Ainda inédito no Brasil, o filme The Crater Lake Monster (1977) é uma incompreensível narrativa de monstro gigante que passeia pela comédia escrachada e pela violência típica do cinema de exploração típico dos Estados Unidos da década de 1970. Única produção dirigida por William R. Stromberg, a obra só merece algum destaque por causa dos efeitos visuais idealizados por David W. Allen.
O técnico do stop motion, um dos herdeiros de Ray Harryhausen ao lado de Jim Danforth e Phil Tippett, começou a carreira com Equinox (1970). Embora tenha trabalhado em grandes produções, como Willow – Na Terra da Magia (1988) e Caça-Fantasmas 2 (1989), Allen passou boa parte de sua carreira elevando a qualidade de tranqueiras como The Crater Lake Monster. Não por acaso, um dos seus grandes parceiros nos últimos anos de sua carreira foi o produtor Charles Band.
A presença da criatura melhora a imagem, o enquadramento e até a atuação do elenco. É quase como se fosse um filme diferente.
O longa de Stromberg é uma confusão. Começa com uma equipe de exploradores investigando uma caverna na região do Lago Crater, no norte da Califórnia. Lá, descobrem indícios de um dinossauro aquático pré-histórico. A equipe foge do local quando um meteoro cai no local. Meses depois, um policial tenta investigar o desaparecimento de turistas enquanto dois pescadores atrapalhados alugam barcos para celebridades e políticos poderem pescar.
O monstro faz pequenas aparições, entre uma cena e outra. A presença da criatura melhora a imagem, o enquadramento e até a atuação do elenco. É quase como se fosse um filme diferente. O roteiro de Stromberg e de Richard Cardella, que interpreta o xerife da cidade, inclui ainda um ladrão maníaco e uma perseguição de carro absolutamente gratuita.
De acordo com as poucas informações disponíveis sobre o filme na rede, a produção sofreu com cortes de verbas e interferência da produtora, Crown International. Mudaram a ordem das cenas, deixaram de lado momentos importantes que haviam sido rodados e usaram uma trilha sonora que em nada tinha a ver com a proposta original do diretor.
O próprio Allen, segundo dados da American Film Institute, largou a produção depois de duas semanas no papel de animador. Os assistentes Randy Cook e Phil Tippett terminaram o serviço. O clímax, quando o dinossauro enfrenta um trator, é o único momento genuinamente interessante da obra.
Só veja pela curiosidade, mas esteja avisado: é ruim.
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