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‘Três Cristos’ explora relação entre doença mental e empatia

Filme baseado em fatos, ‘Três Cristos’ aborda a humanização da psiquiatria ao mostrar estudo com três pacientes que acreditavam ser Jesus Cristo. A obra reforça a lista de cinebiografias que investem no binômio empatia/ciência.

porTiago Bubniak
4 de maio de 2021
em Cinema
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Três Cristos, de Jon Avnet

Clyde Benson (Bradley Whitford), Joseph Cassel (Peter Dinklage) e Leon Gabor (Walton Goggins): tratamento inovador para a esquizofrenia. Imagem: Divulgação.

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Na década de 1950, a lista de tratamentos para as pessoas diagnosticadas com transtornos mentais era muito bem definida: coma induzido por insulina, prescrição de antipsicóticos, terapia com eletrochoque e lobotomia pré-frontal, ou seja, a retirada de uma parte do cérebro. O uso de psicoterapia era mínimo.

Como se vê, o protocolo clínico tradicional não tinha nada de sutil. Imperava a agressividade, a intervenção profunda e traumas decorrentes desses procedimentos. Incomodado com tudo isso, o psiquiatra Alan Stone resolveu investir em um tratamento bem mais humanizado. No caso, lançar em uma sala três pacientes esquizofrênicos que acreditavam ser Jesus Cristo e acompanhar criteriosamente o comportamento do grupo, avaliando possíveis avanços e retrocessos do experimento. E, claro, sem qualquer eletrochoque.

Essa história baseada em fatos é contatada no filme Três Cristos (2017), adaptação do livro The Three Christs of Ypsilanti, de Milton Rokeach. Alan Stone é interpretado por Richard Gere. Clyde Benson (Bradley Whitford), Joseph Cassel (Peter Dinklage) e Leon Gabor (Walton Goggins) dão vida aos três “Cristos” do título em português do filme que, originalmente, chama-se State of Mind.

O roteiro de Eric Nazarian e do próprio diretor, Jon Avnet, é sóbrio e didático. É um roteiro que flui, enredando com delicadeza o espectador em sua teia, em seu suave motivar da curiosidade. Como os três pacientes vão interagir? Haverá mais progressos, recuos ou a oscilação constante entre ambos? Existirá cura? Boicote de colegas? Inveja? Busca de holofotes em detrimento da empatia para com os pacientes? O roteiro “brinca” (frise-se as aspas) com essa enxurrada de interrogações.

O mergulhar na empatia proposto por Alan Stone, que é permanentemente acompanhado por sua auxiliar Becky (Charlotte Hope), não vem descolado de empecilhos. Há uma cena bastante simbólica a respeito disso na qual uma de suas superiores (Jane Alexander) cita um poema para falar sobre o impacto que o fazer diferente do convencional pode causar. “Existe um poema de Emily Dickinson, ‘But let a splinter swerve’. É sobre o poder de uma ideia original. Sobre como ele pode mover montanhas e deixar um campo de destroços em seu rastro. O seu trabalho é inovador, brilhante e perigoso. Decida se as conquistas superam os riscos óbvios”, diz ela ao protagonista.

Acompanhar em que medida essa ‘ideia original’ do doutor Stone causa ‘destroços em seu rastro’ é um processo curioso, repleto de menções à psiquiatria, a minúcias que ajudam a desvendar segredos da trajetória e da personalidade de cada personagem.

Acompanhar em que medida essa “ideia original” do doutor Stone causa “destroços em seu rastro” é um processo curioso, repleto de menções à psiquiatria, a minúcias que ajudam a desvendar segredos da trajetória e da personalidade de cada personagem. E que fique bem claro: não só dos pacientes.

Três Cristos é um filme que dialoga profundamente com Nise: O Coração da Loucura (2016), obra dirigida por Roberto Berliner e que mostra o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira. Na década de 1940, no Rio de Janeiro, ela revolucionou o tratamento de pessoas com transtornos mentais ao usar a arte para substituir eletrochoques e cirurgias no cérebro.

Três Cristos também tem seu potencial de fazer o espectador lembrar-se de cinebiografias recentes de personalidades fortes, que mudaram o mundo entrelaçando desenvolvimento científico e empatia. Ou seja, cientistas geniais que defenderam o progresso promovido por sua ciência para buscar melhorar a vida dos outros. É o caso de Radioactive (2019), de Marjane Satrapi, e A Espiã Vermelha (2018), de Trevor Nunn. O primeiro conta a história de Marie Curie, primeira mulher a ganhar o Nobel pela descoberta da radioatividade. O segundo, por sua vez, mostra a vida de Joan Stanley, britânica que ficou conhecida como “a vovó espiã” por passar segredos da bomba atômica para a Rússia.

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