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‘Dark’ apresenta uma boa ficção científica com toques filosóficos

porRodrigo Lorenzi
16 de janeiro de 2018
em Televisão
A A
Dark - Primeira Temporada

'Dark', primeira série alemã produzida pela Netflix. Foto: Divulgação.

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Contar histórias sobre viagens no tempo não é tarefa fácil e diversas séries que tentaram acabaram se perdendo no meio do caminho ou nem passaram da primeira temporada, como é caso de Timeless, baseada no filme homônimo de 2000, e Lost — sucesso por anos, mas que virou uma bagunça quando começou a falar sobre realidades paralelas e ilhas móveis. Ao mesmo tempo, também temos exemplos louváveis, como as britânicas Life on Mars e Doctor Who. Felizmente, Dark, a primeira série da Alemanha produzida pela Netflix, entra no patamar das boas produções, mesmo que entendê-la não seja tarefa fácil.

Dark acompanha quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade alemã. Suas vidas pacatas são atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros das suas famílias começam a ser desvendados. Falar mais do que isso pode parecer spoiler e, para dizer bem a verdade, é até difícil explicar quem é quem dentro da série sem revelar um pouco da trama. Resumidamente, somos apresentados ao jovem Jonas (Louis Hofmann), que vive bastante deprimido por não entender o suicídio do pai. O garoto vive com sua mãe Hannah (Maja Schöne), que tem um caso proibido com Ulrich (Oliver Masucci), um homem casado que entra em uma jornada atrás do filho que acaba de desaparecer.

As comparações com a norte-americana Stranger Things até fazem um certo sentido nos primeiros episódios, mas somente por ter um enredo oitentista e envolver o desaparecimento de uma criança. De resto, a série é muito mais parecida com a francesa Les Revenants e não há muita nostalgia e nem humor, apenas um clima claustrofóbico e perturbador.

Série foi comparada à 'Stranger Things', mas não traz humor nem nostalgia
Série foi comparada à ‘Stranger Things’, mas não traz humor nem nostalgia. Foto: Divulgação.

Não estranhe se você precisar pegar papel e caneta para entender a conexão de cada personagem.

A partir daí somos apresentados a uma gama de personagens que, no início, confunde o telespectador de maneira proposital. Nada faz muito sentido, a narrativa não é linear e quando começamos a nos apegar a uma história mais concreta, o roteiro bagunça tudo e nos faz franzir a testa e perguntar que diabos está acontecendo. É assim, de maneira inteligente, que o público se vê fisgado por uma trama complexa que gera discussão mesmo após o fim dos episódios. Não estranhe se você precisar pegar papel e caneta para entender a conexão de cada personagem e quem é quem no futuro, passado e presente (os episódios se passam em 2019, 1986 e 1953)

A série mais parece uma caixa com várias outras caixas dentro. Quando a gente tira uma, logo outra aparece com algumas dezenas de mistérios. Um quebra-cabeças que, à primeira vista, não faz nenhum sentido, mas que conforme a trama avança vai esclarecendo a cabeça do público de uma maneira muito interessante e nada óbvia. Se pararmos para pensar, o enredo é até simples, mas o interessante está em complicar algo que poderia cair no clichê. Tudo isso porque os criadores Baran bo Odar e Jantje Friese parecem saber muito bem como conduzir a história. Afinal, quando se pretende contar algo tão complexo, é bom que os autores saibam para onde tudo aquilo vai levar.

Dark ainda reúne ótimos atores com atuações contidas, que deixam tudo mais desesperador, uma fotografia cinza, pálida e opressora, e uma trilha sonora que deixa a história mais enigmática (tirando alguns poucos exageros, quando a edição parece não confiar na inteligência do público e insere alguns efeitos sonoros desnecessários).

Mark Waschke interpreta Ulrich Nielsen, importante personagem para entender a complexa história. Foto: Divulgação.

E se a série oferece um rico material para quem curte física quântica, dobras temporais e paradoxos, a história ainda encontra tempo para filosofar sobre o tempo e como nossas ações do passado moldam quem nos tornamos no futuro. Há uma gama de personagens bastante quebrados, todos muito complexos e que carregam um sofrimento no olhar bastante comovente. Tudo isso é importante para entrarmos num universo triste, mas que encanta por conseguir unir ficção científica e reflexões humanas. É assim que a Dark oferece um ambiente sufocante e extremamente melancólico. É difícil de assistir não somente por causa do roteiro desafiador, mas por trazer personagens bastante pesados.

É claro que toda série é, em primeiro plano, um ótimo entretenimento, mas Dark exige um pouco mais do público, uma vez que uma piscadela faz você perder o fio da meada, que já não é muito claro. No final, é bem provável que você queira entrar em diversos sites e discutir com amigos sobre as teorias e explicações vistas em Dark, o que já a torna uma grata surpresa e uma série que promete no futuro.

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Tags: Baran bo OdardarkDark NetflixDark primeira temporadaHannahJantje FrieseJonasLes RevenantsLouis HofmannMaja SchoneNetflixOliver MasucciResenhasérie alemãStranger ThingsUlrichViagem no Tempo

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