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‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’ é conto de fadas LGBTQIA+

Baseada no best-seller de Casey McQuiston, a comédia romântica 'Vermelho, Branco e Sangue Azul' consegue um pequeno milagre: formulaico, previsível, o filme se apropria desses “defeitos” para reinventá-los com frescor.

porPaulo Camargo
16 de agosto de 2023
em Cinema
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Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine

Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine estrelam a história de amor entre um plebeu e um príncipe. Imagem: Divulgação.

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Comédias românticas e contos de fada têm entre si uma relação quase genética. Em ambos, a suspensão da descrença, em maior ou menor grau, são inevitáveis, para que o espectador faça sua imersão e se sinta recompensado. Vermelho, Branco e Sangue Azul, que acaba de estrear na plataforma de streaming Amazon Prime Video, segue quase à risca a cartilha da comédia romântica. Mas também não lhe faltam generosas doses de faz de conta, de fantasia romântica, em certa medida utópica. A novidade é que se trata de um filme LGBTQIA+.

Nessa realidade paralela, em um mundo bastante progressista, Uma Thurman (estrela de Kill Bill e Pulp Fiction) vive a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, divorciada de um congressista democrata de origem hispânica. O casal tem um filho, Alex (a revelação Taylor Zakhar Perez), que se apaixona por Henry, príncipe enrustido da Inglaterra interpretado por Nicholas Galitzine. O caso entre eles se torna um escândalo internacional, que pode comprometer a reeleição da mãe de Alex e a imagem da família real.

Sexy, ainda que pudico, engraçado e muito romântico, Vermelho, Branco e Sangue Azul pede licença à realidade. A despeito de todas as (imensas) barreiras, incluindo o Oceano Atlântico que os separa, nada pode parar os dois garotos, ricos, bonitos e gostosos – o filme é uma fantasia, lembrem!

https://youtu.be/XLu4mYvlbyU

‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’: milagre

Baseado no best-seller LGBTQIA+ de Casey McQuiston, publicado em 2016, Vermelho, Branco e Sangue Azul é um pequeno milagre: formulaico, quase previsível, o filme se apropria desses “defeitos”, para reinventá-los com frescor e oferecer uma experiência esperançosa, inspiradora – adolescentes e jovens gays não têm, afinal, muitas comédias românticas, ou contos de fadas, para chamarem de seus.

Vermelho, Branco e Sangue Azul é coescrito pelo diretor estreante Matthew Lopez, autor da peça A Herança, vencedora do prêmio Tony (Oscar da Broadway) e atualmente em cartaz no Brasil.

É bom ir avisando: não espere do filme realismo. A política, que no romance de McQuiston tem um papel mais importante, surge mais tímida na tela. E o sexo entre os protagonistas não vai muito além dos limites higienizados do beijo no rosto do sucesso da Netflix Heartstopper, série na qual, mesmo na segunda temporada, os dois garotos do ensino médio nunca chegam à segunda base.

Vermelho, Branco e Sangue Azul é coescrito pelo diretor estreante Matthew Lopez, autor da peça A Herança, vencedora do prêmio Tony (Oscar da Broadway) e atualmente em cartaz no Brasil, com Reynaldo Gianecchini e Bruno Fagundes no elenco. Ele consegue trazer à adaptação sensualidade e tensão erótica, ao menos. Taylor Zakhar Perez interpreta com vontade e charme Alex Claremont-Diaz, o obstinado, irreverente e birracial filho da presidente Ellen Claremont (Thurman), democrata nascida no Texas, divorciada do pai de Alex, Oscar Diaz (Clifton Collins Júnior, de Capote).

O desejo de Ellen é que Alex, com seu temperamento intempestivo, não cause um incidente internacional, o que ele faz imediatamente enquanto participa, no início do longa, de um casamento real, ao qual vai representando a mãe. O filho da presidenta há muito detestava o suposto esnobismo do príncipe Henry, quarto na linha de sucessão ao trono britânico. Como o príncipe Harry da vida real, ele é muito popular, mas apenas um coadjuvante sobressalente na corte.

Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine em 'Vermelho, Branco e Sangue Azul'
Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine em ‘Vermelho, Branco e Sangue Azul’. Imagem: Divulgação.

Henry tem pouco ou nada a ver com a visão que Alex tem dele, mas o americano demora um pouco para descobrir isso. A tensão entre eles, que aos poucos se tornará sexual, primeiro se manifesta em uma hilária luta livre, que derruba um bolo de casamento real, cobrindo os dois com cobertura de creme de manteiga e muita vergonha.

Em uma viagem de conciliação entre os rapazes, organizada pela presidente Ellen e sua chefe de gabinete Zahra (a incrível Sarah Shahi), o gelo derrete entre os dois garotos. No jardim da Casa Branca, Henry (que confessa: “Sempre fui gay como um mastro”) beija impulsivamente o bissexual Alex, que também admite sentir sua “atração de baixo nível por homens” aumentando. É o amor o que ele começa a descobrir sentir pelo príncipe. Isso é o que Alex diz à sua mãe em uma adorável cena de revelação de Perez e Thurman.

Para Henry, por outro lado, não é tão fácil. No romance que deu origem ao filme, a rainha dá a ele um sermão sobre a responsabilidade para com a coroa, o famoso “senso de dever”. Após a morte, no ano passado, de Elizabeth II, Lopez em seu roteiro mudou a personagem real para um rei, interpretado pelo grande ator inglês (e ícone gay) Stephen Fry. Ironicamente, o monarca demonstra uma intolerância aguçada por seu neto e seu namorado, recomendando ao dois recato.

Ao contrário de outras love stories cinematográficas gays, como O Segredo de Brokeback Mountain e Me Chame pelo Seu Nome, Vermelho, Branco e Sangue Azul, contudo, não tem um desfecho triste, sombrio, pessimista. São a alegria e a esperança que impulsionam os personagens e o próprio filme, como nos melhores contos de fada. E essa decisão o transforma em uma obra política.

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Tags: Amazon Prime VideoCasey McQuistoncomédia românticaconto de fadasCrítica CinematográficaLGBTQIA+Nicholas GalitzineTaylor Zakhar PerezUma ThurmanVermelho Branco e Sangue Azul

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