O primeiro episódio da quinta temporada da série The Handmaid’s Tale já está disponível no Brasil pelo serviço de streaming Paramount+. A produção, que toma como base o romance O Conto da Aia, da escritora canadense Margaret Atwood, tem como ponto de partida um golpe teocrático que transforma boa parte do território dos Estados Unidos em uma nação ultraconservadora chamada Gilead. Novos episódios são lançados todos os domingos.
Nesse país fictício, a maior parte das mulheres se tornou infértil e aquelas que ainda têm a capacidade reprodutiva preservada são transformadas em aias, responsáveis por produzir herdeiros para as famílias que as recebem, mantendo relações forçadas com os generais de alta patente no país. São transformadas em escravas sexuais numa ordem social autoritária, machista e misógina.
Nesta nova temporada, a trama é retomada após a protagonista, vivida por Elizabeth Moss, vencedora do Emmy de melhor atriz pelo papel, conseguir colocar em prática seu plano de vingança contra o comandante Waterford (Joseph Fiennes, de Shakespeare Apaixonado), que a violentou repetidas vezes. O primeiro episódio é perturbador e anuncia o surgimento de uma espécie de guerrilha de ex-aias contra Gilead, com a participação de novos e inesperados aliados.
Na quarta temporada, June havia conseguido finalmente sair de Gilead e reencontrado o marido, Luke (OT Fagbe) e uma das filhas, concebida já como aia em Gilead, no Canadá, mas essa “libertação” não conseguiu aplacar sua sede de vingança.
A julgar pelo primeiro episódio, esta quinta temporada promete vastas emoções, embora a série já apresente sinais de cansaço.
Após o brutal assassinato de Waterford, muito bem encenado, a personagem, em visível estado de desequilíbrio emocional, tentará recuperar a filha, Hannah, tirada de seus braços e dada para adoção a uma família de Gilead.
Luke estará ao lado dela nessa empreitada, que, de certa forma, afasta a série ainda mais do livro que a originou, base apenas para o primeiro e premiadíssimo ano da série.
Mas, como Atwood é produtora executiva, a integridade do universo de O Conto da Aia, não tanto o enredo, está preservado.
Também terá grande destaque nesta quinta temporada a ambígua Serena Joy (Yvonne Strahovski, de Dexter), mulher de Waterford, que agora terá de lidar com o luto e se reinventar – tudo isso enquanto espera um filho. Ela passará a ser a grande antagonista de June, ao mergulhar de cabeça no ideário fascista e reacionário de Gilead.
A julgar pelo primeiro episódio, esta quinta temporada promete vastas emoções, embora a série já apresente sinais de cansaço. June, a despeito de toda a sua complexidade, se tornou unidimensional, movida quase unicamente por sua sede por Justiça. Por conta disso, se tornou um tanto previsível. Ainda assim, The Handmaid’s Tale, por conta da escalada conservadora em muitos países do mundo, inclusive no Brasil, segue instigante e suscitando discussão muito pertinentes.
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