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‘2 Coelhos’: vários coelhos com duas cajadadas

Linguagem diferenciada e roteiro bem elaborado fazem de ‘2 Coelhos’ uma produção louvável do cinema nacional.

porTiago Bubniak
16 de julho de 2019
em Cinema
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Proposta visual inclui videogame, computação gráfica, câmera lenta e desenhos na tela complementando as imagens originalmente captadas. Imagem: Divulgação.

Proposta visual inclui videogame, computação gráfica, câmera lenta e desenhos na tela complementando as imagens originalmente captadas. Imagem: Divulgação.

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Corrupção e criminalidade. O contexto é bastante conhecido de quem acompanha produções cinematográficas brasileiras. Basta lembrar de Cidade de Deus (2002), Carandiru (2003), Assalto ao Banco Central (2011) e, claro, dos dois Tropa de Elite (2007 e 2010). Mas onde está, então, o grande diferencial do filme 2 Coelhos (2012), do diretor Afonso Poyart? Na linguagem. Na linguagem e no intrigante jogo de quebra-cabeça exposto por um plano (ops, roteiro) bem concebido que só permite ao espectador verificar a imagem que se forma quando todas as peças estão encaixadas ou, no mínimo, prestes a ser ajustadas.

A tarefa prazerosa, desafiadora e inteligente de combinar os fragmentos para ver o todo é conduzida por um caminho que inclui videogame, computação gráfica, câmera lenta sem receio de excesso no uso do recurso, bem como desenhos na tela complementando as imagens originalmente captadas pela câmera. Tamanha interferência da pós-produção, talvez a maior já vista na história do cinema brasileiro, garante forte marca autoral ao longa de Afonso Poyart, profissional que veio das produções publicitárias e clipes musicais.

O personagem que conduz o espectador pela narração é Edgar (Fernando Alves Pinto), um típico anti-herói. Se a dicotomia, a clara distinção entre bem e mal, enfraquece uma produção ficcional em razão do distanciamento da realidade (afinal, ninguém na vida real é tão bom ou tão mau e as delimitações entre um e outro são complexas), o que se vê no anti-herói é praticamente a valorização da maldade para se chegar a um fim considerado justo.

Com apenas duas cajadadas (linguagem inovadora e roteiro cuidadosamente elaborado), ele mata bem mais que um coelho: consegue ser inteligente, cômico, provocativo, irônico, ágil e, além de tudo isso, fonte de crítica social.

Voltando à sinopse: Edgar investe na famigerada justiça com recursos próprios para provocar um choque (ou pode-se dizer uma explosão, várias explosões) entre criminosos e corruptos. Conforme o roteiro flui, torna-se possível ver que o protagonista procura, também, interferir em realidades que o incomodam não só no plano social, mas, igualmente (e talvez mais ainda), no plano pessoal.

Ausência de linearidade, presença de recursos técnicos apurados e elenco bem preparado (com direito a Alessandra Negrini em um “miniclipe” com a inspiradora “Paciência”, de Lenine). Essas são apenas algumas características capazes de fazer com que 2 Coelhos seja uma afronta para quem insiste em “torcer o nariz” para o cinema nacional e dizer que só o que vem dos Estados Unidos é bom. No caso de Afonso Poyart, um dos diferenciais é a ousadia, já que os orçamentos entre as produções brasileiras e as estadunidenses…

Torna-se (quase) inevitável lembrar da expressão popular que inspira o título do filme para descrevê-lo. Com apenas duas cajadadas (linguagem inovadora e roteiro cuidadosamente elaborado), ele mata bem mais que um coelho: consegue ser inteligente, cômico, provocativo, irônico, ágil e, além de tudo isso, fonte de crítica social.

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Tags: 2 CoelhosAfonso PoyartAlessandra NegriniCinemaCinema NacionalCríticaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaFernando Alves PintoLenineResenhaReview

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