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Sexo é o protagonista de ‘Shame’

Michael Fassbender brilha em 'Shame', do britânico Steve McQueen, como um homem obcecado por sexo.

porPaulo Camargo
29 de novembro de 2018
em Cinema
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Sexo é o protagonista de 'Shame'

Imagem: Reprodução.

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O público adulto desaprendeu a ver cenas de sexo no ci­­ne­ma. Ou, melhor dizendo, se desacostumou a assistir a histórias nas quais o assunto tem papel central, e não me­­ramente acessório, com o in­­tuito de fazer rir, ou de api­­mentar o teor romântico das tramas.

Tanto que filmes co­­­mo O Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Berto­lucci, que morreu nesta semana, ou O Império dos Sentidos (1976), de Nagisa Oshima, pa­­recem, mesmo para grande par­­­te do público que os co­­nhe­­ce de nome, referências lon­­­­­­­­gínquas. No tempo e no es­­paço.

Talvez por isso que Shame (2011), longa-metragem do diretor britânico Steve McQueen (do premiado 12 Anos de Escravidão) cause tanto estranhamento – e, até certo ponto, desconforto. Assim como ocorreu com Shortbus (2006), de John Cameron Mitchell, e Ninfomaníaca (2013), de Lars von Trier, o assunto sexo é central em seu enredo, e não um ornamento, um chamariz.

Brandon (Michael Fassbender, de Steve Jobs) é um irlandês de seus 30 e tantos anos, cuja família imigrou para os Estados Unidos quando ele era garoto. Hoje está radicado em Nova York, onde vive e trabalha. Solteiro, evita relacionamentos duradouros, e sofre de um distúrbio que pode ser descrito como “vício em sexo”.

Assim como ocorreu com Shortbus (2006), de John Cameron Mitchell, e Ninfomaníaca (2013), de Lars von Trier, o assunto sexo é central em seu enredo, e não um ornamento, um chamariz.

Quando não está na internet, navegando em sites pornográficos, ou se masturbando no ba­­nheiro de casa ou do trabalho, ele procura construir seu cotidiano em torno da possibilidade de conseguir oportunidades para encontros sexuais.

Seja com quem ou onde for. No escritório, no metrô ou nos bares e restaurantes que frequenta. Essa rotina, por mais doentia que seja, lhe parece natural (e inescapável), já que está incorporada a seu dia a dia.

Até que sua irmã mais nova, Sissy (Carey Mulligan, de Drive), reaparece em sua vida. Cantora, a jovem chega de Los Angeles, após romper um relacionamento infeliz, e desembarca em seu apartamento, trazendo na bagagem uma carga imensa de carências e de baixa autoestima, traços possivelmente interligados aos problemas psicoemocionais de Brandon.

A proximidade de Sissy, com quem parece ter uma relação limítrofe – o filme sugere nuances incestuosas – faz com que o trem de Brandon descarrile. Não apenas ele se frustra, se revolta e se deprime com a postura errática de Sissy, que tem um rápido caso com o chefe de Brandon, mas faz com que seu transtorno aos poucos venha à tona.

Embora a trama de Shame pudesse acontecer em qualquer grande cidade do mundo, é impossível dissociá-la de Nova York, um lugar propício a encontros e desencontros, onde o individualismo pode encontrar terreno fértil, devido ao ritmo frenético em que muitos, não todos, vivem. Também é um cenário e tanto com suas muitas esquinas e subterrâneos.

McQueen parece mais preocupado em desenvolver com profundidade seu estudo sobre o ao mesmo tempo fascinante e assustador Brandon do que na “história”. A trama, em si, é menos importante do que a forma como o diretor nos traz para dentro da existência labiríntica do protagonista, vivido por Fassbender de forma ao mesmo tempo contida e muito intensa, em memorável desempenho.

Shame não banaliza a obsessão por sexo. A aborda como patologia, distúrbio, e, dessa forma, acaba ga­­­­­­nhan­­do, para alguns, dimensão política, de crítica à contempo­­raneidade. Uma leitura das muitas possíveis de um filme fascinante.

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Tags: Carey MulliganCinemaCrítica CinematográficaerotismoMichael FassbenderResenhaReviewsexoShameSteve McQueen

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