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‘Rocketman’ vai além do mito

Inventivo tanto do ponto de vista visual quanto narrativo, o musical 'Rocketman' não é um filme preguiçoso, feito para fãs.

porPaulo Camargo
13 de junho de 2019
em Cinema
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Taron Egerton constrói um Elton John ao mesmo tempo irritante e adorável. Imagem: Divulgação.

Taron Egerton constrói um Elton John ao mesmo tempo irritante e adorável. Imagem: Divulgação.

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As cinebiografias musicais estão em alta. Depois do estrondoso sucesso, no ano passado, do irregular Bohemian Rhapsody, vencedor de quatro Oscars, incluindo o de melhor ator, para Rami Malik, por seu desempenho como o vocalista do Queen, Freddie Mercury, chegou há duas semanas aos cinemas o muito superior Rocketman, que leva às telas um recorte na atribulada vida do cantor e compositor britânico Elton John, da infância aos seus 36 anos, quando abandonou as drogas e o álcool após um período de internamento.

Assinado por Dexter Fletcher, que além de produzir também substituiu Bryan Singer na direção de Bohemian Rhapsody, Rocketman é muito diferente do filme sobre Mercury, a começar pela opção pelo não realismo – trata-se, de fato, de um musical no sentido mais clássico, no qual as canções têm função narrativa e dramática.

Otimo exemplo disso é a forma como é utilizada “I Want Love”, gravada apenas em 2001, no álbum Songs from the West Coast, um dos melhores da carreira do cantor. A música é deslocada no tempo para a infância de Reginald (nome de batismo do artista), quando todos os esforços do menino para conquistar o afeto de paí, um homem frio e indiferente a ele, eram em vão.

Na Inglaterra da década de 1950, Reggie, como o chamavam, já começa a expressar o interesse por música, mas o pai sequer lhe permite tocar em seus discos de jazz. Jamais um carinho, um abraço sequer. Por isso, o apelo contido na canção: “Eu quero amor”.

A negligência paterna e a falta de afetividade marcarão profundamente o garoto, que logo ingressa na Royal Academy of Music, em Londres, onde muito cedo percebem seus excepcionais dotes musicais, que o levariam ao super estrelato no início da década de 1070, com 20 e poucos anos. Quem vive o papel de Elton na fase adulta é o talentoso Taron Egerton (astro da franquia de espionagem Kingsman), que, ao contrário de Malik em Bohemian Rhapsody, interpreta – e muito bem – todas as canções com a própria voz.

A pedidos do próprio Elton John, Rocketman não se furta de falar sobre a homossexualidade do cantor.

Um dos mais tocantes é o de “Your Song”, um dos primeiros hits do cantor, em 1970. No filme, a canção é utilizada como uma forma para Elton declarar seu amor, bastante ambíguo, entre o fraternal e o romântico, por seu letrista, o heterossexual Bernie Taupin (Jamie Bell, de Billy Elliot), quando os dois, sem dinheiro e lugar para morar, se mudam para a casa da mãe de Elton (Bryce Dallas Howard, de A Vila).

A narrativa de Rocketman é construída em torno do momento em que Elton, alcoólatra e viciado em cocaína e sexo, se interna e, em uma sessão de terapia de grupo, começa a falar, primeiro bastante relutante, sobre sua infância e adolescência. Vestido com um de seus muitos trajes extravagantes, que usava na fase inicial de sua carreira como uma espécie de escudo protetor, o cantor vai se despindo aos poucos, por dentro e por fora.

Cada música de seu hinário de hits retrata o momento que ele está vivendo, em números musicais muito inspirados, que sempre optam para subjetividade e pela fantasia, numa explosão de cores e melancolia.

A pedidos do próprio Elton John, Rocketman não se furta de falar sobre a homossexualidade do cantor. Pelo contrário: assim como a dependência de álcool  drogas, sua sexualidade é central no filme, que explora bastante bem o tumultuado relacionamento entre ele e seu agente John Reid (Richard Madden, da série Game of Thrones), O roteiro evita o maniqueísmo, evitando tomar lados.

Inventivo tanto do ponto de vista visual quanto narrativo, Rocketman não é um filme preguiçoso, feito para fãs. Consegue retratar a gênese do artista Elton John e sua genialidade sem idealizá-las, levando à tela um personagem que consegue ser ao mesmo tempo adorável e irritante, também graças ao grande trabalho de composição de Egerton, desde já um possível indicado ao Oscar de melhor ator em 2020.

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Tags: Bohemian RhapsodycinebiografiaCrítica CinematográficaDexter FletcherElton JohnFreddie MercuryJohn Reidmitomúsica popReviewRocket ManTeron Egerton

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