Nesse mundo assombrado pelas dúvidas, há anos recorremos ao maior indexador de páginas da internet para as mais variadas perguntas. O Google – essa espécie de guru moderno – nos elenca uma série de links e imagens e notícias e vídeos que podem saciar nossas desconfianças ou confirmar nossas suspeitas.
É claro que entre pais e mães também surgem dúvidas, afinal, a máxima popular já nos diz: os filhos não vêm com manual de instruções (mas é claro que ordens e instruções simples que façam funcionar equipamentos e maquinários não fazem efeito com os pequenos seres humanos).
A maternidade dói um pouco, não é tão colorida quanto pintam a publicidade e as redes sociais.
Por curiosidade, quis saber o que pais e mães procuram no Google. Usei uma ferramenta (o Answer the Public) que refina os resultados do buscador e organiza as questões com maior volume de buscas.
Com a palavra-chave ‘maternidade’, nos deparamos com uma dura realidade.
A maternidade dói um pouco, não é tão colorida quanto pintam a publicidade e as redes sociais.
Aliás, a mística de trajar o recém nascido de vermelho para sair da maternidade é para “espantar os maus olhados”, mas a mãe que pesquisa isso nem imagina que falta de apoio é pior que inveja alheia.
Mas, é claro, maternidade não é só ruim. Tem muita coisa boa, como o fato de que, se você presta atenção no que fazem as crianças (como nos imitam, como se espelham nos adultos) está convivendo com um mini divã por todos os dias (não que isso minimize a necessidade de terapia) que é um baita incentivo por viver uma vida minimamente melhor.
Depois de ter minhas filhas, nunca mais não pude parar em uma faixa de pedestres. E atualmente, são a minha patrulha do álcool gel.
Enfim.
Quando se trata de filhos vem a famigerada pergunta: por que meu filho não gosta de mim? Por que meu filho não dorme? Por que meu filho não come? Porque cada criança tem uma particularidade! E se comparar com respostas ou procurar fórmulas mágicas com certeza não é solução.
Embora o Google seja uma ferramenta fantástica, é sempre bom lembrar que nem tudo que reluz é ouro: filtre bem o que você encontra ali, principalmente em assuntos relacionados à saúde. Busque ajude nas páginas especializadas, em grupos confiáveis. Não é o primeiro resultado na internet que te dará as melhores respostas para as tantas dúvidas que assolam a vida de pais e mães.
Já vi receita milagrosa para criança dormir a noite inteira que incluía 6 colheres de camomila em uma mamadeira de 200ml (é demais!!! e, além disso, a criança demora mesmo para dormir a noite toda).
Uma pesquisa da Youpper, de 2017, desenhou o perfil da mãe brasileira (das classes A, B e C) que acessa a internet. De acordo com a consultoria, 71% das mães brasileiras acessam a internet e fica a cargo de delas as pesquisas sobre saúde, educação e consumo relacionado aos filhos, feita por 75% delas. A pesquisa também mostrou que grávidas e mães de crianças pequenas pesquisam 85% a mais que outras mães sobre os assuntos relacionados à maternidade. Como as empresas também sabem disso, a atenção para não entrar em anúncio disfarçado de informação e clickbait tem de ser ainda maior.