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‘Além da Liberdade’ e o viés político do cinema

Golpe em Mianmar, no início de fevereiro, renova a atualidade de ‘Além da Liberdade’, lançado há dez anos pelo diretor francês Luc Besson.

porTiago Bubniak
2 de março de 2021
em Cinema
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Além da Liberdade, de Luc Besson

Para perceber a riqueza do filme é preciso ser tolerante com o melodrama familiar retratado. Imagem: Reprodução.

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Cinema não é apenas entretenimento, claro. Incontáveis são as possibilidades da chamada sétima arte e uma delas é o direcionamento de holofotes para realidades problemáticas. E não ficcionais. É o que faz Além da Liberdade (2011), do cineasta francês Luc Besson. The Lady, conforme o título original, é uma cinebiografia da política birmanesa Aung San Suu Kyi.

O roteiro mescla com destaque dois aspectos: 1) a narração da luta de Suu (Michelle Yeoh, de O Tigre e o Dragão) pela implantação da democracia em um país que foi dominado por rígido regime militar há décadas; 2) o retrato da devoção da protagonista à sua família, composta pelo marido britânico Michael Aris (David Thewlis) e pelos filhos Alexander e Kim Aris (Jonathan Woodhouse e Jonathan Raggett, respectivamente).

É nesse segundo aspecto que se encontra a maior fraqueza do filme. Se, por um lado, o enfoque do relacionamento familiar é fundamental para a compreensão e humanização do relato, por outro, ganha tons cada vez mais sentimentalmente exagerados e acaba desembocando em um melodrama.

Talvez a preocupação do roteiro em dar amplo destaque à família seja uma forma de aproximar a história da grande audiência. Afinal, falar apenas da política de Mianmar poderia afastar o público médio ocidental. Porém, o retrato feito do núcleo familiar traz pessoas perfeitíssimas, engajadíssimas e preocupadíssimas umas com as outras. A aura sacrossanta que as une é artificial demais e os superlativos aqui usados sem economia estão intimamente ligados ao exagero que se vê na tela.

Talvez a preocupação do roteiro em dar amplo destaque à família seja uma forma de aproximar a história da grande audiência. Afinal, falar apenas da política de Mianmar poderia afastar o público médio ocidental.

Para admirar Além da Liberdade, no entanto, é preciso ser condescendente com eventuais fraquezas narrativas. A força desta obra de Luc Besson está nas razões básicas pelas quais foi feita: denunciar atrocidades em Mianmar; servir de apoio à implantação da democracia no País asiático. Essa “campanha” já contou com a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Suu em 1991, ampla cessão de espaço ao assunto em importantes veículos de comunicação mundo afora e até o engajamento de estrelas do show business, como é o caso do grupo U2, que compôs a canção Walk On em homenagem à ativista birmanesa.

Além da Liberdade nasceu do propósito de dar (ainda mais) visibilidade a uma história que, em meio à forte repressão, clama pela divulgação. O próprio nome do País é motivo de controvérsias: hoje, é chamado de Mianmar; mas como a mudança veio durante o governo ditatorial, nem todos os países o reconhecem. Uma frase atribuída a Suu (e usada com destaque no filme) é pertinente para ratificar a própria razão de ser deste trabalho de Luc Besson: “Usem a sua liberdade para promover a nossa”.

No entanto, a ativista birmanesa recebeu críticas mais recentemente por ter negado ou minimizado a perseguição religiosa feita pelo exército birmanês à minoria rohingya. A maioria da população de Mianmar é budista e os rohingyas são muçulmanos. Por dividir o poder com militares e nunca ter efetivamente vivido uma democracia plena, Mianmar seria um ambiente difícil e complexo para Suu.

No início de fevereiro deste ano, inclusive, ela foi novamente presa em um golpe dado pelos militares, que não reconhecem o resultado das eleições na qual o partido de Suu venceu com mais de 80% dos votos. O fato enfraquece ainda mais a trajetória do país rumo a um regime democrático e renova a atualidade deste filme lançado há dez anos.

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Tags: Além da LiberdadeAung San Suu KyiCinemaCríticaCrítica CinematográficaFilm ReviewLuc BessonMianmarMovie ReviewResenhaReview

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