A Segunda Guerra Mundial e o Nazismo são fontes inesgotáveis de histórias, reais ou fictícias, para o cinema. Por vezes a temática causa até certa preguiça, já que são muitos os filmes que fazem uso dela lançados em um mesmo ano. No caso específico de A Dama Dourada, longa-metragem dirigido pelo inglês Simon Curtis – mais conhecido por seu trabalho na TV -, a trama, inspirada na história real da austríaca Maria Altmann, ganha uma grande aliada: a inspirada atuação de Helen Mirren (vencedora do Oscar de Melhor Atriz por A Rainha).
Maria Altmann era uma judia sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Durante a década de 1980, já morando na Califórnia, decide entrar em uma batalha judicial para reaver os quadros que foram roubados de sua família durante a invasão alemã em terras austríacas. Um deles, o retrato de sua tia Adele Bloch-Bauer, é conhecido como “A Dama Dourada”.
As obras, assinadas pelo pintor simbolistas Gustav Klimt, estão em um museu na Áustria, que se recusa a devolver as obras, afinal, além dos quadros representarem um símbolo para o povo austríaco, a devolução seria um atestado de conivência com os crimes cometidos pelos nazistas.
A trama, inspirada na história real da austríaca Maria Altmann, ganha uma grande aliada: a inspirada atuação de Helen Mirren.
Maria Altmann, na base da insistência, convence um jovem advogado de origem judia a ajudá-la. Trata-se de Randy Schoenberg (interpretado por Ryan Reynolds), neto do famoso compositor Arnold Schoenberg. Um jornalista austríaco, interpretado por Daniel Bruhl, será peça essencial na história ao oferecer informações preciosas para a montagem do caso. E é a partir disto que a trama se desenvolve ao longo de quase duas horas de filme.
A Dama Dourada começa de forma lenta. É preciso paciência para enfrentar os primeiros 20 minutos do filme, que se perdem entre diálogos que não acrescentam nada ao longa e uma relação estabelecida entre Maria e Schoenberg um tanto exagerada. Entretanto, Helen Mirren brilha dali em diante, preenchendo as possíveis derrapadas do roteiro (e da direção) com seu talento.
Desta forma, A Dama Dourada assume um tom mais dramático, encantador e envolvente. Esquecemos que o filme aborda um período conturbado da história humana e assumimos um lugar ao lado de Maria Altmann, torcendo para que obtenha sucesso em sua empreitada.
Não é um filme espetacular, até porque possui algumas pequenas pontas soltas na trama, mas serve perfeitamente como um contraponto à ação de Missão Impossível – Nação Secreta, que também estreia nesta quinta-feira. Vale, ainda, como mais uma feliz oportunidade de assistir a Helen Mirren em seu auge, mesmo que não vá lhe render outro Oscar de Melhor Atriz.
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