De tempos em tempos, o cinema de animação nos brinda com personagens carismáticos e divertidos, que acabam perpetuados ao invadirem nosso imaginário, tornando-se parte da cultura pop. Shrek e o Burro (Shrek, 2001), Dory (Procurando Nemo, 2003), Sr. Fredricksen (Up – Altas Aventuras), Capitão, Kowalski, Rico e Recruta (Madagascar) são alguns dos vários exemplos de personagens que ultrapassaram os limites da tela do cinema.
O caso mais recente foi o dos Minions, pequenos seres unicelulares amarelos que utilizam óculos e macacões azuis, ajudantes do mestre do crime, Gru, em Meu Malvado Favorito (2010) e Meu Malvado Favorito 2 (2013). Atrapalhados que só eles, falam um idioma que é uma mistura entre inglês, espanhol, italiano e francês; estão sempre aprontando alguma coisa um contra o outro; e são fãs incondicionais de banana.
Minions (2015) narra a história destes seres desde seu surgimento. Aos poucos, vamos notando que a única missão de vida deles é servir a seus mestres, os vilões, por quem nutrem profunda admiração e medo. Acompanhamos sua trajetória até a década de 1960, quando entram em uma profunda depressão por não terem a quem servir. Visando contornar esta situação, Kevin, Stuart e Bob se oferecem para uma jornada atrás de um novo chefe.
Os três chegam até Nova York após uma dura viagem de barco, para dar início à busca por quem irão servir. É lá que assistem a um comercial sobre uma Convenção de Vilões que ocorrerá em Orlando. Isto faz com que peguem a estrada até o ensolarado estado da Flórida. No evento, se encantam por Scarlett Overkill, a maior vilã do mundo, e passam a fazer de tudo para convencê-la de que devem ser seus novos ajudantes. É essa a premissa de Minions que, se não é tão brilhante quanto os dois primeiros capítulos da franquia, é divertido e encantador o suficiente para arrancar risos em algumas sequências da animação.
Nas entrelinhas, o filme fala sobre amizade, esperança, companheirismo e lealdade sem, no entanto, soar pretensioso.
Escrito por Brian Lynch (de Gato de Botas) e dirigido por Pierre Coffin (Meu Malvado Favorito) e Kyle Balda (O Lorax – Em Busca da Trúfula Perdida), Minions procura ser mais que entretenimento de forma delicada. Nas entrelinhas, o filme fala sobre amizade, esperança, companheirismo e lealdade sem, no entanto, soar pretensioso. A trilha sonora foi escolhida a dedo, de forma a encaixar bem com a época retratada. Fique preparado para ouvir The Doors, Jimi Hendrix, The Who e até alguns acordes de The Beatles.
Foi uma jogada arriscada da produção colocar os Minions no centro da trama. Em primeiro lugar, porque eles não apresentaram nenhum arco narrativo, e em segundo lugar, porque a antagonista, Scarlett Overkill, não foi um personagem muito bem desenvolvido, sendo a sua participação menos impactante do que poderia. O roteiro deixa ainda pequenos buracos que dificultam conseguir costurar os acontecimentos dos três capítulos da franquia.
Minions é um prequel, ou seja, um filme que contém elementos narrativos da franquia Meu Malvado Favorito, mas que ocorre anteriormente à história narrada nos dois primeiros longas. Ou seja, a função desta película é situar os personagens amarelos na narrativa da franquia, explicando sua origem até o momento em que passam a servir Gru. Vale lembrar que Meu Malvado Favorito 3 está previsto para 2017.
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