• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Cinema

O incômodo necessário de ‘Sniper Americano’

'Sniper Americano', de Clint Eastwood, revela leituras mais complexas e menos superficiais sobre a história de um franco-atirador americano.

porPaulo Camargo
22 de fevereiro de 2015
em Cinema
A A
Bradley Cooper sniper americano clint eastwood

Bradley Cooper interpreta Chris Kyle em cena de 'Sniper Americano'. Imagem: Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O mais óbvio é enxergar em Sniper Americano uma patriotada acrítica, uma exaltação ao espírito belicista e interventor dos Estados Unidos mundo afora. Particularmente, acho que, embora faça sentido e seja fácil de defendê-la, essa é uma leitura preguiçosa do filme de Clint Eastwood, cujo nacionalismo republicano todos conhecem e permeia, de certa maneira, toda a sua obra como diretor e ator. Não é novidade para ninguém, fã ou não, portanto. Mas acho que o filme tem matizes, um evidente tom de desencantamento do protagonista, o franco-atirador Chris Kyle (Bradley Cooper), com o projeto de uma nação que ele mesmo verbaliza ser “a maior de todo o mundo”. Isso parece passar meio batido para quem se revolta com o que vê na tela, e faz uma leitura ideológica, senão dogmática, da obra.

Eastwood, embora demonstre inegável compaixão pelo seu protagonista, está longe de retratá-lo como herói monolítico. Pelo contrário: é fraturado, ingênuo, inconsistente nas suas falsas certezas. Patético, enfim.

A rapidez com que Kyle se alista após os ataques do 11 de Setembro, o desconforto com que lida com a reverência de seus companheiros de armas, que o consideram uma “lenda”, a inconsistência evidente com que justifica todas as mortes pelas quais foi responsável em suas incursões no Iraque. Eastwood, embora demonstre inegável compaixão pelo seu protagonista, está longe de retratá-lo como herói monolítico. Pelo contrário: é fraturado, ingênuo, inconsistente nas suas falsas certezas. Patético, enfim. O breve reencontro dele com seu irmão mais novo, corroído por uma guerra estúpida, na qual não acredita, é uma breve, porém emblemática, e profundamente perturbadora evidência da complexidade de Sniper Americano.

Incomoda-me, sim, que Mustafá (Sammy Sheik), o atirador que age em nome do inimigo, um personagem fascinante, não tenha voz. Sabemos que foi atleta olímpico, que tem uma família, mas lhe é negado um arco dramático que o humanize: é quase uma máquina de matar, a personificação do mal sem consciência. Ao contrário de Kyle. É um dos pecados do filme, como a injustificada glorificação da bala que mata o sniper muçulmano, cuja trajetória escapa ao tom realista da narrativa enxuta, não exibicionista, de Eastwood. Ainda assim, penso que o filme mereça ser julgado com bem menos pressa. Rende pano para muitas mangas.

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: AfeganistãobannerBradley CooperChris KyleCinemaClint EastwoodCríticaEstados UnidosIraqueOsama Bin LadenOscarOscar 2015Sammy SheikSniper AmericanVideo

VEJA TAMBÉM

Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.
Cinema

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
Documentário é mais uma produção de 2025 a abordar a história da cantora. Imagem: Biônica Filmes / Divulgação.
Cinema

‘Ritas’ é autorretrato caleidoscópico de uma artista indomável

7 de julho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

'O Amigo' foi o primeiro romance de Sigrid Nunez publicado no Brasil. Imagem: Marion Ettlinger / Divulgação.

Em ‘O Amigo’, Sigrid Nunez conecta as dores do luto e do fazer literário

10 de julho de 2025
Michael Cunningham tornou a publicar após anos sem novos livros. Imagem: Richard Phibbs / Reprodução.

Michael Cunningham e a beleza do que sobra

8 de julho de 2025
Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
O escritor estadunidense Kurt Vonnegut. Imagem: Matthias Rietschel / AP Photo / Reprodução.

‘Um Homem Sem Pátria’: o provocador livro de memórias de Kurt Vonnegut

7 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.