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Segunda temporada de ‘Sense8’ continua visualmente bonita – e só

Com aspectos técnicos de tirar o fôlego, segunda temporada de 'Sense8' faz tudo muito bem, menos contar uma boa história.

porRodrigo Lorenzi
16 de maio de 2017
em Televisão
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Segunda temporada de 'Sense8' continua visualmente bonita - e só

Imagem: Reprodução.

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Tal como Game of Thrones, Sense8 tornou-se uma série sacrossanta. Não se pode falar mal, nem questionar, nem achar ruim. Se você não entendeu, não viu direito. Se entendeu e não gostou, é insensível. Com uma base de fãs bastante fiel, o projeto das irmãs Wachowski (de Matrix e A Viagem) é um sucesso mundial, além de ser uma das produções mais caras e ambiciosas da Netflix, o que pode fazer a série ser encerrada na terceira temporada, visto o alto custo de produção e a complexidade de gravação e montagem.

Dito isso, gostar de Sense8 não faz dela a coisa mais genial que já passou pela televisão. Não gostar também não a transforma na pior. A grande questão está em como o discurso chega ao público. Para uma produção em que o principal mote é a empatia, o segredo para ignorar diversos furos no roteiro e diálogos mal escritos está na conexão com aqueles personagens. O público precisar acreditar, entrar no clima e absorver a mensagem. Para a maioria, frases como “Me recuso a fingir ser algo que não sou” ou “Enquanto estivermos juntos, não há nada que não podemos fazer” podem ser poderosíssimas, lacradoras e emocionantes. Para outros, o texto soa clichê, e aqui ressalto que o significado de clichê é uma repetição excessiva e que perdeu a originalidade. Vejam, por exemplo, como This is Us consegue fazer algo parecido com muito mais eficiência e simplicidade.

Gostar de Sense8 não faz dela a coisa mais genial que já passou pela televisão. Não gostar também não a transforma na pior.

Assistir à Sense8 tem suas vantagens, especialmente quando falamos em sensações. A série tenta – e de fato consegue na maior parte do tempo – nos transmitir sensações grandiosas, épicas, globais. A produção talvez tenha as cenas mais belas e bem produzidas que já vimos na televisão. Não há uso de chroma key e as filmagens são realmente feitas em diversas partes do mundo. Os personagens já se tornaram uma grande família, tanto para o próprio elenco quanto para o público, o que gera uma cumplicidade importante para este tipo de história.

Durante seus 12 episódios (incluindo o especial de Natal), Sense8 apela para o visual e se torna quase como um extenso e lindo videoclipe. É uma tentativa de criar uma catarse para a audiência. Quando consegue, a série se torna de fato poderosa

Com Lana Wachowski escrevendo, dirigindo e cuidando de praticamente todos os detalhes, o segundo ano tenta abraçar a mitologia, entregar cenas bonitas, repetir o que deu certo no primeiro ano e dar ao público o que ele quer. Se na primeira temporada, Sense8 precisava explicar uma premissa bastante complexa, o segundo ano tenta dar um pano de fundo para todos os seus personagens. Felizmente, alguns plots são bem aproveitados, como o drama de Sun (Bar Donna), que quase consegue deixar sua história mais interessante do que a própria série, ou a trama de Wolfgang (Max Riemelt), que fica mais tensa com a entrada de uma personagem chamada Lila Facchini (Valeria Bilello) que poderia ter saído de Matrix.

Todas essas subtramas utilizam da mais básica narrativa para se contar uma história de ação, vingança e superação, mas justamente por serem bem mais simples do que a própria história da série, se tornam uma distração em meio a um enredo extremamente confuso. A trama principal, entretanto, avança pouco e talvez esta seja a maior falha do segundo ano. Ao mesmo tempo, o pouco que avança já revela todo o grande mistério, tornando segredo não tão interessante assim e muito menos original.

A temporada começa com Will (Brian J. Smith) e Riley (Tuppence Middleton) se escondendo de Whispers (Terrence Mann), agente de uma organização multinacional chamada Biologic Preservation Organization (BPO), muito parecida com tudo o que já vimos nos trabalhos das Wachowski ou até mesmo em outras ficções científicas.

Whispers é um sensate que tenta capturar e lobotomizar outros da sua espécie. Quando a saúde de Will começa a piorar por causa do uso das drogas que ele usa para que Whispers não invada sua mente e não descubra onde ele está, Kala (Tina Desai) aparece para administrar medicamentos e monitorar a saúde de Will. Quando o personagem está perto de descobrir onde Whispers se esconde, Nomi (Jamie Clayton) surge para ajudar o amigo a hackear computadores e invadir sistemas.

A série utiliza diversos recursos como estes para integrar todos os oito personagens e tentar criar uma narrativa linear ao invés de jogar apenas subtramas para todos os personagens. Esta ferramenta permite que a série expanda suas possibilidades de narrativa, ao mesmo tempo em que, quando tenta aprofundar os dramas pessoais dos personagens, acusa uma falta de controle do próprio roteiro.

Se a história de Lito (Miguel Ángel Silvestre) traz um alívio cômico agradável e alguns momentos inspirados, como seu discurso durante a parada gay de São Paulo, também ressalta uma disparidade com as outras histórias, já que sua narrativa não acrescenta quase nada à trama central, mas mostra que seria bacana uma série somente dele. É quase o mesmo caso de Kala, que vive um dilema amoroso e um plot desinteressante envolvendo seu marido e corrupções do governo, ou até mesmo Capheus (Toby Onwumere), que entra para a política para resolver problemas sérios no seu país. Tudo isso adiciona mais personagens que pouco enriquecem ou explicam algo, fazendo com que a série jogue infinitas possibilidade que só servem para causar uma confusão em uma história já bastante complicada de acompanhar.

É bastante válido e importante que Lana Wachowski fale sobre empatia, representatividade, sexualidade e gênero, mas ao focar tanto num discurso poderoso, o roteiro esquece do básico: contar uma boa história de forma eficiente. Toda essa dificuldade em explicar o turbilhão de coisas que acontecem na série fica bastante evidente quando, em determinado episódio, os próprios personagens dizem que não estão entendendo nada e a série mostra o diálogo exatamente para que o público não se sinta tão perdido.

De fato, Sense8 poderia ser considerada a série mais representativa do mundo visto os temas que ela tentar abraçar. O problema é que a produção é pretensiosa e quando se pretende contar uma história com um alto nível de pretensão, o conteúdo precisa ser não menos do que perfeito. Sense8, infelizmente, está longe disso. Tal como seu primeiro ano, a série é repleta de de frases de efeitos, os personagens parecem representar um monólogo sem fim e tudo se torna uma grande reflexão existencialista.

Com um final apressado, tudo é resolvido de forma incoerente, numa reunião de elenco que beira a vergonha alheia, fazendo a temporada terminar não muito diferente do que quando começou. Entretanto, repetindo o que disse no início desse texto, Sense8 já está canonizada. Com aspectos técnicos perfeitos, a série é embalada com o mais fino papel disponível, mas seu conteúdo não é nada acima da média do que outras séries bem menos pretensiosas já conseguiram fazer.

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