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‘O Outro Lado do Paraíso’ já mostrou que não tem medo de ser polêmica

porGabrielle Russi
1 de novembro de 2017
em Televisão
A A
O Outro Lado do Paraíso - Rede Globo

'O Outro Lado do Paraíso' estreou no dia 23 de outubro. Foto: Reprodução.

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A atual novela das nove da Rede Globo, O Outro Lado do Paraíso, do autor Walcyr Carrasco, que estreou no dia 23 de outubro, já mostrou que não tem medo de ser polêmica. A emissora, que há pouco tempo repetiu uma situação que prestava um desserviço à luta contra a violência doméstica em duas de suas telenovelas (veja aqui), traz agora em seu principal folhetim uma trama que tem o tema como assunto principal.

Os protagonistas são Clara e Gael (Bianca Bin e Sérgio Guizé), mas o personagem de Guizé não tem nada de mocinho, é na verdade um vilão. Logo no primeiro capítulo, por ciúmes, ele agrediu Renato (Rafael Cardoso) e ameaçou empurrá-lo em um penhasco. No segundo capítulo, novamente por ciúmes, ele interrompeu a própria festa de casamento e gritou com vários convidados.

A noite de núpcias entre ele e a mocinha, que tinha tudo para ser perfeita e romântica, foi de puro horror: cenas (veja aqui) fortes mostraram a professora sendo violentamente estuprada pelo marido. Em uma sequência de planos sensível e simbólica, o desespero de Clara diante do ato foi retratado com imagens dela, vestida de noiva, se afogando em um rio. Na cena seguinte, Clara aparece triste e decepcionada e durante uma conversa com Gael mostra as marcas que ficaram no seu corpo por conta da violência da noite anterior.

Clara é estuprada pelo marido. Foto: Reprodução.

No terceiro capítulo, Gael foi rude com Clara quando ela contou ter conhecido Elizabeth (Gloria Pires) e a proibiu de ter um telefone, jogando o aparelho num vaso com água. No quarto capítulo, ele atirou no chão, com violência, o prato especial que Clara havia preparado para ele.

No último sábado (28), mais um capítulo deixou o público perplexo: [highlight color=”yellow”]Clara foi espancada pelo marido.[/highlight] Na cena, o personagem de Guizé deu um tapa na cara da esposa, atirou um monte de revistas em sua direção e a agarrou pelos cabelos. Ao tentar fugir, Clara acabou caindo da escada. Ao ver a mulher sangrado, Gael se desespera e a leva ao hospital, onde foi atendida por Renato. O médico logo percebeu que o caso se tratava de violência doméstica e encorajou a moça a denunciar o marido, dizendo que ele seria preso no mesmo instante. Enfim, Clara não denunciou Gael. Antes da vinheta de encerramento, a Globo prestou um serviço social e informou o número do disque-denúncia, junto com a mensagem “Violência contra a mulher é crime. Denuncie”.

Ligue 180 - Rede Globo
Globo mostra aviso no final do capítulo. Foto: Reprodução.

[highlight color=”yellow”]O maior mérito do enredo é mostrar como é a construção de um relacionamento abusivo[/highlight]. Gael começou a trama como um bom moço rico que se apaixonou pela menina inocente do interior. Mas ele não controla suas emoções e fica violento. Quando se acalma, ele se desculpa, assume que foi bruto, parece arrependido e promete que o que aconteceu não irá se repetir.

É a típica cultura do morde e assopra: primeiro agride e depois faz um carinho e diz que não vai acontecer de novo, criando uma rede de manipulação que é difícil para a vítima sair, porque ela acredita que é amada e que esses momentos de violência são apenas lapsos de sanidade. Mas é tudo uma mentira. Esses “lapsos” são reflexos de um comportamento violento e abusivo que é generalizado: ele não é um detalhe, mas sim um sintoma de toda uma personalidade.

Clara vai parar no hospital após agressão do marido
Clara vai parar no hospital após agressão do marido. Foto: Reprodução.

Eu espero sinceramente que o autor trabalhe a personagem de Bianca Bin fugindo do estereótipo da mulher que só consegue sair dessa situação quando aparece outro homem.

Eu espero sinceramente que o autor trabalhe a personagem de Bianca Bin fugindo do estereótipo da mulher que só consegue sair dessa situação quando aparece outro homem. Torço para que, ao invés disso, ele mostre uma mulher forte, capaz de buscar ajuda e se libertar desse relacionamento abusivo. Pois assim vai trazer inspiração, reflexão para mulheres da vida real que passaram ou passam por situações semelhantes às de Clara.

Com sucessos consecutivos em diferentes faixas de horário, como Eta Mundo Bom! (2016), Verdades Secretas (2015) e Amor à Vida (2013), o dramaturgo Walcyr Carrasco abordará ainda outros assuntos espinhosos, tratando de diversos tipos de preconceitos. Marieta Severo é Sophia, a grande vilã da novela. Ela é mãe de Gael, Lívia (Grazi Massafera) e Estela (Juliana Caldas), filha que rejeita por ser portadora de nanismo.

Fora os já citados, temos ainda outros grandes nomes no elenco, como Fernanda Montenegro, como Mercedes; Lima Duarte, como Josafá; Eriberto Leão, como Samuel; Natalia Thimberg, como Beatriz; Luis Melo, como Gustavo; Eliane Giardini, como Nádia; Laura Cardoso, como Caetana, e Zezé Motta, como Mãe do quilombo.

Grandes nomes compõe o elendo de ‘O Outro Lado do Paraído’. Foto: Reprodução.

Na direção artística temos Mauro Mendonça Filho, que nos presenteia com uma fotografia deslumbrante, com belas imagens do Jalapão, no Tocantins. Um tom amarelo-terra faz clara referência ao western americano, inclusive na trilha sonora. [highlight color=”yellow”]Uma poesia na imagem que demonstra delicadeza na hora de lidar com personagens e temas fortes.[/highlight]

E já que falamos em trilha sonora e delicadeza, vale a pena citar a escolha da música tema da personagem Clara: “Triste, Louca ou Má”, da banda mexicano-brasileira Francisco, el Hombre. A composição transmite uma mensagem importantíssima e fundamental de independência e libertação feminina, especialmente no que diz respeito a relações afetivas: “Um homem não te define, sua casa não te define, sua carne não te define. Você é seu próprio lar”, diz o refrão. A canção é de autoria da artista Juliana Strassacapa, única mulher entre os 5 membros da banda. Em seu Instagram ela escreveu: “Espero que essa canção ajude cada vez mais mulheres a saírem de situações complicadas ou de risco em suas casas e que prevaleça a autonomia delas com suas próprias vidas, corpos e relações”.

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