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‘Kurt Vonnegut: Unstuck in Time’ é o documentário definitivo sobre o escritor

Produzido ao longo de 33 anos, 'Kurt Vonnegut: Unstuck in Time', documentário de Robert B. Weide e Don Argott, fala da amizade de Weide com o cultuado escritor Kurt Vonnegut.

porMaura Martins
4 de agosto de 2025
em Cinema
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O diretor Robert B. Weide e o escritor Kurt Vonnegut. Ambos conviveram por quase trinta anos. Imagem: Whyaduck Productions / Divulgação.

O diretor Robert B. Weide e o escritor Kurt Vonnegut. Ambos conviveram por quase trinta anos. Imagem: Whyaduck Productions / Divulgação.

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O nome “Robert B. Weide” é mais conhecido de forma gráfica: ele aparece nos créditos finais de cada episódio de Curb Your Enthusiasm, a cultuada série de comédia de Larry David, que dirigiu entre 2000 e 2005. Mas, antes de ingressar no cinema, quando estava ainda no ensino médio, Weide se apaixonou pelos livros do escritor Kurt Vonnegut.

Em 1982, ele mandou uma carta para o seu ídolo literário pedindo para fazer um documentário sobre ele – e, para seu espanto, Vonnegut topou. Eles passaram a se encontrar eventualmente desde então e fazer registros, em uma dinâmica que se estendeu até 2007, ano da morte do escritor. Mas o documentário nunca era finalizado, e Weide continuou fazendo outras coisas.

A questão finalmente foi resolvida em 2021, quando Robert B. Weide e Don Argott lançaram Kurt Vonnegut: Unstuck in Time, um documentário inventivo e comovente que trata não apenas da vida do famoso autor de ficção científica, mas também da amizade com Weide. São mais de duas horas de registros riquíssimos que mostram detalhes da trajetória de um dos escritores mais cultuados no mundo.

É a proximidade entre os dois que dá a tônica e enriquece o filme: a intimidade de Weide com seu herói torna possível que ele tenha acesso não apenas a ele, mas a seus filhos, a diversos vídeos de Vonnegut na infância com seus irmãos e às análises espirituosas e engraçadas que só o mestre era capaz de fazer. Em suma, Kurt Vonnegut: Unstuck in Time é a homenagem mais justa prestada a ele e um presentão para os seus fãs.

‘Kurt Vonnegut: Unstuck in Time’ e os relances da vida real de um herói literário

Kurt Vonnegut: Unstuck in Time nos apresenta a longa trajetória de um escritor outsider que comeu o pão que o diabo amassou até ser adotado pelos movimentos de contracultura nos anos 1960. O ponto da virada de sua carreira decorre de uma tragédia particular: Vonnegut serviu na Segunda Guerra Mundial, virou prisioneiro de guerra e foi um dos sobreviventes do bombardeio ocorrido na cidade de Desdren, na Alemanha, que matou cerca de 22 mil pessoas em apenas 3 dias.

O encantador é ver o quanto muito do que assistimos só é possível porque ambos nutriram uma amizade que perpassou a vida dos dois.

No ataque, Vonnegut, junto com outros soldados, se refugiou no frigorífico de um matadouro. Ele retorna aos Estados Unidos traumatizado pela experiência, a qual acaba levando para a literatura em seu sexto livro, Matadouro-Cinco ou A Cruzada das Crianças, publicado em 1969. Até então, o escritor penava para tentar publicar artigos e sustentar sua família (a esposa, seus três filhos e os quatro sobrinhos que adotou depois da morte de sua irmã), enquanto fazia outros trabalhos e cogitava desistir da literatura.

Matadouro-Cinco – que é uma ficção científica com muitos toques de humor – o catapulta para a fama e se torna um dos livros definitivos sobre a guerra. O que o documentário de Robert B. Weide vai nos revelando é o contexto familiar em que sua célebre obra foi sendo desenvolvida. As filhas Nanette e Edith, por exemplo, relembram que, mesmo sendo um palestrante com ares de comediante e um escritor de verve humorística, o pai era extremamente sério e fechado em casa.

Robert B. Weide produziu o documentário ao longo de 33 anos. Imagem: Reprodução.

Elas contam, inclusive, que só tiveram contato com as impressões do pai sobre a guerra depois de ler Matadouro-Cinco, pois Vonnegut não compartilhava isso em casa. Da mesma forma, descobrimos que, depois de angariar uma grande fama nos anos 1970, ele acabou deixando a esposa Jane, que havia sido a grande apoiadora de sua carreira, para casar com sua amante, com quem teria mais uma filha. Essa decisão acaba desmontando a sua grande família tal como ela existia.

No entanto, vale lembrar que este não é um documentário apenas sobre Vonnegut, mas também sobre Weide. O encantador é ver o quanto muito do que assistimos só é possível porque ambos nutriram uma amizade que perpassou a vida dos dois, o que também envolvia os seus familiares.

Vonnegut adorava Linda, a mulher que Weide conheceu e se casou em 1995, e que hoje enfrenta uma doença neurológica debilitante. Esse arco permanente entre vida e morte encontra eco na própria obra do escritor. “Unstuck in time” remete à ideia, presente em Matadouro-Cinco, sobre estar “descolado do tempo”, e que a sensação de temporalidade seria, em si mesma, fictícia.

A fusão poética entre biógrafo e biografado torna Kurt Vonnegut: Unstuck in Time interessante não apenas pelo que mostra, mas pelo que experimenta enquanto documentário em eterna construção, revelando-nos que uma narrativa constituída sobre a vida de alguém jamais se encerra. Ainda mais se tratando de uma alma tão perspicaz quanto a de Kurt Vonnegut. And so it goes.

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Tags: DocumentárioDon ArgottKurt VonnegutKurt Vonnegut Jr.Kurt Vonnegut: Unstuck in TimeRobert B. Weide

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