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‘Almas à Venda’ aborda solução surreal para angústias humanas

Paul Giamatti interpreta ele mesmo em ‘Almas à Venda’, de Sophie Barthes, que é um passeio esquisito com altas doses de reflexão, ironia, alegorias e metáforas.

porTiago Bubniak
4 de agosto de 2020
em Cinema
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Almas à Venda, de Sophie Barthes

Mundo criado por Sophie Barthes faz referência ao trabalho do diretor e do roteirista de 'Adaptação' e 'Quero Ser John Malkovich'. Imagem: Reprodução.

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Se, por acaso, sua alma anda muito pesada a ponto de dificultar o transcorrer natural dos dias é só desfazer-se dela. Tão simples quanto prometer isso é o procedimento para tal: basta ingressar em uma máquina e providenciar o processo de extração. Ficam apenas as memórias, excluem-se as angústias. A ideia é apresentada logo no início de Almas à Venda (2009), da diretora francesa radicada em Nova York, Sophie Barthes.

Paul Giamatti interpreta Paul Giamatti (a excentricidade do mundo apresentado por Sophie começa por aí, um mundo que remete àquele já mostrado em obras como Adaptação (2002) e Quero Ser John Malkovich (1999), ambas dirigidas por Spike Jonze e roteirizadas por Charlie Kaufman). Paul ensaia Tio Vanya, do clássico homônimo de Anton Tchecov (1860-1904). A peça teatral está prestes a estrear e o artista encontra empecilhos para trabalhar todo o seu potencial. Interessante a sobreposição de camadas estruturada pelo filme: há o ator interpretando o próprio ator que, por sua vez, dá alma e corpo a outro personagem.

Assim como existe quem se submeta a carregar droga no estômago, neste universo exposto por Sophie há, também, aqueles que aceitam traficar a essência de outros seres humanos.

Convém frisar: não é apenas a atuação artística do protagonista que está em jogo, mas a própria vida. O sofrimento dá lugar à esperança quando um anúncio de revista cai em suas mãos. Uma empresa afirma fazer justamente aquilo que abre este texto. Nas palavras do gerenciador do negócio: “tirar a alma do corpo ou tirar o corpo da alma”, como o contratante preferir interpretar.

Mas a simplicidade aparente da solução para o fardo pesado logo dá lugar à complexidade das consequências. E do desenrolar da história. Afinal, não demoramos a ver que, além de pessoas querendo abandonar suas almas, há outras interessadas em disponibilizá-las para uso alheio e mais outras, ainda, dispostas a atuar como “mulas”. Sim, estamos falando de tráfico de almas. Assim como existe quem se submeta a carregar droga no estômago, neste universo exposto por Sophie há, também, aqueles que aceitam traficar a essência de outros seres humanos.

E as consequências de andar perambulando (quase) sem alma por aí? Existem efeitos colaterais disso para o talento artístico, a atividade sexual, a vida em sociedade? O roteiro é bastante pontual em demonstrar situações para conceder respostas específicas a essas questões.

Dentre as ironias apresentadas no decorrer do filme está o fato de ser possível ver aspecto, cor, textura de cada alma extraída. Especificamente a de Paul Giamatti materializa-se diante de nossos olhos sob a forma de… um grão-de-bico. “Como algo tão pequeno pode pesar tanto?”, refletem os personagens. E o que mencionar da cena em que o dono do negócio e o próprio Paul andam de quatro à procura do minúsculo grão-de-bico perdido no chão do escritório?

O roteiro acaba seguindo um percurso ao qual, excentricidade, reflexão, ironia, alegorias e metáforas juntam-se à chatice, com uma história arrastada e convidativa ao tédio. Mas, como as qualidades aqui elencadas (e esquisitice, no contexto, é uma delas) estão em vantagem, o passeio ao qual Sophie nos convida acaba sendo bastante válido.

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Tags: Almas à VendaCharlie KaufmanCinemaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaCrítica MusicalPaul giamattiResenhaReviewSophie BarthesSpike Jonze

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