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‘Casa Gucci’ é opera bufa e caricata sobre a ganância

Lady Gaga brilha como a protagonista de 'Casa Gucci', filme de Ridley Scott que retrata de forma paródica e não realista a célebre família italiana que dá nome a uma das marcas mais sofisticadas do mundo da moda.

porPaulo Camargo
9 de dezembro de 2021
em Cinema
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'Casa Gucci' é opera bufa e caricata sobre a ganância

Muito criticado, 'Casa Gucci' tem seu valor. Imagem: Reprodução.

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Engana-se quem vai assistir a Casa Gucci, filme do diretor britânico Ridley Scott (de Gladiador) em cartaz nos cinemas, acreditando se tratar de um retrato íntimo do mundo da moda. Tampouco é uma saga familiar italiana, à la Poderoso Chefão, como seu título pode sugerir. O longa-metragem, que já arrecadou perto de US$ 70 milhões ao redor do mundo, revela-se, para surpresa de muitos, uma especie de ópera bufa, excessiva e irregular, mas em muitos momentos inspirada, sobre a ganância.

Mais do que propriamente a respeito da família Gucci, fundadora de uma das marcas mais sofisticadas e bem-sucedidas da moda mundial, o filme conta como o clã perdeu total controle sobre a grife por conta da própria incompetência na condução dos negócios e da entrada em cena de um elemento desagregador, cuja ambição excessiva termina por fazer desmoronar o que já era muito frágil. Essa intrusa é Patrizia Reggiani, uma jovem de classe média que vê a oportunidade de ascender socialmente quando se casa com Maurizio Gucci.

Lady Gaga e Adam Driver
Lady Gaga e Adam Driver: estética do excesso em ‘Casa Gucci’. Imagem: Divulgação.

Maior do que a vida, Patrizia é uma personagem imensa, que toma conta do filme.

Vivida com fogo e paixão por Lady Gaga, que reafirma seu talento dramático revelado em Nasce uma Estrela, Patrizia é uma personagem complexa. Ainda que dê evidentes sinais de ser ambiciosa, e de ter, desde o início de sua relação com Maurizio (Adam Driver), ficado inebriada com a ideia se se tornar uma Gucci, ela, sim, cai de amores pelo jovem herdeiro, estudante de Direito, pouco à vontade com o peso do sobrenome.

Rejeitada pelo pai do marido, Rodolfo (Jeremy Irons), que a vê apenas como uma alpinista social, Patrizia é paciente. O jogo muda quando ela conhece o tio de Maurizio, Aldo (Al Pacino), que se deixa encantar pela beleza e pelo charme algo vulgar de Patrizia e quer trazê-la para seu lado. Como seu filho, Paolo (Jared Leto), é, em suas palavras, “um idiota” sem qualquer talento para a moda ou os negócios, o empresário aposta no sobrinho.

É interessante a opção de Scott de, ao apresentar os integrantes do clã Gucci, evitar um tom mais realista. Rodolfo e, sobretudo, Aldo e Paolo são caricatos, ridículos até, dos sotaques italianos exagerados (os personagens falam inglês) à linguagem corporal, passando por seus figurinos e suas posturas. Há algo canastrão em todas as atuações, e nos próprios personagens, que parecem ser escolhas do roteiro e do diretor, que os coloca sob uma lente de aumento, os distorcendo.

Essa opção pelo caricato, que beira o bufo, tem causado incômodo em muitos, inclusive na própria família Gucci, muito ofendida com a forma como foi retratada. Parte da crítica e do público também não engoliu a abordagem novelesca, quase histriônica do filme, construído em torno da ascensão e queda de Patrizia, que, em 1995, encomendou a morte de Maurizio, em um ato extremo de vingança contra o marido, que a abandonou para unir-se a outra mulher, justamente quando ascende a uma posição de liderança dentro da marca da família.

Maior do que a vida, Patrizia é uma personagem espaçosa, que toma conta do filme. Passional, expressiva, exagerada nos gestos, roupas e atitudes, ela proporciona a Lady Gaga a possibilidade de mostrar o que é capaz de fazer como atriz. Embora tudo que faz, diz e sente pareça sempre exagerado, nunca soa falsa, porque Gaga a coloca na tela por inteiro. É um baita desempenho, que encontra sutilezas no excesso, no patético.

Excessivamente longo, e com um roteiro um pouco frouxo, que faz com que o a narrativa perca o ritmo, Casa Gucci é, sim, problemático. No entanto, também é forte candidato a se tornar cult justamente graças à ousadia de fugir do formato mais documental, “inspirado em fatos reais”, para apostar em um tom e uma forma que nos tira da zona de conforto como espectador.

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Tags: Adam DriverAl PacinoCasa GucciCinemaCrítica CinematográficaFilm ReviewJared LetoJeremy IronsLady GagamodaMovie ReviewResenhaRidley Scott

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