Já ouviu dizer que ter filhos é maravilhoso? Pois, aproveito o ensejo para reafirmar o velho clichê: é sensacional e, de muito longe, disparado na frente, a melhor escolha que eu fiz para minha vida. Os sorrisinhos, o aprendizado. Ver de perto um ser humaninho crescendo, sendo moldado pela vida e pelas influências externas, começando a ter iniciativa própria, demonstrando opinião, respondendo aos cuidados e afetos dados a eles com abraços, beijos e carinhos espontâneos. A lista dos benefícios poderia ultrapassar o tamanho de uma enciclopédia e coloco minha mão no fogo para confirmar que sim, é maravilhoso. Mas todo mundo sabe que não estamos nos contos de fada, então saiba de antemão ter filhos também envolve treta, afinal, conviver com outro ser da mesma espécie sempre envolve dor e delícia. E ter, ou melhor, desenvolver a capacidade de ter muita paciência (para gastar com os filhos, não com o mundo, risos).
Para manter a placidez diante de uma criança ainda “semi-selvagem”, que não entende os infinitos códigos sociais com os quais já estão bastante acostumados – como escovar os dentes pelo menos três vezes por dia, comer com talheres sem derrubar a comida no chão e não tirar o sapato em qualquer momento e lugar, entre muitas outras – apenas um ingrediente poderá salvar pais e mães de um “piti” eminente. O humor. E é preciso manter a placidez diante de uma criança porque ela não aprenderá nada com gritos e surtos cotidianos… então por vezes a vontade interior é de sair gritando mundo afora, mas, com os filhos, muitas vezes, é preciso por um sorriso amarelo no rosto e explicar a mesma coisa pela centésima vez.
Não sei como era com nossos pais e avós mas acredito que uma virtude dos nossos tempos – e da internet – é poder perceber que você não está sozinho.
Você não sabe se o estado dos seus nervos é porque a criança precisa ser domesticada mesmo ou se porque a sociedade espera e cobra isso de você, mas, em quaisquer das circunstâncias, apenas o rir de si mesmo e dos outros (o que inclui seu próprio filho) pode amenizar situações desconcertantes, corações apertados e expectativas não correspondidas.
Em questão de segundos, o brinquedo do cachorro está sendo degustado pela criança ou o pote com pedaços de frutas foi devidamente esmagado e espalhado pelo sofá ou, ainda, a criança chora bem na hora que você acabou de respirar aliviado para dar o play no seu seriado favorito. Não sei como era com nossos pais e avós mas acredito que uma virtude dos nossos tempos – e da internet – é poder perceber que você não está sozinho. Os perrengues da maternidade não são programação exclusiva e fica muito mais fácil aliviar a tensão e rir de toda a situação quando sabemos que não estamos a sós.
Desde que encaro a tarefa de criar bebês, há três canais que me ajudam muito a perceber o lado divertido da coisa toda e que me fizeram perceber que quando a criança sai da mesa com a mão e a boca sujas de feijão e resolve abraçar todos os brinquedos antes que você possa intervir, a saída mais viável é se divertir. Acompanha esse pessoal que é bom humor na certa:
Mãe Solo – A autora do livro Chora, Lombar (frase que resume a maior verdade sobre a maternidade), Thaiz Leão mantém uma página no Facebook onde publica tirinhas que retratam os cuidados que uma criança requer e situações diversas que toda mãe passa: ouve conselhos de estranhos, palpites não solicitados e opiniões controversas.
Hel Mother – Helen Ramos conduz o canal do YouTube que quer “desromantizar” a maternidade e tratar de assuntos relativos à maternidade e a sociedade sem tabu, sem floreios desnecessários e, é claro, rindo de si mesmo.
Humor de Mãe – Uma página no Facebook alimentada pelos textos de Claudia Gomes, com textos sinceros e bem-humorados sobre o dia a dia com crianças. Um alento para as “amigas-mães-caminhoneiras” pois também trata da questão sem julgamento (já basta o da sociedade toda, não é!?).
Aproveita uns minutinhos e dá umas risadas.