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‘Eles Vieram e Roubaram Sua Alma’: O filme como metáfora da vida – Olhar de Cinema

'Eles Vieram e Roubaram Sua Alma', de Daniel De Bem, mistura registros amadores e profissionais para expressar o confuso mundo interior de seu protagonista.

porMaura Martins
13 de junho de 2016
em Cinema
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'Eles Vieram e Roubaram Sua Alma': O filme como metáfora da vida - Olhar de Cinema

Imagem: Divulgação.

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Construído de forma híbrida, com registros em qualidade HD e VHS, Eles Vieram e Roubaram Sua Alma centraliza-se no cotidiano de Mateus. O protagonista é um jovem gaúcho que divide sua rotina entre realizar trabalhos eventuais e cultivar seu hobby: filmar, sempre que possível, o filme que está produzindo com os seus amigos. Não sabemos sobre o que é o filme – tampouco os amigos parecem saber exatamente do que se trata – mas isto pouco importa. Afinal, este é um filme sobre alguém que faz um filme.

Eles Vieram e Roubaram Sua Alma, primeiro longa do diretor Daniel De Bem, parece se associar a uma espécie de “tradição” recente no cinema gaúcho, de filmes que tematizam toda uma geração de jovens adultos, sem grandes ambições e mesmo opções para o futuro. Este subgênero, que encontrou sua principal em Cão Sem Dono (2007), de Beto Brant (que parte da obra do autor gaúcho Daniel Galera, Até O Dia em que o Cão Morreu), traz às telas protagonistas que parecem ter se recusado (ou impedidos?) a crescer.

É o caso do protagonista Mateus, um habitante de Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre (a obra marca, portanto, um certo rompimento com os filmes que se centralizam nos bairros porto-alegrenses associados aos jovens e à vida boêmia, como Bonfim e Cidade Baixa). Ele vive em uma casa simples, distante da mãe e do irmão, que cobram o tempo todo o seu contato.

Convive mais com os amigos Roberto e Hioger, com quem também compartilha o tempo apenas ocasionalmente. Mantém contato com a ex-namorada como uma forma de não estar totalmente sozinho. Na maior parte do tempo, Mateus prefere a companhia da câmera.

Em Eles Vieram e Roubaram Sua Alma, Mateus está perdido, é um exemplar dos verdadeiros “cães sem dono” em um mundo que cobra o tempo todo determinação e eficiência. Não por acaso, a figura de seu pai é ausente, jamais configura na narrativa, diferente da mãe.

Com narrativa caleidoscópica, que mistura diálogos importantes com cenas de simples deleite estético, a estrutura do filme parece evidenciar os conflitos internos de Mateus, que reivindica manter uma vida inconcebível ao mundo adulto: atrelada apenas à sua sensibilidade e seus desejos, e não às obrigações mundanas do estilo “pagar as contas e visitar os pais”.

Mateus está perdido, é um exemplar dos verdadeiros “cães sem dono” em um mundo que cobra o tempo todo determinação e eficiência. Não por acaso, a figura de seu pai é ausente, jamais configura na narrativa, diferente da mãe.

Talvez falte ao filme um maior equilíbrio entre as duas narrativas – a estética, significada ao início de cada parte em que o filme é dividido e pelo uso das imagens da câmera VHS na mão de Mateus; e a narrativa tradicional, que amarra e significa esta espécie de narrativa de sonho, de devaneio, concretizada pela inseparável câmera amadora da qual Mateus jamais se desconecta.

Os diálogos parecem esclarecer parte destes sentidos. Quando o amigo Roberto pergunta a Mateus sobre o que trata o seu filme, ele afirma que é “sobre um homem se desfazendo”. Ele então o confronta: “quando o filme acabar, o que você pretende fazer, filmar outro? Fazer novamente tudo isso para ninguém assistir?” Em Eles Vieram e Roubaram Sua Alma, portanto, o filme aparece como uma grande metáfora da vida.

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Tags: CinemaCrítica Cinematográficadaniel de bemEles Vieram e Roubaram Sua AlmaOlhar de CinemaResenhasapucaia do sul

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