da mulher dentro do subgênero slasher.

Em títulos como Halloween (1978), Sexta-feira 13 (1980) e A Hora do Pesadelo (1984), a protagonista geralmente é uma jovem de recursos e capacidade de reflexão mais acentuada que a dos demais personagens. Nas palavras de Clover: “Sua esperteza, seriedade competência em questões mecânicas e práticas – além da relutância sexual – a distancia das demais garotas e, ironicamente,a torna uma aliada dos homens que teme ou rejeita”.

A presença da final girl é um recurso que coloca equilíbrio na narrativa. Na maior parte do tempo, acompanhamos as ações dos assassinos, interpretados majoritariamente por homens, atrás de suas vítimas, compostas quase sempre por uma maioria de mulheres. Ao mostrar o arco de negação, relutância e superação de uma heroína, diz Clover, os filmes de horror nos dão a perspectiva do lobo mau e da Chapeuzinho Vermelho.

Nenhuma obra parece ter ido tão longe ao subverter o uso da final girl quanto A Morte te dá Parabéns (2017).

Com o passar dos anos, a fórmula dos slashers – e por consequência o próprio uso da final girl – foi desconstruído. Em Pânico (1996), o diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson usam da metalinguagem para brincar com as regras do subgênero e colocam a protagonista para fazer sexo com o namorado, que é o vilão da trama. O mesmo acontece em O Segredo da Cabana (2011), Terror nos Bastidores (2015) e no recente You Might Be the Killer (2018), que basicamente reconhecem os arquétipos estabelecidos por Clover. Mas nenhuma obra parece ter ido tão longe ao subverter o uso da final girl quanto A Morte te dá Parabéns (2017).

Pós-moderno por essência, essa costurado com diferentes gêneros e conceitos mostra o assassinato de Tree Gelbman (Jessica Rothe), uma irritante estudante universitária que transa com um professor casado e trata com arrogância todos ao seu redor. Num enredo qualquer de Sexta-Feira 13, essa personalidade unidimensional a candidataria a ser a primeira vítima de Jason. Aqui, no entanto, cada vez que morre, ela acorda no início do dia novamente.

Conforme a narrativa vai avançando – e Tree morrendo – o público descobre outros aspectos da personalidade dela. Os problemas com o pai, a desconfiança com outros homens e o desgosto que sente com o papel que cumpre em sua irmandade atribuem complexidade à personagem. A ponto de criarmos simpatia por seus defeitos e a abraçarmos como protagonista.

De primeira vítima, a heroína gradativamente se torna a final girl de seu próprio enredo (ainda que, em alguns dias, ninguém morra além dela mesma) sem precisar recorrer a qualquer metalinguagem ou aceno para o público. E como a jornada é focada apenas na perspectiva da personagem, nunca chegamos a ter o ponto de vista do lobo mau.

Tags: A Morte te dá ParabénsCarol J. CloverCinema de Horrorfilme de horrorFinal GirlHappy Death DayHorrorJessica RotheMen women and chainsawPânicoSlasherWes Craven

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